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Lena

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Quinta, 30 Abril 2020 11:04

Fintechs reforçam proteção de dados

Junto com o crescimento acelerado registrado nos últimos dois anos, as plataformas digitais de investimentos têm elevado os aportes em segurança e feito ajustes para o cenário de confinamento. Especialistas alertam que este é um cuidado vital para o sucesso ou fracasso dessas fintechs. O percentual da receita dedicado a coibir fraudes e invasões chega a 20%. Até por questão de regulação do Banco Central (BC), as plataformas têm que seguir o mesmo padrão de segurança adotado pelos bancos.

“Mesmo por uma razão de sobrevivência, as plataformas costumam fazer investimentos maiores em tecnologia, e geralmente estão mais avançadas na adoção de softwares de inovação e segurança do que o resto do mercado”, avalia Thiago Pereira, diretor de informática da Sinqia, uma das líderes em tecnologia para o setor.

Com os colaboradores trabalhando em home office, o desafio, na opinião dele, é garantir que os funcionários não abram links inseguros. “ Há empresas que inclusive impedem o acesso a alguns sites.”

É o caso da Genial, que aportou R$ 3,5 milhões em 2019 em segurança cibernética e prevê para maio o lançamento de sua nova plataforma de investimentos. “A nova arquitetura está baseada em micro serviços, primando pela estabilidade do sistema -, baixa latência, disponibilidade de dados e escalabilidade, para ser uma plataforma totalmente segura”, diz Venâncio Velloso, chefe de estratégia digital da Genial Investimentos, que está com 100% dos seus 600 funcionários (do Grupo Plural) trabalhando em casa.

Adicionalmente, a empresa faz migração dos servidores para nuvem, para ganhar escalabilidade. “Hoje temos 30% do nosso ambiente na nuvem. Até o final do ano, chegaremos a 60%”, afirma.

Desde o início do isolamento, a fintech viu aumentar a quantidade de e-mails que recebe, de 50 mil para 70 mil, até o percentual dos que são relativos a tentativas de fraudes e spam, de 60% para 78%. Registrou ainda uma elevação no total de transações diárias na plataforma, de 1 milhão, em 26 de fevereiro, para 1,3 milhão hoje.

Já a Toro está reservando R$ 4 milhões para aplicar em sistemas de segurança digital este ano. Para a plataforma, o mais importante é o treinamento e a capacitação dos usuários, sejam clientes, colaboradores ou parceiros. “Por mais que a gente invista em segurança, uma pessoa desavisada pode cometer erros. Por isso, orientamos trocas periódicas de senhas, dupla autenticação, segregação de acessos de rede e treinamentos de vulnerabilidades”, observa Márcio Placedino, sócio e fundador da Toro Investimentos, corretora digital especializada em Bolsa de Valores.

A Toro, que está com os 140 colaboradores trabalhando em casa, movimenta mais de R$ 1 bilhão por mês só em produtos de renda variável, com 250 mil contas.

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/fintechs-reforcam-protecao-de-dados-valor-economico

 

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Neste momento de quarentena com o fechamento do comércio e serviços, já é possível sentir os duros reflexos para a economia. O grande problema das micro, pequenas e médias empresas é como arcar com os compromissos financeiros já que muitos dos provedores de crédito, influenciados pela incerteza em seus recebimentos suspenderam indistintamente suas operações, desassistindo até aqueles setores que não foram afetados pelas medidas sanitárias.

De acordo com levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), seis em cada dez donos de pequenos negócios, que buscaram crédito no sistema financeiro desde que a quarentena começou, tiveram o pedido negado. Diante dessa falta de recursos, como pagar funcionários, fornecedores, impostos e outros encargos?

Para Luiz Lemos Leite, presidente da ANFAC, as linhas de crédito disponíveis nas principais instituições financeiras dificilmente atingirão as micro, pequenas e médias empresas, que garantem o trabalho de cerca de 3 milhões de trabalhadores formais diretos e indiretos.

“Acreditamos que com a dificuldade de acesso aos bancos, as factorings serão procuradas por novos e antigos clientes, com dificuldades para renovar seus limites de crédito nos bancos. As empresas de fomento comercial, que só podem atuar com recursos próprios, estão tentando, junto ao governo, a liberação de recursos do BNDES e Sebrae, para suprimir essa demanda por crédito, comprando recebíveis gerados pelas transações mercantis realizadas pelas micro, pequenas e medias empresas, afim de propiciar o fluxo de caixa necessário para manter os negócios funcionando. Neste momento, não vamos desamparar nossa clientela e estamos empenhados em mostrar a nossa capacidade em apoiar micros, pequenas e médias empresas, que é o maior segmento empregador do País”, finaliza Lemos Leite.

Sobre Luiz Lemos Leite - É ex Diretor do Banco Central, Presidente da ANFAC, nestes 38 anos, como presidente já realizou 14 congressos, de âmbito nacional, com a finalidade de intercambiar experiências e informações entre os empresários do setor e trazer a contribuição de palestrantes ilustres que possam concorrer para aprimorar a educação executiva dos empresários.

Sobre a ANFAC - Associação Nacional de Fomento Comercial, fundada em 1982, na cidade do Rio de Janeiro, tem por objetivo, dentre outros, representar institucionalmente os interesses de seus associados, perante os Poderes Públicos – Federais, Estaduais e Municipais e entidades do setor privado, fortalecer o sistema brasileiro de fomento comercial para contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e sustentável do País e zelar pelo cumprimento das normas éticas e de autorregulação que regem a atividade.

A ANFAC congrega as empresas de fomento comercial, com suas distintas estruturas de factoring, de securitização, de fundos de recebíveis e, agora, a ESC – Empresa Simples de Crédito, que atuam no mercado comprando recebíveis, créditos gerados por vendas mercantis realizadas por sua clientela, composta de pequenas e médias empresas.

O mercado de fomento comercial vem mantendo o valor do giro de carteira de operações, praticamente no mesmo nível dos últimos 3 anos, concorrendo para viabilizar transações nas diversas etapas das cadeias produtivas industriais, comerciais, agronegócio e serviços, contribuindo com a manutenção de mais de 2,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

A ANFAC, cada vez mais empenhada em fortalecer a sua institucionalidade, vem se empenhando em implantar programas destinados a inovar o mercado dos negócios do setor capacitando tecnicamente seus empresários e operadores a revestir de segurança a sua adequação aos novos produtos que surgem com o avanço da tecnologia.

A ANFAC realizou, nos últimos dias 17 e 18 de outubro, com sucesso, o seu XIV Congresso Brasileiro de Fomento Comercial, cujo foco “Inovação e Tecnologia”, foi abordado por renomados palestrantes.

https://www.segs.com.br/demais/227272-factoring-pode-ser-alternativa-para-obter-capital-de-giro

 

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As ESC - Empresas Simples de Crédito podem ser uma alternativa acessível para os micro e pequenos negócios ao tentar minimizar os impactos da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus e a paralisação das atividades. Além disso, apresentam-se como uma oportunidade para pessoas físicas diversificarem o investimento do seu capital e alcançarem maior rendimento ao oferecerem empréstimos para empresários em busca de crédito no mercado. É uma lógica de ganha-ganha neste momento.

Em franco crescimento, as ESC são constituídas por pessoas físicas que oferecem crédito a pessoas jurídicas, mais especificamente, microempreendedores individuais, micro e pequenas empresas. Até meados de março, o Sebrae contabilizava 613 empresas nesta modalidade no Brasil, sendo a maioria em São Paulo, epicentro da epidemia no país. A expectativa para 2020 é de que mais mil delas surjam no mercado.

Isso se deve ao fato de a abertura de uma ESC ter se mostrado rápida, fácil e não custosa, como costumava ser a constituição de empresas. Em poucos dias, é possível iniciar a operação e realizar empréstimos a terceiros (sem captação de recursos, porque esta é uma das exigências legais que caracterizam esse tipo empresarial).

Neste contexto, elas se apresentam como mais uma alternativa para busca de crédito por parte das micro e pequenas empresas. Com a paralisação das atividades, o Governo Federal adotou uma série de medidas para salvar os pequenos negócios, como deixar de exigir os depósitos compulsórios, permitindo aos bancos a concessão de empréstimos a juros menores, além da flexibilização das regras das LCA - Letras de Crédito do Agronegócio. No mesmo sentido, o BNDES anunciou a injeção imediata de capital na economia de R$ 55 bilhões, dos quais R$ 5 bi são destinados a linhas de crédito para micro, pequenas e médias empresas com carência de 24 meses e prazo total de pagamento de 60 meses.

A questão até aqui é que a taxa de juros poderá vir a ser muito menor do que a de costume, mas, tendo os bancos como intermediários dos empréstimos, poderão ser adicionados spreads e outras taxas, além dos juros oferecidos pelo BNDES. Com isso, somente a prática observada nos próximos dias dirá qual será o custo efetivo final dos novos empréstimos. E é aí que entram as ESC, na análise e oferta de custos finais menores, uma vez que elas não têm intermediários, seu custo operacional é menor, e daí por diante.

O fato é que, por enquanto, o Governo Federal focou-se em medidas direcionadas aos grandes bancos e ao BNDES e, tendo isso em vista, os empresários precisam de novas alternativas para sobreviver à crise que pode durar meses.

No Brasil, são cerca de 6,8 milhões de estabelecimentos que se enquadram como pequenos negócios e, destes, 99% são micro e pequenas empresas, de acordo com Sebrae, e que ainda enfrentam dificuldade na aquisição de crédito. Apesar dos esforços do poder público para manter a roda da economia girando, a sociedade também tem seu papel neste momento, principalmente, no estímulo à sustentabilidade da economia local.

(*) Izabela Rücker Curi Bertoncello é advogada empresarial, sócia-fundadora do escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica e especialista em contratos e em negociação por Harvard.

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/esc-pode-salvar-pequenos-negocios-ao-oferecer-credito-acessivel-em-meio-a-pandemia-migalhas

 

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Em um país em que o crédito é um nó bastante embaraçado - que mistura pouca educação financeira, oferta abusiva, juros altos e acesso restrito - as fintechs de empréstimos cresciam aceleradamente, tentando desembaraçar esse nó. Com incentivo do Banco Central, sua proposta era oferecer taxas mais baixas para quem tem mais capacidade de pagamento e acesso a crédito para quem não tem. Mas, agora, essas empresas vivem sua primeira crise, de supetão, e precisam se virar nos 30 para seguir sua trajetória.

O Brasil tem hoje mais de 100 fintechs de crédito, que representam cerca de 20% do total de fintechs no país, segundo a Associação Brasileira de Fintechs (Abfintechs). Nas fintechs, a demanda por crédito cresce à medida que a crise do coronavírus piora, pessoas e pequenas e médias empresas precisam de dinheiro e os bancos restringem a oferta de empréstimos. O problema é que elas precisam ter dinheiro suficiente para emprestar e lidar com o maior risco de inadimplência.

“Está todo mundo se virando nos 30, enxugando custos e prolongando o caixa”, diz Fábio Neufeld, líder da vertical de crédito da Abfintechs. “Vai ser o primeiro teste de fogo em um cenário adverso. Agora que vamos ver de fato a qualidade da análise de crédito dessas fintechs e quem vai sobreviver.”

Antes da crise, as fintechs viviam um cenário de abundância de recursos captados para emprestar. Grandes investidores eram os provedores de capital das fintechs, entusiasmados com as novas empresas em um mundo de juros baixos. Agora, porém, eles estão com a mão fechada, avessos a risco. A falta de dinheiro tende a limitar o volume de concessões de crédito.

A Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD) projetava triplicar a oferta de crédito em 2020 em relação a 2019 e atingir R$ 10 bilhões de novos empréstimos. Agora, a associação prefere não fazer uma projeção com tanta incerteza no radar, mas diz que a oferta de crédito será menor do que esperava para este ano.

Fintechs pedem ajuda do BC e do governo

Para enfrentar os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia e evitar uma quebradeira generalizada, o Banco Central (BC) e o governo anunciaram medidas para aumentar o dinheiro que os bancos têm em caixa para emprestar. Mas as fintechs de crédito também querem ajuda para aumentar seu capital e conseguir emprestar para seus clientes.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) já autorizou que as fintechs de crédito passem a emitir cartões de crédito, para facilitar o acesso ao crédito. O Banco Central argumentou que essas empresas têm a capacidade de atingir mais pessoas, com mais capilaridade, e podem atender “segmentos com reduzido histórico de crédito no país”, como micro e pequenos empresários.

A resolução também permite que as fintechs classificadas como Sociedade de Crédito Direto (SCD), que realizam operações de crédito a partir de capital próprio, possam atuar como agentes repassadores de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Isso permite que elas continuem atendendo clientes mesmo sem recursos próprios.

No entanto, para as fintechs, só essas medidas não são suficientes. Até porque somente 24 fintechs de crédito são reguladas como SCD ou Sociedade de Empréstimo entre Pessoas (SEP), o outro modelo possível. A maioria delas atua como correspondente bancária, com uma instituição financeira parceira por trás, e é menos capitalizada.

Segundo o BC, a nova regra também procura utilizar a capilaridade das fintechs para torná-las “um importante canal de realização de políticas públicas”.

A ideia é que essas fintechs menores também possam servir de ponte para repassar o dinheiro que o governo tem liberado para empresas e pessoas na crise. As empresas querem, por exemplo, repassar o auxílio emergencial de R$ 600 ou R$ 1.200 a trabalhadores informais. Elas argumentam que muitas atendem clientes que não têm conta em banco e que elas têm agilidade para fazer o dinheiro chegar.

“Estamos nos movimentando para apresentar soluções para as fintechs usarem sua capilaridade para ajudar a economia a girar por meio do crédito”, diz Neufeld, da Abfintechs.

Segundo o Valor apurou, o Banco Central e os representantes das fintechs iniciaram estudos para a criação da figura de um “correspondente digital”. Seria um grupo formado pelas fintechs, que mantêm uma plataforma para prestar serviços financeiros e distribuir crédito em momentos emergenciais, como agora, para as pessoas físicas e jurídicas. Resta saber se essa figura vai ser desenvolvida a tempo da crise atual.

Novas taxas, prazos e valores

O problema da falta de recursos captados depende de agentes externos como o Banco Central, o governo e grandes investidores para ser resolvido, mas as fintechs dizem que lidam com o risco de maior inadimplência do seu jeito. Mais do que nunca, elas usam seus algoritmos para apurar a capacidade de pagamento dos tomadores. Combinam dados fornecidos pelos clientes com informações adquiridas em centenas de fontes na internet para definir o valor do empréstimo, as taxas de juros e o prazo de pagamento para cada um.

“O lado tech nunca foi tão importante”, diz Rafael Pereira, presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD). Assim, em vez de só restringir o acesso ao crédito, as fintechs conseguem fazer uma análise mais personalizada da capacidade de pagamento do cliente nesse momento de crise e remodelar suas políticas de crédito. A intenção é oferecer um empréstimo que caiba no bolso do tomador e da empresa, para que a transação seja saudável para os dois lados.

Quem captou mais recursos consegue até reduzir taxa de juros, estender prazo de pagamento ou reduzir o empréstimo mínimo. É o caso da Pontte, especializada em empréstimo com garantia de imóvel, que reduziu a taxa de juros mínima de 0,99% para 0,85% ao mês. A fintech também estendeu o prazo de pagamento de 180 para 240 meses e baixou o empréstimo mínimo de R$ 50 mil para R$ 30 mil.

A empresa diz que conseguiu remodelar sua política de crédito durante a crise porque tem recursos garantidos de um investidor estrangeiro e montou um desenho que aguentava “desaforo” no caixa por vários anos. “As startups voltarão a ter um plano de negócios no Excel e não no Power Point”, diz Marcelo Lubliner, CEO da Pontte. “Não vai ter novas rodadas de 'funding' em um prazo curto e será preciso cuidar bem desse caixa.”

Mais do que controlar as taxas e os números do caixa, Lubliner diz que agora é hora de olhar a fundo para quem está pedindo o crédito. “Em uma hora como essa de mais dificuldade, não adianta apertar mais o cliente para devolver porque eu vou aumentar a inadimplência. Se ele não está me pagando é porque não consegue. Então, como eu ajudo o cliente e a mim mesmo? Dando flexibilidade”, diz.

Flexibilidade é a palavra chave no discurso das fintechs de crédito para sobreviver neste momento de crise. Várias delas estão oferecendo condições especiais de renegociação.

“Apesar de os bancos dizerem que estão abertos para renegociar, ouvimos de muitos clientes que o gerente enrola e a parcela acabava vencendo antes deles conseguirem resolver seu problema. Os bancos vendem uma solução que, na prática, não conseguem operacionalizar”, diz Daniel Gomes, CEO e sócio-fundador da Nexoos, especializada em empréstimos para pequenas e médias empresas.

Entre as propostas oferecidas pelas fintechs, estão dividir a parcela em duas vezes, reduzir o valor da parcela e dar uma carência para pagamento (um período maior para começar a pagar).

Vale destacar que, mesmo em condições atrativas, o risco de se descuidar e contrair dívidas que levam ao superendividamento é grande e nem sempre o empréstimo é a melhor saída para resolver o problema. Em qualquer situação, o tomador só deve pedir um empréstimo depois de planejar seu orçamento atual e futuro e ter certeza de que as parcelas caberão no bolso. É preciso pesquisar a melhor modalidade de empréstimo para cada um e comparar o Custo Efetivo Total cobrado pelas instituições financeiras.

Novas formas de atrair receita e clientes

Neste momento de crise, as fintechs de crédito também criam novas linhas de negócios para atrair mais dinheiro.

A Nexoos, por exemplo, está em busca de grandes empresas parceiras, que queiram financiar seus próprios fornecedores e clientes. Uma rede de shopping, por exemplo, que não quer que suas lojas quebrem, pode ter interesse em se tornar parceira da fintech e dar crédito aos lojistas. Nesse caso, a rede de shoppings tem dinheiro para emprestar, mas não é uma instituição financeira e não sabe fazer análise de risco de crédito.

"É uma forma da fintech unir partes interessadas e chegar no cliente final utilizando recurso privado", diz Daniel Gomes, CEO e sócio-fundador.

A Nexoos também vai ajudar pequenos e médios negócios a vender na internet e sobreviver na crise do coronavírus. A fintech vai disponibilizar estrutura financeira e site para empresas que não têm acesso a crédito, operação digital e suporte para pagamento on-line. Em troca, vai cobrar uma porcentagem de 15% sobre o que for vendido, caso a operação se concretize. É mais uma fonte de receita na crise.

Além de ganhar financeiramente, as fintechs de crédito também criam formas de atrair novos públicos tomadores de empréstimos. A Mutual, especializada em empréstimos entre pessoas físicas, lançou uma campanha de empréstimo com condições especiais para pequenos empreendedores, que normalmente não são a clientela foco da fintech.

Trabalhadores em situação de informalidade e pequenos empreendedores podem solicitar crédito, no valor máximo de R$ 1 mil, e pagar a primeira parcela do valor pedido somente 90 dias depois. A taxa de juros utilizada na operação será social, de apenas 1% ao mês.

“Não teremos lucro com esse novo serviço, nossa comissão foi zerada. Estamos abrindo a nossa plataforma, em caráter excepcional”, explica Victor Fernandes, diretor de marketing e cofundador da Mutual. Em parceria com a plataforma controladora de investimentos Kinvo, o bureau de crédito Boa Vista e outras empresas parceiras, a fintech pretende impactar 10 mil empreendedores com a ação.

“Ao contrário de somente aumentar juros e restringir o crédito, queremos dar empréstimos para pessoas mega impactadas pela crise”, diz Fernandes.

O jeito de atrair investidores pessoas físicas

Fintechs de empréstimos entre pessoas, cujo dinheiro para emprestar vem do bolso de pessoas físicas, também oferecem condições diferentes para atrair investidores que estão com o pé atrás em tempos de crise.

Para equilibrar a queda de 60% no capital disponível, a Ulend, especializada em empréstimo de pessoas para empresas, aumentou as taxas de juros para o empréstimo ficar mais atrativo para os investidores. A taxa de juros média subiu de 24% ao ano para 32% ao ano.

A fintech também aumentou o valor das garantias exigidas. Mais de 80% das operações de crédito disponibilizadas na plataforma possuem garantias reais, como aplicação financeira sob custódia da Ulend ou recebíveis, além de empréstimos com garantia de imóveis, que minimizam ou eliminam perdas em casos de inadimplência. Para um tomador que oferece um imóvel de R$ 800 mil como garantia, por exemplo, antes a fintech liberava um empréstimo de R$ 600 mil, e agora, de R$ 400 mil.

“Do lado dos investidores, isso é bom. Para os tomadores não é tão bom, mas dessa forma conseguimos fazer com que o volume de recursos disponíveis para emprestar caia menos. E em 90% dos casos, nossa taxa ainda assim é mais barata do que no banco para as empresas”, diz Gabriel Nascimento Sócio da Ulend. Foi o jeito que deu para tentar equilibrar as pontas e seguir em tempos tão difíceis.

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/fintechs-de-credito-vivem-1a-crise-e-se-viram-nos-30-para-emprestar-a-juro-baixo-valor-invest

 

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SÃO PAULO — A cotação do dólar, que já vinha em disparada por causa da crise do coronavírus, ganhou um empurrão a mais nesta sexta-feira (24) com a saída de Sergio Moro do ministério da Justiça. A avaliação de analistas e operadores de câmbio é de que a moeda americana deve continuar se valorizando no curto prazo.

dólar comercial fechou em alta de 2,538%, para R$ 5,6653 na compra e R$ 5,6681 na venda. Na máxima da sessão, a moeda chegou a atingir R$ 5,7433. Já o dólar futuro teve valorização de 0,87%, para R$ 5,586. Nas casas de câmbio, as cotações eram bem maiores.

Segundo o site MelhorCâmbio.com, a cotação para compra do dólar em espécie estava em R$ 5,87 nas casas de câmbio de São Paulo, depois do fechamento do mercado nesta sexta-feira. Mais cedo, a moeda em espécie era vendida a mais de R$ 6. Já para o carregamento de cartão pré-pago, a cotação praticada no fim do dia era de R$ 6,38 — pela manhã, chegou a R$ 6,91.

Além do dólar, o euro também fechou o dia em alta. O avanço foi de 2,471%, para R$ 6,1145 na compra e R$ 6,1156 na venda. Mais cedo, a alta chegou a 4%. Nas casas de câmbio, a moeda em espécie estava cotada a R$ 6,28 após o fechamento do mercado, enquanto o carregamento do cartão pré-pago em euro era feito por R$ 6,82 — pela manhã, estava bem acima de R$ 7.

A pandemia de coronavírus tem provocado uma série de medidas por parte dos bancos centrais do mundo inteiro com o intuito de conter os efeitos econômicos negativos do surto. Um deles tem sido o corte das taxas de juros, visando baratear o acesso de empresas e pessoas físicas a empréstimos.

Aqui no Brasil, a taxa básica de juros, a Selic, já caiu para 3,75% ao ano, seu menor patamar histórico — mas há a perspectiva de que ela cairá ainda mais. Segundo o último Boletim Focus do Banco Central, o mercado espera que os juros caiam para 3% ao ano até o final de 2020.

O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, sinalizou nesta semana que isso deve ocorrer na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), no início de maio. Ele disse que a oferta de crédito pelos bancos começou a fluir no Brasil.

Juros menores no Brasil afastam investidores internacionais do país, que estão por aqui aproveitando as taxas maiores de juros do que em países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Com essa saída de recursos, a oferta de dólares reduz e, consequentemente, a cotação do dólar tende a subir.

O cenário político também pesa sobre a cotação do dólar. Hoje, o ministro da Justiça Sergio Moro anunciou sua demissão ao não concordar com a mudança no comando da Polícia Federal solicitada pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele citou uma “interferência política” na PF e disse que é preciso que as instituições tenham independência.

“[A saída de Moro] afeta o mercado de várias maneiras. A primeira e mais óbvia é que o mercado não gosta de incerteza. Fosse em um cenário normal, um ministro pedindo demissão já seria algo importante que mexeria com o mercado”, disse Marcelo Giufrida, CEO da Garde Asset Management e ex-presidente da Anbima.

“Mas no contexto atual é pior. O presidente já é bastante criticado, houve a saída do [ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique] Mandetta, houve o tão falado ‘Plano Marshall’ com claros sinais de que a equipe econômica não participou nem validou, o momento é ruim”, completou.

Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora, afirmou que a alta do dólar sobre o real é mais intensa do que a valorização contra outras moedas emergentes por causa da crise política no Brasil. “Isso já estava acontecendo após a saída de Mandetta, e piorou agora com a saída de Moro”, disse.

“É o fantasma de algum tipo de solicitação de impeachment, colocando em risco o mandato do presidente Jair Bolsonaro. O mercado acaba precificando isso e retraiu. O fluxo de saída de recursos do país agora é bem grande e não temos uma previsão de curto prazo de volta desse capital”, afirmou.

Crescem as transferências para o Brasil

Enquanto os juros menores e a crise política afugentam investidores estrangeiros do Brasil, os brasileiros com dinheiro no exterior correm para transferir os recursos para o país, aproveitando assim o câmbio estressado para ganhar com a conversão.

“Como a crise do coronavírus causou uma perda grande nos papéis lá fora, desde março nós da Frente estamos trabalhando como uma opção para os brasileiros com recursos no exterior repatriarem esse dinheiro no Brasil, ganhando no câmbio. Houve um grande fluxo de clientes aproveitando isso”, disse Velloni.

Segundo o Banco Central, no primeiro trimestre de 2020, entraram no Brasil US$ 821 milhões em transferências de pessoas físicas — um crescimento de 18,5% sobre o mesmo período do ano passado. Só em março, foram US$ 290 milhões, uma alta de 1,4%.

No Travelex Bank, que faz parte do top 5 em transferências internacionais do Banco Central, o aumento nas transações de repatriação de dinheiro foi de 22,3% no primeiro trimestre deste ano. Só em março, o avanço na instituição foi de 30,8%.

“A mudança de patamar do real frente as outras moedas, principalmente o dólar, favoreceu muito a entrada de recursos no país. O real se desvalorizou perto de 14% ante o dólar no primeiro trimestre de 2020, comparado ao primeiro trimestre de 2019. Com isso, quem tinha dinheiro lá fora para investimentos, por exemplo, conseguiu uma oportunidade de converter esses valores em reais com esse ganho na conversão”, disse Jorge Arbex superintendente executivo do grupo Travelex Confidence.

“Além disso muitos brasileiros que moram fora do país enviam dinheiro tanto para parentes aqui no Brasil quanto para quitar compromissos que ainda mantêm no país. Os dólares que enviaram valem hoje 14% a mais reais que um ano atrás”, completou.

O mesmo foi observado pela TransferWise, que viu o volume de transferências para o Brasil aumentar em 50% em março, na comparação com igual período de 2019. Foi um volume recorde desde que a empresa começou a operar no país, em 2016. A companhia não abre, no entanto, a quantidade exata de dinheiro repatriado.

“A cotação favorável sem dúvida beneficiou brasileiros expatriados e estrangeiros que precisam mandar dinheiro para o Brasil, o que se refletiu nesse novo recorde de volumes transacionados pela nossa plataforma”, disse em nota Heloisa Sirotá, general manager da TransferWise no Brasil. No mundo todo, a TransferWise movimenta US$ 5 bilhões por mês.

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SÃO PAULO – Com preocupações crescentes em relação aos impactos recessivos do coronavírus sobre a economia brasileira, o mercado financeiro vê um menor espaço para a alta da Selic nos próximos dois anos. No relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (27), as projeções para a taxa básica de juros foram reduzidas de 4,50% para 4,25% ao ano, ao fim de 2021, e de 6,00% para 5,88% ao ano, em dezembro de 2022.

Para este ano, contudo, a projeção para a Selic foi mantida em 3,00% ao ano, o que implica um corte de 0,75 ponto percentual em relação ao patamar atual.

Em meio a medidas de isolamento social visando minimizar a disseminação do coronavírus, as expectativas para inflação e crescimento da economia do país também foram novamente reduzidas.

A mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pela 11ª vez consecutiva, englobando uma visão ainda mais pessimista neste ano. Agora, os economistas veem uma contração da economia brasileira de 3,34% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 2,96%.

Em 2021, o mercado espera que a atividade cresça 3,00%, também abaixo da expectativa anterior, que previa uma expansão de 3,10%.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta ainda foi cortada pela sétima vez consecutiva, de 2,23% para 2,20%, em 2020, e mantida em 3,40%, em 2021.

No que tange às previsões para o mercado cambial, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar se manteve em R$ 4,80 neste ano, e a expectativa para 2021 teve alta pela sexta vez consecutiva, desta vez de R$ 4,50 para R$ 4,55.

Top 5

Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, as estimativas para a Selic, inflação e câmbio foram mantidas.

Segundo o relatório do BC, o grupo “Top 5 médio prazo” projeta a Selic encerrando 2020 em 2,50% e 2021, em 3,88% ao ano. Já a inflação medida pelo IPCA deve corresponder a 1,56%, neste ano, e 3,10%, no próximo.

A previsão para o dólar, por sua vez, é de que a moeda americana fique no patamar de R$ 5,08, em 2020, e em R$ 5,20, em dezembro de 2021.

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O Ministério da Economia publicou no Diário Oficial da União (DOU) portaria que regulamenta o Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que será pago a trabalhadores que tiverem jornada e salários reduzidos ou contrato suspenso nos termos da Medida Provisória 936/2020.

Custeado pela União, o benefício será pago ao empregado independentemente do cumprimento de qualquer período aquisitivo, tempo de vínculo empregatício e número de salários recebidos. As regras valem para os contratos de trabalho iniciados até 1º de abril de 2020 e informados no eSocial até 2 de abril de 2020. Segundo o governo, o investimento do programa pode chegar a R$ 51,2 bilhões.

A projeção do Ministério da Economia é de que o programa irá preservar até 8,5 milhões de empregos, beneficiando cerca de 24,5 milhões trabalhadores com carteira assinada.

De acordo com a portaria, o benefício do governo não será pago para empregados não sujeitos a controle de jornada e para aqueles que recebem remuneração variável “caso verificada a manutenção do mesmo nível de exigência de produtividade ou de efetivo desempenho do trabalho existente durante a prestação de serviço em período anterior à redução proporcional de jornada de trabalho e de salário”.

A portaria confirma que o valor do benefício será calculado tendo como referência o valor base do seguro-desemprego a que o empregado teria direito se fosse demitido e lista os parâmetros a serem seguidos por faixa salarial, além dos respectivos porcentuais. Além disso, o texto formaliza que o empregado com contrato de trabalho intermitente terá direito a um auxílio emergencial correspondente a três parcelas mensais de R$ 600.

“Para a habilitação do empregado ao recebimento do BEm, o empregador informará ao Ministério da Economia a realização de acordo de redução de jornada de trabalho e de salário ou da suspensão temporária de contrato de trabalho com o empregado, no prazo de dez dias, contados a partir da data da celebração do acordo”, estabelece o ato.

“A informação do acordo para recebimento do BEm deverá ser realizada pelo empregador exclusivamente por meio eletrônico, no endereço https://servicos.mte.gov.br/bem”, acrescenta.

 

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Pessoa jurídica - Desconto de duplicata

Classificadas por ordem crescente de taxa

Período: 
30/03/2020 a 03/04/2020

Modalidade: Pessoa jurídica - Desconto de duplicatas

Tipo de encargo: Pré-fixado

  Taxas de juros
Posição Instituição % a.m. % a.a.
1 BCO J.P. MORGAN S.A. 0,36 4,40
2 ICBC DO BRASIL BM S.A. 0,39 4,75
3 BCO GM S.A. 0,58 7,22
4 BCO VOTORANTIM S.A. 0,58 7,23
5 HSBC BANCO DE INVESTIMENTO 0,58 7,25
6 BCO CITIBANK S.A. 0,62 7,68
7 BCO DE LAGE LANDEN BRASIL S.A. 0,62 7,70
8 BCO MERCEDES-BENZ S.A. 0,66 8,21
9 BANCO FIDIS 0,68 8,41
10 BCO SAFRA S.A. 1,00 12,64
11 BCO BRADESCO S.A. 1,05 13,36
12 ITAÚ UNIBANCO S.A. 1,06 13,48
13 BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. 1,18 15,16
14 BCO BNP PARIBAS BRASIL S A 1,18 15,17
15 BCO INDUSTRIAL DO BRASIL S.A. 1,22 15,71
16 BCO DAYCOVAL S.A 1,24 15,91
17 BCO ABC BRASIL S.A. 1,25 16,08
18 BCO DO BRASIL S.A. 1,38 17,91
19 BANCO BTG PACTUAL S.A. 1,50 19,55
20 BCO DO ESTADO DO RS S.A. 1,55 20,27
21 SANTANA S.A. - CFI 1,73 22,83
22 BCO FIBRA S.A. 1,80 23,88
23 OMNI BANCO S.A. 1,80 23,89
24 BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 1,86 24,72
25 BANCO MONEO S.A. 1,88 25,08
26 BCO RENDIMENTO S.A. 1,91 25,54
27 BCO SOFISA S.A. 1,99 26,63
28 BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. 2,02 27,11
29 BCO BANESTES S.A. 2,06 27,65
30 BANCO ORIGINAL 2,07 27,83
31 CAIXA ECONOMICA FEDERAL 2,11 28,51
32 BANCO RANDON S.A. 2,12 28,64
33 BCO MAXINVEST S.A. 2,31 31,45
34 BCO GUANABARA S.A. 2,32 31,67
35 SANTINVEST S.A. - CFI 2,32 31,73
36 BCO TRIANGULO S.A. 2,35 32,07
37 BCO DA AMAZONIA S.A. 2,78 39,01
38 HS FINANCEIRA 2,94 41,52
39 BCO CREFISA S.A. 3,05 43,42
40 BCO RIBEIRAO PRETO S.A. 3,26 46,98
41 CARUANA SCFI 3,42 49,78
42 BCO CAPITAL S.A. 3,51 51,35
43 BIORC FINANCEIRA - CFI S.A. 3,74 55,30
44 BRB - BCO DE BRASILIA S.A. 4,18 63,51
45 BCO DO EST. DE SE S.A. 4,48 69,12
46 VIA CERTA FINANCIADORA S.A. - CFI 7,23 131,15
47 BANCO DIGIO 8,48 165,58
48 FINAMAX S.A. CFI 8,75 173,56


Fonte: Banco Central do Brasil
 

 

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Para fazer caixa e garantir a liquidez durante a pandemia do novo coronavírus, as companhias brasileiras com ações negociadas em Bolsa estão reduzindo ou adiando o pagamento de dividendos bilionários para seus investidores.

Uma projeção feita pela consultoria Economática aponta que a previsão de pagamento de dividendos este ano chegava a R$ 119 bilhões, um valor recorde, com crescimento de 13% em relação a 2019, sem levar em conta a inflação. Mas a crise provocada pela covid-19 derrubou definitivamente esse movimento.

O número de R$ 119 bilhões foi calculado com base no lucro das companhias abertas que, em 2019, foi de R$ 232,4 bilhões – os dividendos são pagos com base no resultado do ano anterior. “A projeção apontava para um número recorde. Mas, com certeza, vai ter uma baita de uma queda”, afirma o gerente de relacionamento institucional da Economática, Einar Rivero. “Ainda é preciso, no entanto, esperar pelas assembleias com os investidores para definir para quanto o volume vai cair.”

O que já se sabe é que os pagamentos no segmento bancário, que historicamente lidera em distribuição de dividendos, com valores acima de 60% do lucro, devem cair drasticamente. Os bancos lucraram R$ 91 bilhões em 2019 e o mercado esperava cerca de R$ 74 bilhões em proventos. Mas, após resolução do Banco Central, que limitou a distribuição de resultados das instituições em 25% do lucro, com o objetivo de ampliar a liquidez do setor, essa conta deve ficar perto de R$ 18 bilhões.

Além do segmento bancário, pelo menos 6 das 25 principais pagadoras de dividendos do País também já afirmaram que devem reduzir os desembolsos ao mínimo ou, na melhor das hipóteses, postergar os pagamentos para o fim do ano.

É o que acontecerá com a Petrobras (PETR3;PETR4). Nas semana passada, o conselho de administração da companhia aprovou a alteração da data de pagamento da remuneração aos acionistas. O desembolso seria realizado em 20 de maio e ocorrerá em 15 de dezembro. O montante ainda a ser pago é de R$ 1,7 bilhão para as ações ordinárias (R$ 0,23 por ação) e R$ 2,5 bilhões para as ações preferenciais (R$ 0,00045 por ação). Na última segunda-feira, acionistas da MRV (MRVE3) aprovaram o pagamento de dividendos mínimos obrigatórios de R$ 163 milhões, representando R$ 0,34 por ação. A data-base, no entanto, não foi ainda definida.

Mas a lista ainda tem empresas como o braço brasileiro da companhia de energia francesa Engie (EGIE3), que já declarou que vai rever o seu plano de pagamento, além da distribuidora de energia Energisa (ENGI11) e da geradora Equatorial (EQTL3), que disseram que iriam reavaliar o plano de dividendos em função da queda brusca de receita.

“Podemos entender que tempos difíceis vão surgir e a tendência natural é que empresas retenham dividendos para preservar liquidez”, diz Pedro Galdi, analista-chefe da Ativa Investimentos. “A Petrobras já anunciou (mudança de data), a Vale (VALE3) deve anunciar mudança também e outras mais. As melhores pagadoras de dividendos estão no setor elétrico, que serão fortemente afetadas pela crise. A decisão de cada uma será de reter para preservar o caixa.”

Apesar do movimento de redução de dividendos, a analista de crédito sênior do banco Indosuez, Shana Agostini, não vê riscos de cancelamento de dividendos. “A gente tem simulado cenários e as empresas, apesar da queda de receita, conseguirão pagar. No fim da crise, elas ainda param de pé.”

 
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizou na segunda-feira, 20, um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, e disse que a oferta de crédito pelos bancos começou a fluir no Brasil.

Mas, segundo ele, as taxas dos empréstimos ficarão mais caras para as empresas por causa do medo da extensão do isolamento social e do seu impacto na inadimplência.

Em live do Estadão Live Talks sobre as medidas para o enfrentamento da crise da covid-19, Campos Neto mostrou que está aliviado com a melhora do crédito e avisou que o BC consegue enxergar agora com mais clareza o cenário que antes estava muito nebuloso.

Ele disse que o BC está monitorando os volumes e preços do crédito e avisou que, se necessário, tomará novas medidas para melhorar a oferta – se ainda “houver medo dos bancos para emprestar”.

O presidente do BC evitou, no entanto, fazer um prognóstico de quando a situação vai se normalizar para o crédito das empresas e pessoas físicas, mas destacou que os bancos públicos têm maior capacidade de agir mais diretamente, como faz a Caixa agora na crise. “Nós entendemos que o Brasil fez mais cedo e em mais quantidade (liberação de liquidez) e isso deve começar a fluir. Isso não significa que o preço do crédito será como antes. Haverá um prêmio de risco”, disse.

Segundo ele, a dificuldade de o crédito chegar na ponta não é um fenômeno só brasileiro, mas também relatado por vários colegas de BCs de outros países. Campos Neto previu que a possibilidade de o BC entrar no mercado comprando crédito diretamente das empresas, como previsto em proposta que tramita na Câmara, também dará um “poder de fogo incrível” para que esse movimento aconteça. O BC poderá comprar papéis de empresas e, dessa forma, direcionar recursos para as empresas que mais precisam, afirmou.

Controle de capitais

O presidente do BC rechaçou a possibilidade de o governo brasileiro adotar medidas de controle de capitais (de regulação do fluxo da entrada e saída de recursos) para segurar a alta do dólar.

Nas últimas semanas, a moeda derreteu não só no Brasil, mas também em muitos países emergentes. Vários governos começaram a falar em controle de capitais para evitar mais corrosão de moeda, dado que esses países querem continuar cortando os juros. No Brasil, os investidores estavam preocupados com esse risco e a fala de Campos Neto durante o Estadão Live Talks acabou tranquilizando o mercado financeiro. O dólar fechou na segunda, véspera de feriado, em R$ 5,307 em alta de 1,35%.

“Não passa pela cabeça do BC estabelecer política de controle de capitais”, afirmou ele. Para Campos Neto, a alta do dólar no Brasil piora fundamentos econômicos do País, mas o movimento está em linha com o de países emergentes nesse momento.

Depois da fala de Campos Neto, a aposta entre analistas é a de que o BC vai reduzir os juros básicos, atualmente em 3,75% ao ano, em 0,50 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no início de maio.

Na live, o presidente do BC disse que está “muito distante” no Brasil a situação em que a política de juros não faz mais efeito na economia. Essa era uma das preocupações dos investidores, que cobravam nas últimas semanas um corte da Selic diante do cenário de recessão da economia.

“Ele está mais aliviado com o fato de as medidas de liquidez e crédito começarem a surtir efeito. Isso dá tranquilidade para pensar a política monetária mais tradicional, ainda mais que a volatilidade dos mercados está mais baixa”, disse Fábio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset, que acompanhou a live, que teve a participação de colunistas do jornal O Estado de S. Paulo, como a economista Zeina Latif. Para Akira, o destaque foi que a taxa Selic (a redução) voltou a ter prioridade na ação do BC.

Fonte: InfoMoney

 
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