SÃO PAULO – Com preocupações crescentes em relação aos impactos recessivos do coronavírus sobre a economia brasileira, o mercado financeiro vê um menor espaço para a alta da Selic nos próximos dois anos. No relatório Focus, divulgado pelo Banco Central na manhã desta segunda-feira (27), as projeções para a taxa básica de juros foram reduzidas de 4,50% para 4,25% ao ano, ao fim de 2021, e de 6,00% para 5,88% ao ano, em dezembro de 2022.
Para este ano, contudo, a projeção para a Selic foi mantida em 3,00% ao ano, o que implica um corte de 0,75 ponto percentual em relação ao patamar atual.
Em meio a medidas de isolamento social visando minimizar a disseminação do coronavírus, as expectativas para inflação e crescimento da economia do país também foram novamente reduzidas.
A mediana das projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu pela 11ª vez consecutiva, englobando uma visão ainda mais pessimista neste ano. Agora, os economistas veem uma contração da economia brasileira de 3,34% em 2020, ante expectativa anterior de retração de 2,96%.
Em 2021, o mercado espera que a atividade cresça 3,00%, também abaixo da expectativa anterior, que previa uma expansão de 3,10%.
Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção de alta ainda foi cortada pela sétima vez consecutiva, de 2,23% para 2,20%, em 2020, e mantida em 3,40%, em 2021.
No que tange às previsões para o mercado cambial, o relatório Focus revelou que a estimativa para o dólar se manteve em R$ 4,80 neste ano, e a expectativa para 2021 teve alta pela sexta vez consecutiva, desta vez de R$ 4,50 para R$ 4,55.
Entre os economistas que mais acertam as previsões, reunidos na categoria “Top 5” do relatório Focus, as estimativas para a Selic, inflação e câmbio foram mantidas.
Segundo o relatório do BC, o grupo “Top 5 médio prazo” projeta a Selic encerrando 2020 em 2,50% e 2021, em 3,88% ao ano. Já a inflação medida pelo IPCA deve corresponder a 1,56%, neste ano, e 3,10%, no próximo.
A previsão para o dólar, por sua vez, é de que a moeda americana fique no patamar de R$ 5,08, em 2020, e em R$ 5,20, em dezembro de 2021.
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