Brasilia – No primeiro bimestre desse ano, foram abertas em todo o País 98,1 mil micro e pequenas empresas (MPEs), número 1,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2020. Desse universo, 55,9 mil, o que corresponde a 57%, foram abertas no mês de janeiro. As informações constam em levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com base em dados da Receita Federal.
Apesar de janeiro ter apresentado um crescimento de 12,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, o baixo desempenho na abertura de empresas em fevereiro puxou o resultado do bimestre para baixo. No segundo mês desse ano, houve uma retração de 15,8% em relação ao mês de fevereiro de 2020 na abertura de novos negócios.
De acordo com o presidente do Sebrae, Carlos Melles, esse declínio de abertura de empresas de micro e pequeno porte em fevereiro pode retratar as dificuldades que os empreendedores estão tendo devido ao avanço da pandemia no País, desde o final do ano passado. “Voltamos a conviver com medidas mais restritivas do comércio nos estados e isso impacta diretamente no desempenho dos pequenos negócios no país, principalmente os ligados aos ramos de alimentação e vestuário”, frisou Melles.
Ao analisar o desempenho da abertura dos pequenos negócios por atividade, em fevereiro, dos 20 segmentos com maior registro de abertura, 18 registraram queda significativa em relação ao mesmo período de 2020. Entre eles estão as atividades de lanchonetes e similares, com queda de 37% e restaurantes, menos 34%. O comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, como por exemplo mercearias e minimercados, caiu 26% e o de vestuário, 24%.
Apenas duas atividades apresentaram aumento de abertura de empresas em fevereiro. A de consultoria em gestão empresarial, que subiu 6%, e a atividade de corretagem, compra e venda e avaliação de imóveis, que apresentou aumento de 4% em fevereiro deste ano. (ANS)
Abertura de negócio no Brasil é um desafio
Brasília – O Brasil está entre os 15 piores países do mundo em facilidade para abrir empresas, segundo um estudo do Banco Mundial (Bird). Este processo é desafiador tanto pela burocracia como também pela falta de estabilidade do mercado, com algumas barreiras que podem deixar esse processo um pouco mais longo do que se imagina. Esses fatores podem desanimar muitos empreendedores.
A especialista em empreendedorismo Juliana Guimarães pontuou algumas dificuldades enfrentadas por quem tem o desejo de ter seu próprio negócio. “Sabemos que aqui no Brasil muitos de nós começamos a empreender não por oportunidade, mas por necessidade. O cenário agora, inclusive impactado por uma crise sanitária, acaba induzindo o novo empreendedor, empreender sem ter tido um tempo razoável para se planejar e fazer o processo de transição”, avaliou.
Apesar dessas barreiras, existem cinco cidades que se destacam quando o assunto é empreendedorismo no Brasil. São Paulo se sobressai pela disponibilidade de recursos, seguida de Florianópolis, Vitória, Curitiba e Joinville, que ganharam o mercado pela inovação e capacitação como polos de negócios. Completando o top 10 temos ainda Rio de Janeiro, Campinas, Maringá, Belo Horizonte e São José dos Campos.
Como campeã do ranking, a capital paulista é a primeira megalópole brasileira e como principal ponto positivo a disponibilidade de recursos para investir nas empresas, o que é fundamental para a continuação dos negócios. Na escala de 0 a 10, a cidade apresentou nota 9,8.
Entre os índices analisados para o ranking de cidades empreendedoras estão: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura empreendedora. Mesmo diante do cenário desfavorável houve avanços que facilitaram o empreendedorismo no País. Em 2019, o Brasil foi o 36º País que mais avançou em liberdade econômica, alcançando a 144º posição no ranking da Heritage Foundation. A desburocratização promovida pela Lei da Liberdade Econômica, o País inverteu a trajetória de queda que já durava quase 15 anos. (Brasil 61)
https://diariodocomercio.com.br/legislacao/formalizacao-de-micro-e-pequenas-empresas-tem-queda-de-17-no-pais/
Por Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor — São Paulo
O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou nesta terça-feira que considera adequada para a sua próxima reunião uma nova alta de 0,75 ponto percentual da Selic.
“O Comitê avaliou que, para a próxima reunião, seria adequada a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário, com outro ajuste da mesma magnitude”, disse na ata referente à reunião da semana passada, quando subiu a taxa de juros de 2% ao ano para 2,75%.
No entanto, o colegiado também destacou que essa avaliação a respeito do próximo encontro “pode ser alterada caso haja uma mudança significativa nas projeções de inflação ou balanço de riscos”. Isso, porque, “em última instância a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação”.
Segundo o Copom, a alta de 0,75 da Selic na reunião passada, “mais célere” do que o esperado, “é compatível com o cumprimento da meta no horizonte relevante mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social”.
Inflação
O Copom diz que reproduziu o seu balanço de riscos para a inflação, afirmando que ele inclui fatores tanto altistas quanto baixistas.
“Por um lado, o agravamento da pandemia pode atrasar o processo de recuperação econômica, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado”, afirma o documento.
“Por outro lado, um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco”, afirma.
“O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.”
Economia
O Copom diz que a recuperação econômica surpreendeu positivamente. “A despeito da redução parcial dos programas governamentais de recomposição de renda, a retomada econômica surpreendeu positivamente”, afirma a ata.
Os membros do comitê, contudo, “notaram que os últimos dados disponíveis ainda não contemplam os possíveis efeitos do recente e agudo aumento no número de casos de Covid-19, e que assim há bastante incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia no primeiro e segundo trimestres deste ano”.
O documento afirma que, prospectivamente, “o comitê avaliou que uma possível reversão econômica devido ao agravamento da pandemia seria bem menos profunda do que a observada no ano passado, e provavelmente seria seguida por outra recuperação rápida”.
Para o Comitê, diz a ata, “o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”.
Por Valor — São Paulo
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 9,8 pontos em março, para 68,2 pontos, o menor nível desde maio de 2020 (62,1).
“A forte queda da confiança dos consumidores é resultado do recrudescimento da pandemia de covid-19 em todo o país e do colapso do sistema de saúde em várias cidades. A campanha de imunização do Covid-19 no país segue lenta, enquanto o número de hospitalizações e mortes por dia avança rapidamente, levando estados e municípios a adotar medidas de restrição à circulação de pessoas. Os consumidores percebem a piora da situação econômica atual com sérios riscos ao emprego e à renda e são também afetados psicologicamente pelo medo de contrair a doença e pela necessidade de isolamento social”, diz Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens da FGV, em comentário no relatório.
Em março, houve piora tanto da percepção dos consumidores em relação ao momento presente quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 5,5 pontos, para 64 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE) despencou 12,3 pontos, para 72,5 pontos. "Nota-se, portanto, que a queda no ICC no mês está atrelada de modo mais significativo ao aumento do pessimismo com respeito às expectativas para os próximos seis meses", observa a FGV.
Entre os quesitos que medem o grau de satisfação com a situação atual, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral diminuiu 3,7 pontos em março, para 70,3 pontos, menor valor da série iniciada em setembro de 2005. Seguindo a mesma tendência, o indicador que mede a satisfação sobre as finanças pessoais caiu 7 pontos, para 58,5 pontos, o menor nível desde abril de 2016 (56,8).
Com relação às expectativas, o indicador que mede as perspectivas para a economia nos próximos meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança e em março ao cair 15 pontos, para 92,1 pontos, menor patamar desde maio de 2020 (91,3 pontos). Em razão do pessimismo em relação ao ambiente econômico, os consumidores projetam uma situação difícil para as finanças familiares nos próximos meses, com baixa de 7,9 pontos no indicador de referência, que recuou 82,3 pontos, menor nível desde junho de 2020 (80,3 pontos). As perspectivas negativas aumentam a cautela dos consumidores e reduzem seu ímpeto para compras. O indicador que mede o ímpeto de compras de duráveis caiu 12,6 pontos, para 46,6, o nível mais baixo desde junho de 2020 (37,6).
A análise por faixas de renda revela piora da confiança em todas as faixas de renda, mas com maior intensidade nas famílias de renda mais baixa. Entre famílias com renda até R$ 2.100, o ICC despencou 11,8 pontos em março, para 63,5 pontos. Os valores registrados para todas as faixas de renda em março são os menores desde maio de 2020.
O levantamento coletou informações de 1.644 domicílios entre os dias 1º e 20 de março.
Por Mônica Scaramuzzo, Valor PRO — São Paulo
Empresários e banqueiros reuniram-se ontem com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para discutirem como o setor privado pode ajudar o governo na coordenação da distribuição de vacinas.
O encontro foi na casa de Washington Cinel, dono da empresa de segurança Gocil, e contou com a presença do fundador do BTG Pactual, André Esteves, e do presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. Executivos de empresas, como Ambev, e donos de farmacêuticas, como Carlos Sanchez (EMS), também estiveram presentes. O empresário Abilio Diniz, acionista do Carrefour, e Flávio Rocha, dono da Riachuelo, participaram do jantar à distância, por Zoom.
Apesar da queda histórica de 4,1% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2020, motivada pela pandemia de coronavírus, o último trimestre do ano trouxe sinais alentadores na economia. Pelo lado da demanda, o investimento privado teve expansão de 20%, enquanto no lado da oferta, serviços (2,7%) e indústria (1,9%) terminaram a temporada em alta. No entanto, com o agravamento da crise sanitária no início de 2021, a continuidade da retomada é incerta.
Com o país batendo recordes de infectados e de óbitos por covid-19, a perspectiva para o primeiro trimestre deste ano mudou, na avaliação do coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV), Emerson Marçal. O economista acredita em queda do PIB nos primeiros três meses, ainda que em menor intensidade do que a verificada no período mais crítico de 2020.
- A economia estava em um bom momento no último trimestre de 2020, mas o problema é que agora a maré virou. Este ano poderá ser um repeteco de 2020, ainda que em menor escala. Um primeiro semestre muito difícil e um segundo semestre de recuperação - resume.
Sem o avanço da vacinação da população, a avaliação é que o coronavírus seguirá impactando a economia.
- Quanto mais rápido conseguirmos vacinar, mais rápido vamos sair da crise - sintetiza Guilherme Stein, economista e professor da Unisinos.
O economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini, lembra que, além da pandemia, outros fatores, como o avanço de reformas estruturais e a situação fiscal do país, podem influenciar o ritmo de recuperação da economia em 2021. Agostini ainda destaca que a “falta de coesão” dentro do governo, com discursos opostos entre a equipe econômica e outras áreas, também pode atrapalhar a retomada.
A projeção do mercado, segundo o relatório Focus, do Banco Central, é de crescimento de 3,29% no PIB brasileiro neste ano. Em nota informativa divulgada nesta quarta-feira (3), o Ministério da Economia sinaliza que “a atividade econômica seguirá crescendo em 2021”, mesmo que “incertezas econômicas continuem elevadas e, principalmente, o primeiro trimestre será desafiador”.
https://gauchazh.clicrbs.com.br/economia/noticia/2021/03/
O brasileiro vai ter mais dinheiro disponível para financiamentos e empréstimos neste ano, mas o crescimento vai ser bem menor do que no ano passado. O total previsto para crédito neste ano é de R$ 4,3 trilhões, alta de 7,3% em relação a 2020, segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Isso é menos da metade do que foi a alta de 15,5% em 2020 na comparação com 2019. Só que isso ainda pode piorar. A previsão de alta de 7,3% foi feita no começo do ano, mas como a pandemia de covid-19 está piorando, a vacinação está lenta e a economia vai mal, a Febraban já prevê que o crédito possa crescer menos ainda (não se sabe quanto). E não é porque os bancos não queiram emprestar, mas é porque as pessoas vão procurar menos para evitar dívidas.
Os R$ 4,3 trilhões previstos para este ano compõem a chamada carteira de crédito. Ela é formada por todo o dinheiro envolvido em crédito: são os empréstimos já feitos (e que ainda estão sendo pagos), mais os novos financiamentos a serem concedidos.
Brasileiros vão procurar menos empréstimos
A crise econômica provocada pela covid-19 em 2020 levou o Brasil a ter a maior queda do PIB (Produto Interno Bruto) e já afetou os ganhos dos principais grupos financeiros, que apresentaram ano passado o menor lucro desde 2016.
Mas segundo o economista-chefe da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Rubens Sardenberg, esse não é o motivo da desaceleração do crédito em 2021. O problema, afirma ele, é a dificuldade do país em retomar o crescimento em meio ao prolongamento da pandemia.
"Os retornos caíram em 2020 porque os bancos fizeram muitas provisões [separaram dinheiro para calotes]. Mas no fim a inadimplência não foi tão ruim. Os bancos já tiveram recomposição do capital e têm liquidez para ampliar a carteira de crédito neste ano. Mas a questão determinante é a demanda. "
Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban - Federação Brasileira de Bancos
Inadimplência e margens no crédito
Spread é a diferença entre o custo do dinheiro que o banco capta para emprestar e o que ele cobra do cliente. Segundo o Banco Central, o spread bancário em 2020 caiu de 17,8 pontos percentuais para 14,5 pontos percentuais.
O spread dos bancos é o que sobra depois que eles pagam custos, incluindo impostos, e, o que sobra, vira lucro. Uma parte dos custos do setor é o capital usado para cobrir os calotes. E em 2020, a inadimplência caiu de 2,9% para 2,1%.
Segundo o superintendente de assessoria econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Everton Gonçalves, o cenário básico para 2021 deverá ser pior em relação ao do ano passado com relação às taxas médias de juros e inadimplência, considerando pioras no endividamento e comprometimento de rendas das famílias e na geração de caixa pelas empresas.
"A retirada de uma série de estímulos e incentivos terá impacto na dinâmica do crédito que deverá apresentar uma desaceleração em 2021. Pelo lado da oferta, o final da isenção do IOF nas operações, o aumento da CSLL e a elevação dos prêmios de risco na taxa futura de juros significará aumento importante no custo das instituições. Este processo tende a ser agravado pelos efeitos da 2ª onda da covid e com a provável elevação da taxa de inadimplência. "
Everton Gonçalves superintendente de assessoria econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos)
Ano passado, a carteira total de crédito no país cresceu 15,5% e atingiu R$ 4,02 trilhões. Mas nesse aumento estão incluídas as rolagens de dívidas. Já as novas operações, ou seja, as concessões de empréstimos realizadas em 2020 somaram R$ 197 bilhões, um total 5,7% maior que em 2019.
Para este ano, a carteira total de crédito deve apresentar crescimento de 7,3% em 2021 em relação a 2020, segundo projeções dos bancos apuradas pela Febraban em uma pesquisa com 21 instituições financeiras, entre os dias 27 de janeiro e 2 de fevereiro.
Avanço da covid-19 e vacinação lenta geram pessimismo
Essa expansão já é menor que a apurada em 2020. Mas o economista-chefe diz que esse cenário traçado no começo de fevereiro deve piorar ainda mais.
Desde lá, os casos de brasileiros com covid-19 e as mortes provocadas pela doença cresceram para números recordes e as ocupações de leitos nos hospitais bateram 100% em vários estados.
Prefeitos e governadores foram obrigados a retomar medidas de restrição à circulação de pessoas numa tentativa para conter a tragédia. E a vacinação, no ritmo atual, não será capaz de imunizar a população este ano, segundo especilaistas.
Os bancos trabalhavam com a expectativa de que a vacinação poderia ajudar no controle da pandemia, acelerando a retomada da economia. E, com isso, haveria um crescimento do crédito. Mas o que está acontecendo é uma vacinação lenta e a pandemia avançando, aponta o economista-chefe da Febraban.
"A gente tinha um cenário de taxas de juros e spreads estáveis, com retomada da atividade econômica e expectativa de inadimplência estável. Ou seja, era um panorama otimista. Agora, vemos que aumentou o risco de termos um primeiro semestre mais fraco. Vamos depender mais de nossos problemas internos, já que o ambiente externo é positivo, com oferta de dinheiro e juros baixos no mundo. "
Rubens Sardenberg, economista-chefe da Febraban - Federação Brasileira de Bancos.
"Para pessoa física, o empréstimo consignado deve ter boa performance em 2021. Não é provável uma retomada no financiamento de automóveis. Dada a ociosidade no mercado de trabalho, o financiamento imobiliário deverá arrefecer. Para empresas, o desempenho deve ser melhor para operações de capital de giro e a antecipação de recebíveis que deverá se beneficiar da implementação do novo arcabouço para o registro de recebíveis."
Everton Gonçalves superintendente de assessoria econômica da ABBC (Associação Brasileira de Bancos)
Variação do dólar também atrapalha
Para o economista Roberto Troster, especialista em setor bancário pós-graduado em banking pela Stonier School of Banking, outro problema para a oferta de crédito neste momento é a grande variação do dólar.
Segundo ele, o Banco Central deveria atuar para reduzir as variações diárias que a moeda americana tem apresentado.
"Há dúvidas sobre taxas de câmbio e de crescimento. Um ambiente de dólar alto e volátil com crescimento econômico baixo é ruim para a oferta de crédito. Nesse ambiente, os bancos devem assumir uma postura mais conservadora para emprestar."
Roberto Troster, sócio da consultoria Troster & Associados
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/03/08/credito-em-2021-desacelera-com-reacao-da-economia-ameacada.htm
Por Marcelo Ribeiro e Raphael Di Cunto, Valor — Brasília
Após derrubar uma série de requerimentos de obstrução, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quarta-feira o texto-base da proposta de emenda constitucional (PEC) Emergencial em primeiro turno. Votaram a favor 341 parlamentares, enquanto 121 foram contrários e 10 se abstiveram.
Para concluir a primeira etapa de votação, os deputados ainda precisam analisar os destaques que foram apresentados com sugestões de alterações, o que acontecerá apenas nesta quarta-feira (10). Depois disso, a PEC ainda precisará ser aprovada em segundo turno antes de ir à promulgação, o que destravará o envio da Medida Provisória (MP) do auxílio emergencial pelo governo ao Congresso.
A sessão começou na terça-feira (9) e foi encerrada na madrugada desta quarta-feira. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), marcou a análise dos destaques e a votação em segundo turno da PEC para esta quarta, a partir de 10h.
O dia foi marcado por articulações para evitar que o relator Daniel Freitas (PSL-SC) fizesse alterações no texto do Senado apesar de pressões do presidente Jair Bolsonaro para que mudanças fossem realizadas no parecer.
Alertados pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que mudanças para afrouxar a PEC Emergencial tornariam “impossível segurar juros e inflação”, os partidos aliados ao governo na Câmara decidiram ignorar a pressão de Bolsonaro para criar exceções ao congelamento de salários para beneficiar os policiais, base eleitoral dele, e tirar o corte de incentivos tributários.
O acordo entre os líderes partidários foi aprovar o projeto sem alterações e, com isso, acelerar o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial.
A PEC permite o pagamento de uma nova rodada do auxílio emergencial no valor de até R$ 44 bilhões sem precisar respeitar as regras fiscais, como necessidade de cortar outros gastos para encaixar essa despesa no Orçamento.
A equipe econômica estima que, com isso, será possível pagar o benefício em valores entre R$ 175 e R$ 350 por quatro meses, de março a junho.
Em troca, a proposta cria regras para congelamento automático de despesas quando a maioria das receitas do governo (95%) estiver comprometida com gastos obrigatórios.
Bolsonaro pressionou, segundo os parlamentares, por três alterações no texto que foi aprovado pelo Senado na semana passada. Queria retirar a proibição a progressões e promoções automáticas na carreira dos servidores públicos e tirar do congelamento dos salários as forças de segurança pública quando for acionado o gatilho de contenção de despesas e suprimir a exigência de que ele terá que enviar um plano para redução dos incentivos tributários e benefícios fiscais para o Congresso até seis meses após a promulgação da PEC.
Neste último ponto, deputados negociavam com o governo deixar de fora dos cortes a Lei da Informática.
Lira organizou um café pela manhã com o relator da PEC Emergencial, os líderes partidários e o presidente do Banco Central.
De acordo com os relatos, Campos Neto alertou que as mudanças seriam má vistas pelo mercado por significarem e interpretadas como falta de compromisso com as reformas econômicas. O descontrole da inflação, avisou, prejudicaria principalmente a população mais pobre, alvo do auxílio. Os partidos decidiram, então, manter o texto do Senado.
Lira e Freitas foram ao Palácio do Planalto se encontrarem com Bolsonaro para avisar dessa decisão. “Chegamos à conclusão que esse é o momento que devemos olhar para o país e não para as corporações de uma classe ou outra”, afirmou o relator.
Por André Ramalho, Valor PRO — Rio
Num ano em que o setor de transportes foi fortemente impactado pela pandemia de covid-19, a BR Distribuidora encerrou o exercício com alguns sinais de melhora nos indicadores operacionais e financeiros. A companhia registrou, no quarto trimestre um lucro líquido de R$ 3,15 bilhões, ante os ganhos de R$ 96 milhões apurados no mesmo período de 2019.
O resultado foi impulsionado por efeitos não recorrentes, como o reconhecimento de crédito de PIS/Cofins no valor de R$ 647 milhões e o ganho atuarial pela mudança no plano de saúde da companhia (R$ 2,13 bilhões). Com os ganhos, a empresa fechou 2020 com lucro de R$ 3,9 bilhões, alta de 76,6% frente ao ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1,62 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 70,6% na comparação anual. No ano, o Ebitda ajustado cresceu 21,7%, para R$ 3,811 bilhões.
“A maior prova de que estamos no caminho certo é que conseguimos entregar já no ano passado a rentabilidade que era esperada apenas para 2021”, destacou a administração da empresa, em mensagem aos acionistas.
A margem Ebitda, por sua vez, subiu 64,8% no quarto trimestre, para R$ 157 o metro cúbico. No ano, o crescimento foi de 33%, para R$ 104 o m3. De acordo com a companhia, o alcance de um novo patamar de margens foi possível graças ao aumento de eficiência de despesas, que alcançou a marca de R$ 1 bilhão ao ano de redução em comparação com 2019.
As receitas líquidas totalizaram R$ 24,29 bilhões entre outubro e dezembro, 0,6% a mais que o apurado em igual período de 2019. Num ano fortemente impactado pelos efeitos da pandemia de covid-19, as receitas acumuladas em 12 meses recuaram 14,2%, para R$ 81,5 bilhões.
Segundo a BR, o mercado tem dado sinais de uma recuperação gradual. No quarto trimestre, houve um aumento de 3,5% nas vendas, na comparação com igual período de 2019, ou seja, um desempenho superior inclusive ao dos níveis pré-pandemia.
A expansão de volume foi acompanhada também por aumento de participação de mercado em todos os trimestres, revertendo a tendência de queda. No quarto trimestre, o “market share” cresceu um ponto percentual em relação ao trimestre anterior e dois pontos percentuais frente ao quarto trimestre de 2019.
Os brasileiros aparecem como os que mais querem ser vacinados contra a covid-19, enquanto os russos ficam na última posição numa pesquisa em 15 países feita pela Ipsos.
Conforme a pesquisa, 72% dos brasileiros consultados se mostraram fortemente dispostos a receberem a vacina e 16% também concordaram de alguma forma em serem imunizados.
O Reino Unido vem em segundo lugar com 67% e 22% respectivamente. O México em terceiro com 62% e 23%, na pesquisa realizada entre 25 e 31 de janeiro.
Em último lugar, vem a Rússia, como mostra um artigo publicado hoje pelo jornal Wall Street Journal. Apenas 17% dos russos concordam em ser vacinados contra a covid e 25% aceitam de alguma forma serem imunizados.
Enquanto no Brasil 5% da população já foi vacinada, pelos dados da “Our World in Data”, na Rússia a cifra está ainda em 4,5% — isso, apesar de o país ter sua própria vacina, a Sputnik V. A dose é grátis e amplamente disponível no país.
O fato de menos de um terço dos russos estar disposto a ser vacinado. Ilustra a desconfiança com o rápido desenvolvimento da Sputnik V e em relação às autoridades em Moscou.
A vacina russa já recebeu autorização para uso emergencial em 46 países, segundo o Fundo Soberano Russo.
No final de 2020, uma pesquisa feita pelo Fórum Economico Mundial e pela Ipsos junto a 13.500 adultos mostrou que a maior intenção de se vacinar era na China. E o Brasil vinha em segundo lugar, com 78% dos consultados.
Por Assis Moreira, Valor — Genebra.
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Fonte: Banco Central do Brasil