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(Bloomberg) – A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) prometeu taxas mais baixas na renegociação de alguns tipos de dívidas e empréstimos, em ofensiva contra série de medidas no Congresso que têm como alvos as instituições financeiras.

A Febraban enviou cartas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, comprometendo-se a “taxas substancialmente mais baixas” em renegociações de dívidas de cartão de crédito, cheque especial e empréstimos consignados. A proposta visa ajudar 30 milhões de pessoas em meio à atual crise econômica, segundo a carta, vista pela Bloomberg.

Senadores estudam projetos de lei que mais que dobrariam alíquota de impostos sobre lucros bancários e limitariam os juros que eles podem cobrar em modalidades de crédito emergencial. Os congressistas querem ajudar os cidadãos e garantir novas fontes de renda à medida que o Brasil entra em uma recessão histórica. Ainda assim, a legislação bancária pode comprometer as instituições financeiras e acabar reduzindo os empréstimos, segundo Isaac Sidney Menezes, presidente da Febraban.

“As propostas agravam a situação econômica em meio a pandemia, aumentando o custo do crédito e a taxa de inadimplência e reduzindo os empréstimos”, disse Menezes, ex-diretor do Banco Central em entrevista. “Também somos contra o tabelamento de preços dos juros, pois isso prejudicaria a concorrência.”

Uma proposta estabelece teto de 20% ao ano para juros de cartões de crédito e cheque especial. O outro aumentaria a contribuição sobre os lucros bancários de 20% para 50%.

Atualmente, as linhas emergenciais de crédito têm taxas que variam de 150% a 300% ao ano, de acordo com dados do Banco Central. Se aprovada, a legislação deve atingir alguns dos principais bancos do Brasil, segundo Thiago Batista, analista do UBS.

“Calculamos impacto negativo de mais de 19% da receita líquida dos bancos que cobrimos. O Itaú seria o banco mais afetado, pois possui maior participação no mercado de cartões de crédito”, escreveu Batista em relatório. “A magnitude do impacto negativo dos limites máximos no cartão de crédito e no cheque especial é potencialmente significativa e teria um impacto negativo na concorrência e até na disponibilidade de crédito a longo prazo.”

Fonte: InfoMoney.
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(Bloomberg) – Líderes precisam fazer mais para garantir uma recuperação rápida e sustentável da economia global, de acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês).

Em pesquisa com quase 350 profissionais de risco, o grupo com sede em Genebra disse que dois terços identificaram uma recessão prolongada como o maior risco enfrentado pelo mundo atualmente no próximo ano e meio. A pandemia já causou a recessão mais profunda desde a Grande Depressão e provocou uma enorme resposta monetária e fiscal.

O endividamento resultante deve sobrecarregar orçamentos dos governos e empresas por anos, afirmou o relatório. Uma redução do consumo, bem como mudanças nos padrões de produção e concorrência, também podem afetar as empresas. As economias emergentes podem enfrentar crises mais graves, disse o relatório.

O alto desemprego, especialmente entre os jovens, a falta de avanço na redução das emissões de carbono e as desigualdades exacerbadas também são possíveis efeitos colaterais da pandemia. Os ataques cibernéticos e a fraude de dados também são grandes ameaças à medida que a economia se torna mais digitalizada, mostrou o relatório.

“Agora temos uma oportunidade única de usar esta crise para fazer as coisas de maneira diferente e reconstruir melhores economias que sejam mais sustentáveis, resilientes e inclusivas”, afirmou Saadia Zahidi, diretora-gerente do WEF. “Os líderes devem trabalhar uns com os outros e com todos os setores da sociedade para enfrentar riscos conhecidos emergentes e criar resiliência.”

Em janeiro, quando o grupo conduziu uma pesquisa de riscos antes das reuniões anuais em Davos, questões relacionadas ao clima se destacaram como as cinco principais preocupações de longo prazo do grupo. Agora, a lista é principalmente econômica, embora a possibilidade de outro surto global de Covid-19 ou outra doença infecciosa seja uma possível ameaça.

Metade dos entrevistados disse que falências, consolidação de setores, incapacidade de recuperação das indústrias e problemas nas cadeias de suprimentos estão entre as principais preocupações. Restrições ao comércio e ao movimento transfronteiriço de pessoas também preocupam.

Por Bloomberg Brasil

 

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O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou que o calendário da segunda parcela do auxílio emergencial de R$ 600 está em discussão com o presidente Jair Bolsonaro e será anunciado “muito em breve”, com foco no combate às filas nas agências.

Guimarães prometeu que na próxima etapa as “filas serão mais ordenadas”, mas não garantiu acabar totalmente com as aglomerações. Guimarães participa nesta segunda-feira, 11, por videoconferência, de audiência pública da Comissão Mista de Acompanhamento de gastos com a covid-19.

“Nós já reduzimos drasticamente ou terminamos as filas nos últimos sete dias. Certamente é algo muito importante, um foco para a segunda parcela. Não posso adiantar (detalhes) porque estamos fechando ainda com o presidente da República. Vamos anunciar muito em breve”, disse o presidente da Caixa aos parlamentares.

Diante das imagens de pessoas que chegam a dormir na fila para conseguir o auxílio emergencial durante a pandemia, Guimarães responsabilizou a “mídia” por “muitas vezes criar algo que não existe”. Ele reconheceu que a primeira semana de pagamento do auxílio foi mais “intensa”, mas agora diz que as filas foram reduzidas drasticamente.

“Não tem fila mais. E isso não é ontem, não, é desde quarta-feira da semana passada, quando estávamos pagando, sim. E, mesmo na semana passada, as filas terminavam 10h, 11h, 12h. São 4.200 agências. E, certamente, você vai ter 10, 20, 30, 50, 100 em que acaba 13h, 14h. Não é nem de perto uma situação em que as pessoas não vão receber (o auxílio). Se nós não falarmos a realidade fica difícil”, declarou.

Inicialmente, o governo afirmou que o pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial estava previsto entre os dias 27 e 30 abril. Depois, prometeu antecipar o pagamento, mas voltou atrás sobre a antecipação. O novo calendário para a liberação do benefício ainda não foi divulgado.

Em sua apresentação, Guimarães destacou que, até o momento, houve mais de 20 milhões de transações financeiras através da poupança social digital, criada como opção gratuita e isenta de cobrança de tarifas de manutenção para aqueles que querem receber o auxílio. Dessas transações, mais de 7 milhões ocorreram por meio de saque.

Na visão do presidente da Caixa, o número daqueles que optaram pelo saque do auxílio em espécie mostra “o público mais carente”. “São as pessoas que precisam de auxílio mesmo para o saque. Temos 7 milhões de pessoas que irão, sim, para as agências”, disse em referência às filas.

Guimarães afirmou que o Ministério da Cidadania deve receber dados da Dataprev, entre hoje e amanhã, com a resposta com a análise dos pedidos de auxílio para mais de 17 milhões de brasileiros. “Alguns poderão ser pagos, outros terão (o pedido) negado por algum motivo e alguns precisarão de mais tempo para análise”, disse. “Assim que recebermos da Dataprev e do Ministério da Cidadania, precisaremos de dois dias para efetuar o pagamento.”

 

Fonte: Infomoney.

 

 

 
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SÃO PAULO – Após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de cortar a taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, sinalizando nova redução na próxima reunião, em junho, o mercado financeiro voltou a rever suas projeções para a Selic neste ano, estimando ainda menor espaço para a alta dos juros em 2021.

Segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (11), é esperado que a Selic encerre o ano em 2,50%, ante expectativa de 2,75% ao ano no último levantamento. Em junho, os juros devem ser cortados em 0,25 ponto percentual, de acordo com o mercado.

Em 2021, os juros devem encerrar o ano no patamar de 3,50%, frente estimativa anterior de 3,75%, subindo para 5,50% até dezembro de 2022 – sem alterações em relação à última semana.

Em meio à fragilidade da atividade brasileira, impactada pelo coronavírus e por medidas de isolamento social, as expectativas para inflação e crescimento da economia do país também foram novamente reduzidas.

A mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pela 13ª vez consecutiva, englobando uma visão ainda mais pessimista neste ano. Agora, os economistas veem contração da economia brasileira de 4,11% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 3,76%.

Já para 2021, o mercado manteve a estimativa de crescimento de 3,20% da atividade.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta foi cortada pela nona vez consecutiva, desta vez de 1,97% para 1,76%, em 2020. Também houve ajuste na projeção para a inflação de 2021, de 3,30% para 3,25%.

No que tange às previsões para o câmbio, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar se manteve em R$ 5,00, com alta de R$ 4,75 para R$ 4,83, em 2021.

Top 5

Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, houve revisões nas estimativas para inflação e câmbio.

Segundo o relatório do BC, o grupo “Top 5 médio prazo” projeta a inflação medida pelo IPCA em 1,97%, em 2020, e em 3,00%, em 2021, ante previsões anteriores de alta de 1,36% e 3,20%, respectivamente.

A expectativa para o dólar, por sua vez, subiu de R$ 5,30 para R$ 5,35, em 2020, e de R$ 5,10 para R$ 5,30, em 2021.

Já a Selic deve encerrar este ano em 2,50% ao ano e o próximo em 3,88% ao ano, estimativas mantidas em relação à semana anterior.

Fonte: Infomoney.

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Segunda, 11 Maio 2020 17:38

Pandemia acelera mudança em pagamento

A quarentena em função da pandemia da covid-19 trouxe um forte impacto para o setor de meios de pagamentos, com queda no volume de transações para bandeiras, emissores e credenciadoras. Entretanto, o isolamento já começa a desvendar um potencial para acelerar mudanças nos hábitos dos consumidores que aconteciam a passos lentos. Pode-se notar crescimento de pagamentos on-line, via links, por exemplo; aumento da quantidade de transações sem contato, com a tecnologia NFC (“near field communication”); e maior uso das carteiras digitais.

Em todo o mundo, o incentivo às mudanças se dá no ambiente privado, entre consumidores e empresas, enquanto governos resistem em acelerar esse processo ao não envolver as fintechs — disseminadoras de muitas dessas tecnologias — na distribuição de crédito e auxílio emergencial para mitigar os efeitos da crise.

Um estudo feito pela consultoria Bain com mais de 2 mil consumidores brasileiros, em meados de abril, mostrou que 48% deles estão dispostos a mudar a forma de pagar após a quarentena, usando mais cartões e celulares. O percentual aumenta quanto menor a renda, tendo em vista que esses serviços já estão mais disseminados no topo da pirâmide social. Entre o grupo da alta renda, 38% disseram que vão elevar o uso de cartão e celular para pagar, fatia que sobe a 46% na renda média e a 55% na baixa.

A Bain notou que mais consumidores estão experimentando serviços digitais, ao pedir comida e acessar entretenimento por aplicativos, o que está acelerando o uso de pagamentos on-line. “Muitas pessoas estão pela primeira vez acessando esses serviços, o que não aconteceria sem a crise”, diz Antonio Cerqueiro, sócio da Bain.

A credenciadora Cielo, por exemplo, notou aumento no uso do link de pagamento durante a quarentena, que chegou a crescer mais de sete vezes em comparação ao período pré-isolamento. O sistema funciona assim: lojistas e empreendedores encaminham um link via SMS, WhatsApp, e-mail ou redes sociais aos clientes, para que paguem via cartão de crédito ou débito, à vista ou a prazo. Grupos como Ri Happy, O Boticário e Santa Lolla adotaram a solução.

A tecnologia sem contato (“contactless”) também foi disseminada. Dados da Mastercard mostram que os pagamentos por aproximação cresceram quatro vezes em março, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o presidente da empresa, João Pedro Paro Neto, o Brasil tem uma base estimada de 10 milhões de cartões, celulares e ‘wearables’ (relógios e pulseiras) que podem ser usados para pagamentos por aproximação, enquanto a quantidade total de cartões é superior a 350 milhões de unidades, o que mostra o potencial de avanço.

O cartão contacless começou a ser usado recentemente e, portanto, ainda são poucos os clientes com acesso à tecnologia, embora a maior parte do parque de maquininhas esteja preparado — estimativas apontam que 90% dos equipamentos aceitam compras sem contato. Na Mastercard, desde abril de 2019, todos os cartões são emitidos com a tecnologia NFC e, para a base antiga, a troca é feita conforme o vencimento do plástico. Os emissores têm feito as trocas aos poucos, tendo em vista o custo envolvido para distribuir milhões de unidades pelo país afora.

O Banco do Brasil, que tem 11,5% da base de cartões preparada para o NFC, teve aumento de 12% nas compras por aproximação, que evitam o contato físico com a maquininha, entre fevereiro e março deste ano, pré e pós-quarentena. Além disso, notou aumento de 13% das compras com cartões do banco em canais digitais durante as primeiras semanas da quarentena, incluídos aqui e-commerce, mobile ou aplicativos.

O uso de carteiras digitais também tende a crescer depois da crise, para aquelas que têm conseguido maior exposição ao público. O PicPay, controlado pelo Banco Original, tem aumentado substancialmente o número de usuários: antes da crise, eram em média 500 mil ao mês, mas depois da quarentena foram adicionados 3 milhões, no total. O montante resulta de crescimento orgânico, parcerias com governos para distribuição de benefícios, como auxílio merenda do governo de São Paulo, e até patrocínio em lives de artistas.

Apesar de todos esses esforços, o governo federal — no Brasil e em outros países — tem deixado essas carteiras digitais de fora da distribuição dos recursos emergenciais e do crédito a famílias e empresas para mitigar os efeitos do coronavírus. O receio é com a solidez desses negócios em meio a um cenário de menor liquidez no mundo.

“Os governos estão usando mais o canal tradicional, os grandes bancos, mas as fintechs estão provocando a discussão de como podem ajudar”, diz Cerqueiro, da Bain. “O que pesa contra as fintechs é que, com o mercado menos aquecido, o investidor pode estar menos disposto a colocar capital nas fintechs.”

Algumas fintechs têm tentado driblar a situação se tornando mais atrativas. O PagBank, banco digital da PagSeguro, do grupo Uol, vai depositar R$ 20 para clientes que abrirem uma conta gratuita e optarem por ela para receber o auxílio emergencial de R$ 600. Já a Ame Digital, carteira digital das Lojas Americanas, dará “cashback” de R$ 60 para quem transferir o valor e comprar em seu site. “Essa iniciativa segue em linha com o que grande parcela da população precisa: fazer o dinheiro valer mais”, diz Thiago Barreira, diretor da Ame.

https://www.sinfacsp.com.br/noticia/pandemia-acelera-mudanca-em-pagamento-valor-economico

 

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Os bancos Itaú, Bradesco e Banco do Brasil anunciaram na noite desta quarta-feira que vão reduzir a taxa de juro de algumas linhas de crédito para clientes pessoa física e jurídica, seguindo o movimento do Comitê de Política Monetária (Copom) que reduziu a Selic em 0,75 ponto percentual para 3% ao ano.

O Itaú repassará integralmente o corte de 0,75 p.p.. No caso das pessoas físicas, a redução será no empréstimo pessoal, enquanto que para as empresas o corte será na linha de capital de giro. Os novos valores valem a partir de segunda-feira, 11, e variam de acordo com o perfil do cliente e de seu relacionamento com o banco. Em abril, o Itaú também já havia reduzido sua taxa de juro mínima para a linha de crédito imobiliário para 7,3% ao ano + TR.

“Assim como foi feito em todos os demais cortes da Selic anunciados pelo Copom em 2019 e início de 2020, as novas reduções reforçam o compromisso do banco em manter preços competitivos, buscando oferecer sempre a melhor relação custo-benefício para todos os clientes, sem abrir mão do valor agregado em seus serviços e produtos”, diz o banco em comunicado.

O Banco do Brasil anunciou que as linhas de home equity (BB Crédito Imóvel Próprio) e Crédito Estruturado (com garantias), passarão a ter taxas mínimas a partir de 0,88% e de 0,83% ao mês, ante os 0,94% e 0,89% ao mês, respectivamente. Já a taxa de crédito para compra de veículos novos passa de 0,60% a 0,54% ao mês. As linhas de Desconto de Cheques, Desconto de Títulos e ACL passarão a contar com taxas a partir de 1,15%, 0,82% e 0,82% ao mês, ante os 1,21%, 0,88% e 0,88%, respectivamente.

Já o Bradesco divulgou que reduzirá a taxa de juro de suas principais linhas de crédito também a partir de segunda-feira, 11, sem dar mais detalhes dos tipos de empréstimos contemplados.

https://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/com-queda-da-selic-itau-e-bradesco-cortam-juros-de-linhas-de-credito/

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Embora defenda que os bancos não tenham restrições de liquidez para emprestar nesta crise, o co-presidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, afirmou que não faz sentido dar crédito para todos os tipos de negócios. Na opinião do executivo, sob a ótica dos bancos, algumas empresas terão mais crédito e outras menos, uma vez que a economia que surgirá depois da crise será diferente, conforme as mudanças de hábitos e tecnológicas.

“Vamos ter empresas e atividades vencedoras, e outras vão declinar. Temos de aceitar esse ajuste. Não dá para salvar todo mundo”, disse Setubal, em transmissão ao vivo promovida pelo banco. O executivo elogiou o fato de o Banco Central ter tomado uma série de medidas para ampliar a liquidez, uma vez que não pode haver uma situação de falta de recursos para emprestar. “Vemos uma folga de liquidez no sistema e capacidade de emprestar está presente.”

No entanto, ele afirmou que serão necessárias mudanças regulatórias adicionais, como por exemplo a respeito da necessidade de capital do sistema e o nível de provisões, para superar a crise, de maneira temporária, podendo ser modificadas novamente depois. Segundo o executivo, após o Basileia 2, o sistema financeiro elevou o nível de capitalização, o que trouxe o benefício de absorver mais choques.

“O BC terá de reduzir um pouco os níveis de exigência para superar a crise. Questões regulatórias não podem ser limitadores para emprestar.”

Setubal defendeu que o governo apoie principalmente as pequenas empresas, que são por princípio descapitalizadas e têm poucas formas de buscar recursos. Neste caso, ele apontou que as linhas de crédito têm de ter juro subsidiado, grande carência e longo prazo.

Já as grandes empresas, ele afirmou que elas têm mais condições de levantar capital do mercado, principalmente se estiverem em um negócio viável. Renegociações de dívida com essas companhias, segundo o executivo, devem passar por diluição do acionista. “Não tem como. Vamos ter de aceitar coisas como diluição de acionista para viabilizar passagem por esse período. Se as empresas se abrirem para isso, veremos capitalizações.”

Situação frágil

Setubal disse ainda que a redução da taxa básica de juro no país, em meio à pandemia de covid-19, tem pontos positivos e negativos a ser considerados. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic em 0,75 ponto percentual, para 3% ao ano.

“O juro tem um lado muito positivo, que é exatamente o custo financeiro para as empresas mais baixo. Em outras crises, o Brasil tendia a elevar os juros”, afirmou durante transmissão ao vivo organizada pelo banco.

Mas, para ele, "esse juro baixo traz outros problemas, como a questão do câmbio mais desvalorizado.” De acordo com o executivo, o câmbio desvalorizado tem consequências para a economia, traz outro equilíbrio para a balança comercial, as importações e exportações do país, mas é uma realidade que, em sua opinião, veio para ficar. “Não vamos mais ver o real tão valorizado em relação ao dólar. Precisamos ajustar a economia a esse novo patamar de câmbio”, afirmou.

Setubal começou a transmissão dizendo que a crise “veio como um meteoro na terra” e que não é claro como o Brasil – e o mundo – sairá dessa situação. “Enquanto não tivermos uma vacina, não estará claro como vai sair disso. E podemos levar dois anos não só para ter a vacina, mas para ter as pessoas efetivamente vacinadas.” Uma vantagem do Brasil, de acordo com ele, é poder observar outros países que estão à frente no ciclo do coronavírus, baseando-se nas políticas que estão dando certo.

Diferentemente da crise mundial de 2008, o Brasil hoje, na visão de Setubal, encontra-se numa situação mais frágil, com a dívida pública maior e mais alavancagem na economia. O executivo ressaltou que o setor público ocupa 40% da economia brasileira, mas não investe e tem dívida crescente. Ele criticou aumentos de salários programados ao setor público, em meio à crise, quando o restante do Brasil tem perdido renda. “A bolsa caiu, o câmbio desvalorizou, os salários estão sendo reajustados. E o setor público está aprovando aumentos programados de salário para os próximos anos, como se nada estivesse acontecendo”, disse. “Vamos ver o setor público maior do que é hoje após a crise, com o agravante da situação fiscal complicada. E o setor privado, que já perdeu renda, vai ter elevação de imposto para bancar esse aumento.”

Setubal indica a busca pelo crescimento econômico como o caminho para solucionar os problemas, inclusive sociais, do país. O mundo cresce, em média, 3% ao ano, enquanto o Brasil não cresceu nada nessa última década e, anteriormente, crescia a um passo de 2% ao ano. “Precisamos retomar o crescimento, o que passa por reformas.”

(Esta reportagem foi publicada na íntegra e originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/05/07/com-medidas-de-bc-vemos-folga-de-liquidez-no-sistema-e-capacidade-de-emprestar-diz-setubal.ghtml

 

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O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro encolheu 3,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019, sofrendo a maior contração numa série histórica iniciada em 1995, em meio ao impacto da pandemia do novo coronavírus, segundo dados preliminares divulgados hoje pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o PIB do bloco recuou 3,3% entre janeiro e março.

Os resultados vieram em linha com as previsões de analistas consultados pelo The Wall Street Journal.

Em termos anualizados, a economia da zona do euro registrou um tombo de 14,4% no primeiro trimestre, informou a Eurostat.

Itália

O PIB da Itália sofreu contração de 4,7% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019, evidenciando os efeitos da pandemia, segundo dados preliminares divulgados hoje pelo Istat, como é conhecido o instituto de estatísticas do país.

O resultado, no entanto, ficou acima da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 5% no período.

Na comparação anual, o PIB italiano encolheu 4,8% entre janeiro e março. Neste caso, a previsão era de queda de 5,2%.

França

Já o PIB da França sofreu contração de 5,8% no primeiro trimestre de 2020 ante o quarto trimestre de 2019, a maior da história, segundo dados preliminares divulgados hoje pelo Insee, como é conhecido o instituto de estatísticas do país.

O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam queda de 4,2% no período.

Como o PIB francês já havia encolhido 0,1% no último trimestre do ano passado, a economia do país entrou em recessão técnica com o resultado dos primeiros três meses de 2020.

Em relação ao mesmo intervalo de 2019, o PIB da França sofreu um tombo de 5,4% entre janeiro e março, informou o Insee.

Espanha 

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) da Espanha registrou queda de 5,2% no primeiro trimestre ao novo coronavírus. No quarto trimestre de 2019, o país cresceu 0,4%.

O INE destacou em um comunicado que a estimativa provisória pode passar por uma revisão “de uma magnitude maior que a habitual” pela dificuldade de elaborar estatísticas precisas em meio ao rígido confinamento da população, em vigor desde 14 de março.

A Espanha teve crescimento de 2% do PIB em 2019.

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SÃO PAULO – No início de 2020, boa parte das casas de análise desaconselharam investimentos em bancos tradicionais, citando maiores dificuldades e margens pressionadas à medida que o Banco Central melhorava o ambiente competitivo para as fintechs no país. Com o coronavírus, porém, o jogo mudou de figura – e os disruptores entram em seu primeiro teste de fogo.

Em relatório, o analista Jorge Kuri, do Morgan Stanley, avaliou os impactos de consequências da crise em empresas financeiras da era digital – principalmente as que ainda não tiveram tempo de estabelecer uma reputação no mercado.

“Vemos um período agudo entre três e seis meses de problemas se amontoando, seguidos de algo entre 12 e 18 meses de lenta recuperação”, diz o parecer.

Para o Morgan, empresas “amplamente estabelecidas”, como PagSeguro, Stone, XP e Original não são o grande alvo de preocupação. Dessas, as mais dependentes de crédito em seu core business, como Nubank, Creditas e Banco Inter serão “testadas”, mas devem se sair relativamente bem, na visão do time de analistas.

“Nossa preocupação é especificamente com as outras 95% das companhias, as centenas de pequenas e médias fintechs“, cuja sobrevivência está de fato em risco pela profundidade da recessão e desafios consequentes. Dentre as consequências da quarentena para a economia que abalam o ecossistema, as mais graves, na visão deles, são três (a seguir):

O menor apetite a risco pelos fundos de venture capital e investidores em geral, o que, quando não inviabiliza financiamentos, aumenta os juros significativamente.

Esse fator afeta todas as categorias de fintechs, e não só as de crédito, já que startups em geral necessitam de financiamento externo em seus primeiros anos de existência.

Em 2019, o investimento em fintechs no país totalizou US$ 936 milhões, 35% do total registrado em venture capital para startups em geral, de acordo com a Data Miner.

Uma alta abrupta da inadimplência, principalmente entre os consumidores “subprime” – que são justamente o público-alvo dessas empresas.

O Boletim Focus mais recente aponta para recessão de 3,34% para o PIB brasileiro este ano, mas o Morgan “não se surpreenderia” com uma queda da ordem de 5%. Isso significa que os clientes que tomam crédito nessas fintechs, em geral pessoas com maior dificuldade em encontrar subsídios em grandes bancos por terem perfil de crédito de menor qualidade, verão queda abrupta na receita.

A média de crescimento da inadimplência em cartões de crédito para 15 países nas crises dos últimos 10 anos foi de 47% entre seis e nove meses após o início da recessão.

O relatório exemplifica a gravidade deste ponto com Banco Inter, onde 71% dos novos empréstimos nos últimos 12 meses são oriundos de cartões de crédito – estes emitidos, em sua maioria, para clientes sem relação anterior com a instituição.

Queda nos volumes e no crescimento de receitas com menos investimentos e aumento da preferência pela segurança de instituições financeiras já estabelecidas

Dado o cenário descrito nos itens anteriores, “as fintechs serão forçadas a focar em preservação de capital e crescer vagarosamente – exatamente o oposto do que vêm fazendo desde o início”, lembrou o Morgan – ou seja, fatalmente menos capital será investido na atração de clientes.

Outro agravante e que momentos de crise como este podem gerar desinteresse por parte dos clientes, principalmente porque muitos deles usam as empresas novatas como segunda conta, mantendo o relacionamento com bancos tradicionais. Com isso, o Morgan avalia o risco de um flight-to-safety (alusão ao termo flight-to-quality usado principalmente no mercado imobiliário), ou seja, uma busca pela segurança dos players maiores.

Quem sai ganhando?

O Brasil tem a maior indústria de fintechs da América Latina, aponta pesquisa da Fintech Lab. Em 2019, operavam 529 empresas financeiras baseadas em tecnologia no país, sendo a vertical de pagamentos a mais relevante, com 151 representantes. Crédito, a frente que deve ser mais afetada, aparecia em segundo lugar, com 95 representantes. De todas, 61% das fintechs brasileiras operam há três anos ou menos e cerca de 48% têm até 10 funcionários.

A queda dessas centenas de pequenas e jovens empresas pode levar grandes instituições a recuperar parte do terreno perdido e sair fortalecidas da crise. “Ainda que poucas [fintechs] tenham fatia de mercado relevante, a imensa quantidade de novos pequenos empreendimentos estava evidentemente impactando volumes e preços”, aponta Kuri.

Por sua vez, essas fintechs já estabelecidas podem observar uma janela interessante para fusões e aquisições, “mas a preservação de capital pode limitar a consolidação entre disruptoras”.

Do ponto de vista de investimentos, o relatório aponta ações de grandes bancos e fintechs estabelecidas (como Stone e PagSeguro) como bons jogadores para uma carteira que queira aproveitar esse movimento. Desaconselha, entretanto, o investimento em Banco Inter (BIDI4), cujo modelo de negócio é “aparentemente difícil de monetizar”.

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A discussão entre a conveniência de se andar com um servidor literalmente embaixo do braço ou então ter todos os negócios da empresa à mão de executivos e colaboradores, em qualquer hora ou lugar, está passando por um autêntico campo de provas, frente à Covid-19 e suas múltiplas consequências.

Lidar com um dos produtos mais fungíveis que existem – o dinheiro próprio e o alheio – requer uma mobilidade toda especial em horas como estas, que servem, dentre outras coisas, para desmascarar certas gambiarras relativamente bem-sucedidas em momentos mais tranquilos.

Diante das justificáveis restrições de locomoção vividas por todos atualmente, o que têm transformado em quase “crime lesa pátria” o deslocamento diário de casa ao escritório, por exemplo, vem à tona com toda a intensidade a importância de os sistemas que atendem factorings, securitizadoras, FIDCs e fintechs, assim como várias outras modalidades de instituições financeiras regidas pelo Banco Central, estarem em sintonia com uma realidade presente em alguns dos segmentos mais competitivos da nossa economia.

Foi o que sentiu na carne, há cerca de dois anos, Nicolau Jorge Neto, sócio da Fidúcia Financiamentos, de Sorocaba (SP), quando sua empresa, que já operava como Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCM), passou também a ser um banco de retaguarda perante o BACEN, o chamado “Banking as a Service”, e ainda, mais recentemente, uma instituição de pagamento.

“Com essa complexidade de operações, seria impossível trabalhar hoje em dia da forma analógica, como quando o negócio começou, há 18 anos”, reconhece Nicolau, para quem o momento atual serve apenas para reforçar certezas assim.

“Nossa equipe hoje está toda em home office. Se estivéssemos ainda com um software local, as coisas estariam bem mais complicadas, nossas operações simplesmente travariam”, acrescenta o executivo, lembrando uma de suas máximas: “na prestação de serviço ou você é tecnológico ou não é nada”.

Para Rodrigo Guerra, acionista da paulistana Renova Investimentos, o quadro é semelhante. Responsável pela gestão de FIDCs, fundos multimercado e uma securitizadora, sua empresa começou 15 anos atrás trabalhando em cima de planilhas, depois teve servidor próprio, mas aos poucos foi se conectando.

“Nós participamos do projeto de criação do ‘motor de crédito’, sistema especialista em serviços de análise e concessão neste campo (DEPS), que simplesmente não se conectava a outras soluções que usávamos”, relembra o profissional em sistema financeiro, com formação acadêmica em marketing.

Igualmente decisivo para a escolha em favor da nuvem na Renova foi a mobilidade proporcionada pelo sistema, “sem a qual ficaria impossível crescer”, pondera. “Como tocar o negócio, se cada fundo tiver um servidor e nada se conectar entre si? ”, acrescenta o profissional.

Em sua análise, a crise atual é um exemplo gritante disto, pois em plena tarde da última quinta-feira, ele, seus sócios e toda a equipe trabalhavam cada um de um lugar, como se fosse um dia de expediente normal.

Mas, no seu entender, as vantagens não param por aí.  Segurança de dados, compatibilidade com novas tecnologias, facilidade de integração com o motor de crédito e qualidade da inteligência embarcada – incluindo a utilização de aplicativos – são pontos igualmente notáveis, sem falar na quantidade de dados analíticos, por ele definida como fantástica.

Por sua vez, Ricardo Mendes, da mineira RBM Web, softwarehouse parceira na área de sistemas inteligentes tanto da Fidúcia quanto da Renova, e mais de 200 outras instituições com perfis semelhantes – a exemplo do SINFAC-SP – operar sem as amarras de servidores locais é uma tendência irreversível no setor financeiro e tantos outros que não abrem mão de ter seus dados acessados sem qualquer barreira de tempo ou espaço.

Segundo ele, todos os módulos da RBM Web (back office, operacional, contábil, financeiro, cobrança e correspondente bancário) já nasceram 100% na nuvem. “E isto 15 anos atrás, quando a Internet ainda era lenta e fibra ótica beirava a ficção científica”, arremata o especialista, sem disfarçar seu orgulho. 

Fonte: Reperkut

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