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Atualmente, cerca 200 agroindústrias artesanais de produtos de origem vegetal são certificadas pela Adepará e podem ter seus produtos vendidos dentro do Pará

Representantes do Governo do Pará e Glauco Bertoldo, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília, estiveram reunidos em Brasília na última terça-feira (15). Durante a audiência foi discutido o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SISBI-POV), no estado do Pará, que permitirá delegar competência para regulação e fiscalização da cadeia produtiva do açaí para Agência de Defesa  Agropecuária do Pará (Adepará),

A reunião foi o marco inicial para os trabalhos de preparação ao reconhecimento da equivalência da certificação. A Adepará já havia oficializado para a Superintendência Federal da Agricultura no Pará (SFA/PA) o pedido de auditoria orientativa que implementará o plano de trabalho, com procedimentos operacionais de adequações e ajustes necessários para a sua concretização.

"A possibilidade de adesão ao SISBI-POV será mais um grande passo do Estado do Pará, pois através desse instrumentos, o serviço de inspeção vegetal poderá realizar ações e viabilizar a certificação de agroindústrias que processam produtos de origem vegetal. Tais produtos poderão ser comercializados em todo Brasil e até mesmo em outros países", explica o diretor geral da Adepará, Jamir Macedo.

O reconhecimento da equivalência ao SISBI-POV é uma política de Estado do Governo do Pará. Em função da fruticultura, o Pará tem a peculiaridade da produção artesanal de polpa de frutas e de produtos derivados da mandioca: farinha, tapioca, fécula, goma, tucupi e maniva; estes produtos são certificados pela Adepará, que assegura a qualidade da produção, garantindo o mercado no território paraense. Essa delegação de competência permitirá a equivalência ao SISBI-POV e terá como consequência imediata a abertura de mercado para as agroindústrias que aderirem ao sistema.

"Atualmente, a Adepará certifica cerca de 200 agroindústrias artesanais de produtos de origem vegetal, com prerrogativa de comércio dentro do Estado do Pará, garantindo qualidade na mesa do consumidor. O reconhecimento da equivalência ao SISBI-POV irá agregar valor aos produtos paraenses, de origem vegetal, com abertura de mercado, com prerrogativas inclusive para exportação", defende Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Agência.

A comitiva do Governo do Pará com representantes dos produtores foi liderada pelo deputado federal Hélio Leite que, na ocasião, destacou o esforço conjunto em busca da normatização que envolve diferentes atores e tem como foco consolidar um produto de qualidade no mercado. 

Legislação

O diretor Glauco Bertoldo informou que a pasta está com novas orientações baseadas em portaria, publicada no final de maio, que estabelece procedimentos de reconhecimento de equivalência para a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SISBIPOV), do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA).

Trata-se da portaria nº153, publicada no último dia 27, pelo Mapa, que estabelece os procedimentos de reconhecimento de equivalência para a adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SISBIPOV), do SUASA. Com essa medida, os produtores que estiverem adequados poderão exportar seus produtos para todo o país e, ainda, exportá-los para o mercado internacional. Na prática, a medida significa o fortalecimento e o desenvolvimento do agronegócio paraense, ganhando magnitude nacional e internacional.

Na ocasião, o Bertoldo explicou que após a solicitação de auditoria orientativa junto à Superintendência Federal da Agricultura no Pará, deverá será feito um plano de trabalho que demonstre todas as ações que Adepará poderá realizar. Segundo ele, a transferência vai facilitar o trabalho em conjunto e permitir buscar condições, inclusive orçamentárias, para executar a mudança na normatização.

"A Adepará dispõe de estrutura não só para receber a nova missão, mas principalmente para intensificar a fiscalização e fazer o controle de qualidade do produto para que o açaí paraense permaneça competitivo no mercado, oportunizando novos negócios, movimentando a economia e gerando novos empregos aos paraenses", detalhou Jamir Macedo.

O representante dos produtores, Bony Souza, sinalizou a preocupação do setor em relação à ausência de fiscalização, que poderia comprometer os padrões sanitários do produto. Também participaram da audiência o prefeito de Inhangapi, Egilásio Feitosa, o representante da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), Geraldo Tavares, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Zuleide Rafaela, e ainda os produtores Gustavo Brêda e Nivaldo Santos.

Por Manuela Viana (ADEPARÁ)

 

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A confiança das micro e pequenas empresas voltou a subir em maio, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira (14) pelo Sebrae e pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi a segunda alta seguida, após a forte queda registrada em março.

Com a recuperação, o índice de confiança alcançou 93,5 pontos – o maior nível desde dezembro de 2020 (94,6 pontos).

“Uma das possíveis razões pelo otimismo por parte das MPE é o fato de que as medidas restritivas têm sido flexibilizadas, além da possibilidade do aumento na oferta de vacinas para a população em geral”, aponta em nota o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

De acordo com Melles, um dos pontos que mais chamou a atenção na pesquisa foi o quesito expectativa de geração de vagas de emprego nos próximos três meses: após meses de sinalizações de demissão de mão de obra pelas empresas, as MPE da indústria indicaram que pretendem contratar no curto prazo.

Setores

A pesquisa apontou que houve resultados positivos em todos os setores, com destaque para comércio e serviços, que dão bons sinais de recuperação.

No comércio, a confiança passou de 79,9 pontos em abril para 90,5, em maio – im aumento de 10,6 pontos. Nos últimos dois meses, o Comércio demonstrou uma recuperação de 22 pontos.

Em serviços, a alta foi de 7,2 pontos de abril para maio, atingindo 86,9 pontos, maior nível desde fevereiro de 2020. Já no caso da indústria, a alta foi de apenas 1,9 ponto, chegando a 97,7 – recuperando apenas 9,2% das perdas dos últimos meses.

https://g1.globo.com/economia/pme/noticia/2021/06/14/confianca-das-micro-e-pequenas-empresas-cresce-pelo-2o-mes-seguido-aponta-sebrae.ghtml

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Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe) mostra que a pandemia de coronavírus aumentou o endividamento das empresas, subindo para 61,7% do PIB, o maior percentual da década.

Esse resultado também foi incentivado pelas linhas emergenciais de créditos disponibilizadas pelo Governo Federal para amenizar os efeitos da crise econômica.

Em 12 meses, a captação de recursos atingiu R$ 420,5 bilhões, uma alta de 28,3% na comparação com o acumulado de 2020. Desse total, mais de três quartos foram captados na forma de dívida. A desvalorização cambial também contribuiu para o resultado.

Confira a tabela de captações abaixo:
 

Crédito

2019

2020

12 meses até março/2021

Crédito Direcionado BNDES

  • 61,706

6,631

5,56

Crédito Direcionado Outros

  • 26,711

118,063

122,12

Crédito Bancário - Recursos livres

91,337

186,462

144,82

Emissões (IPO - Follow On)

34,081

61,936

72,23

Mercado de capitais (títulos de dívida)

180,001

12,150

72,31

Mercado internacional

  • 32,177

  • 57,461

3,50

Total

184,8

327,8

420,50


Créditos pandemia

Os créditos emergenciais disponibilizados pelo Governo foi destinado, principalmente, para micro, pequenas e médias empresas.

Entre as medidas estão o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), do BNDES, e o Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe) .

Do total de R$ 272 bilhões de créditos bancários contratados em 12 meses até março, R$ 196 bilhões (72%) foram realizados pelas empresas de menor porte e R$ 77 bilhões com as maiores.

O Peac perdeu a validade em dezembro, já o Pronampe se tornou política permanente de crédito. 

Inadimplência

Dados do Banco Central mostram que a inadimplência de pessoas jurídicas foi de 1,27% em abril, último dado disponível, ligeiro aumento sobre o fim de 2020, quando estava em 1,2%. 

“A inadimplência deve manter alguma tendência positiva. Mas o impacto da crise foi muito limitado, menor do que esperávamos considerando as pressões de caixa nas companhias, por repactuação de dívidas e a expectativa, não confirmada, de queda do PIB e receita no primeiro trimestre de 2021", afirma Carlos Antonio Rocca, coordenador do Cemec-Fipe.

https://www.contabeis.com.br/noticias/47470/covid-19-divida-das-empresas-alcanca-61-7-do-pib/

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Por Rodrigo Tolotti

SÃO PAULO – Apesar do Comitê de Política Monetária (Copom) não surpreender ao elevar a Selic em 0,75 ponto percentual, para 4,25%, o comunicado trouxe algumas mudanças que podem levar a novas discussões para analistas e investidores.

A visão agora é que o Banco Central deixou espaço aberto para acelerar o ritmo de altas de juros na próxima reunião, no início de agosto, com a Selic podendo encerrar 2021 acima do atual patamar previsto pelo mercado no último relatório Focus, de 6,25%.

Patrícia Pereira, estrategista-chefe da MAG Investimentos, destacou em live do InfoMoney (assista no vídeo acima) que o comunicado do Copom desta quarta-feira (16) retirou o trecho em que falava em “ajuste parcial” dos juros, indicando agora que deve levar as taxas para o patamar considerado “neutro”.

“O mercado vinha desde o início muito crítico com esse trecho [sobre o ajuste parcial] exatamente porque tira grau de liberdade, em um momento em que a inflação está muito elevada”, avalia Patrícia destacando que mesmo assim o BC novamente ficou preso ao indicar que vê como apropriado levar a taxa para um patamar considerado neutro. “Eu não acho que deveria ter se amarrado dessa forma”, afirma.

A estrategista vê o comunicado praticamente em linha com o que era esperado pelo mercado, mas destacou uma “novidade” com o Copom deixando a porta aberta para subir a Selic em 1 ponto percentual ou mais em agosto.

No comunicado, o comitê manteve o trecho do último encontro em que diz que espera que ocorra na próxima reunião “uma nova alta de juros na mesma magnitude”, ou seja, 0,75 p.p..

Porém, o BC diz também que “uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte relevante pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”, ou seja, pode acelerar a alta da Selic, o que dependerá do cenário econômico e do seu balanço de riscos.

á Thaís Zara, economista sênior da LCA Consultores, vê que essa sinalização para uma alta de juros até acima do 0,75 p.p. projetado se dá como uma resposta às indicações de que a deterioração do quadro inflacionário está sendo mais rápida do que o previsto.

Além disso, ela apontou na live que o BC ressaltou no comunicado que a atividade econômica melhorou bastante, o que por si só não seria uma novidade. Porém, ao traçar seu balanço de riscos, a autoridade monetária não vê mais o risco de uma inflação mais baixa que o esperado vindo de uma frustração com o ritmo da atividade.

“Isso significa que o BC tem uma avaliação muito mais firme de que a atividade de fato está retomando do que ele tinha na reunião anterior”, afirma Thaís.

Sobre as perspectivas para o fim do ano, Patrícia espera que a Selic fique em 6,5%, enquanto Thaís diz que a LCA pode realizar uma revisão das suas projeções, que atualmente é de juros a 6,25% em dezembro.

Segundo ela, a expectativa era que no início do ano que vem, a taxa básica de juros atingira 7%, mas diante das sinalizações do BC de que o ajuste pode ocorrer de forma mais rápida, ela não descarta que a Selic neste patamar possa acontecer antes do previsto.

João Leal, economista da Rio Bravo complementa que viu o comunicado mais hawkish do BC como acertado, com a autoridade trazendo ainda novos fatores de preocupação para a inflação, como a crise hidrológica com pressão nos preços de energia elétrica, e também o preço de serviços, que pode também pressionar a inflação.

A XP destaca que a decisão da véspera é consistente com nosso cenário de aumento da taxa Selic para 6,50% no final deste ano, com elevações adicionais de 0,75 ponto nas duas próximas reuniões do Copom e uma desaceleração no ritmo de alta dos juros mais adiante.

Já o Credit Suisse revisou a projeção de três aumentos de 75 pontos-base para quatro consecutivos de 75 pontos-base, com a Selic chegando a 7,25% no inicio de dezembro. “Acreditamos que o BC vai ter que subir a taxa para um nível acima do patamar neutro para conseguir ancorar a inflação para o centro da meta em 2022. Não descartamos três aumentos de 100 pontos-base dado que o BC condicionou a aceleração do ritmo a uma maior deterioração na expectativa de inflação”, avaliam.

 

 
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Os programas e medidas emergenciais de crédito criados pelo governo em 2020 garantiram a concessão de R$ 202,6 bilhões em empréstimos destinados a micro, pequenas e médias empresas, segundo dados do BC (Banco Central). Mas neste ano a ajuda caiu drasticamente. Somente um programa foi estendido pelo governo e pode garantir até R$ 16 bilhões em financiamentos para micro e pequenas empresas. Esse valor representa apenas 8% do crédito emergencial liberado no ano passado.

Os R$ 202,6 bilhões concedidos no ano passado levam em conta seis programas emergenciais e medidas tomadas pelo BC, Ministério da Economia e Congresso. Para 2021, somente o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) foi recriado pelo Legislativo e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). As outras medidas perderam validade em 31 de dezembro de 2020.

Procurado para informar se estuda a recriação de outros programas emergenciais de crédito, o Ministério da Economia não se manifestou. 

Juros mais altos para micro e pequenas 

Criado na crise da pandemia para ajudar pequenas empresas, o Pronampe deu um salto nos juros, atingindo 9,5% ao ano. Apesar da elevação, essa taxa fica muito abaixo das médias cobradas pelos bancos em 2020, que variaram de 29% a 39% ao ano. Agora o Pronampe passou a ser permanente, independentemente da pandemia. 

Com o novo Pronampe, os juros anuais passarão para Selic (atualmente em 3,5% ao ano) mais 6%. A taxa efetiva chegará a 9,5%. Na versão anterior do programa, que vigorou durante 2020, a taxa era Selic mais 1,25%. 

O prazo para pagamento dos empréstimos permanecerá em 36 meses, com oito meses de carência. Pelo programa, os bancos emprestaram dinheiro a empresários tendo como garantia recursos de um fundo público, o FGO (Fundo Garantidor de Operações). 

Neste ano, por exemplo, o governo pretende colocar R$ 5 bilhões no FGO. Com isso, os bancos terão cobertura para emprestar até R$ 16 bilhões. O fundo cobrirá as perdas que eles tiverem, no valor de até 30% do valor da carteira. Em 2020, a cobertura era de 85%. 

Crédito é fundamental, diz presidente de entidade 

O presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena indústria do Estado de São Paulo), Joseph Couri, declarou que somente 14% das empresas no estado conseguiram crédito incentivado pelo governo. 

"Por que tanto se fala em crédito? Sem crédito, as empresas não conseguem rodar. A pandemia trouxe esse problema. Ou clientes ou fornecedores foram afetados. Primeiro a empresa deixa de fazer bons negócios, depois atrasa pagamentos, depois cai em um ciclo recessivo e não tem acesso a crédito", declarou.

Dados do Simpi mostram que até 45% das empresas perderam um fornecedor ou um cliente em função de recuperação judicial ou falência. Segundo Couri, esses dados são um reflexo da deterioração do mercado interno.

"São necessárias e indispensáveis medidas emergenciais para que as empresas tenham crédito. A economia mais capitalista do mundo, os Estados Unidos, tem distribuído recursos para as famílias e para as pessoas. Temos soluções antigas para problemas novos. Esse governo só fala em ajuste fiscal, mas precisamos de soluções novas para a pandemia."

Joseph Couri, presidente do Simpi 

Governo erra ao não renovar outros programas, diz economista

O economista José Luis Oreiro, professor da UnB (Universidade de Brasília), declarou que o governo erra ao não ofertar crédito para micro e pequenas empresas. Segundo eles, as firmas de pequeno porte precisam desse auxílio governamental para continuar abertas. 

"Essas empresas são as que geram a maior parte dos empregos no Brasil. Sem a renovação dos programas de crédito, elas vão falir, e os empréstimos concedidos no passado vão virar prejuízo para os bancos. Esses programas têm um custo fiscal baixo e um impacto importante no nível de atividade."

José Luis Oreiro, professor da UnB

Segundo Oreiro, quanto menos recurso o governo destinar para resgatar as empresas, mais ele terá que gastar com auxílio emergencial e investimentos públicos. 

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/06/08/micro-pequenas-medias-empresas-sem-programas-credito-emprestimo.htm

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A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou jurisprudência no sentido de que as instituições bancárias não são responsáveis por cheques sem fundos emitidos por seus correntistas, salvo se houver defeito na prestação dos serviços bancários. Para o colegiado, a relação entre o credor do cheque e o banco não se equipara à relação de consumo.

O recurso julgado pelo colegiado teve origem em ação indenizatória ajuizada por um investidor de uma empresa de factoring contra um banco. Segundo ele, a empresa – cliente da instituição bancária – emitiu um cheque para garantia de seus investimentos, o qual, no entanto, no momento da apresentação ao banco sacado, foi devolvido por falta de provisão de fundos, causando-lhe prejuízo superior a R$ 100 mil. 

O investidor alegou ser consumidor do banco por equiparação, em virtude do disposto no artigo 17 do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Por isso, para ele, a instituição bancária seria responsável por reparar os prejuízos resultantes da lesão sofrida, tendo em vista a falta de cautela na liberação de talões de cheques a seus correntistas.

RELAÇÕES DISTINTAS

Na primeira instância, a ação foi julgada improcedente, mas o Tribunal de Justiça de Santa Catarina reformou a decisão, entendendo haver responsabilidade objetiva da instituição bancária, que, ao não fiscalizar adequadamente o fornecimento de talões ou controlar o saldo médio do usuário, acabou por contribuir para que o portador do título não recebesse a quantia devida.

Em seu voto, o relator do processo no STJ, ministro Villas Bôas Cueva, ressaltou que existem duas relações distintas a serem consideradas nesse tipo de demanda. A primeira, de natureza consumerista, é estabelecida entre o banco e seu cliente. A segunda, de natureza civil ou comercial, é construída entre o cliente do banco – emitente do cheque – e o beneficiário do título de crédito.

Para o magistrado, na segunda hipótese, apenas cabe a responsabilização da instituição se houver comprovação de defeito na prestação do serviço bancário – o que não ocorreu nos autos, segundo ele.

“Não se vislumbra, no caso, a ocorrência de defeito na prestação dos serviços bancários oferecidos pelo recorrente, o que, por si só, afasta a possibilidade de se emprestar a terceiro – estranho à relação de consumo havida entre o banco e seus correntistas – o tratamento de consumidor por equiparação (artigo 17 do CDC)”, disse o ministro.

CONFERÊNCIA E PAGAMENTO

Villas Bôas Cueva lembrou que, segundo estabelecido pelo Banco Central, ao receber o cheque emitido por um de seus correntistas para saque ou depósito, cabe ao banco apenas a rotina de conferência e posterior pagamento (ou eventual devolução do título). “Inexistindo equívoco na realização de tal procedimento, não há falar em defeito na prestação do serviço”, completou.

Além disso, o ministro afastou a alegação do credor do cheque de que o banco teria agido com displicência ao entregar grande quantidade de cheques a uma empresa com pouco tempo de abertura da conta, pois se trata de empresa de factoring – atividade em que, pela sua própria natureza, há movimentação de expressivo volume de recursos.

“O fato de a empresa emitente do cheque ser cliente do banco há poucos meses, ou mesmo de haver grande número de cheques em circulação, não leva à conclusão de existência de irregularidade na abertura da conta ou no fornecimento dos talonários, ou de qualquer outro defeito na prestação de seus serviços”, apontou o relator.

Ao dar provimento ao recurso do banco, Villas Bôas Cueva também destacou que, de acordo com os elementos juntados aos autos, o prejuízo sofrido pelo investidor decorreu apenas da conduta da empresa de factoring – única responsável pelo pagamento da dívida –, não havendo, para o ministro, nexo de causalidade entre o dano e o fornecimento de cheques pela instituição financeira.

Leia o acórdão.

Fonte: STJ

https://jusdecisum.com.br/banco-nao-pode-ser-responsabilizado-por-cheque-sem-fundos-emitido-por-seu-cliente-reafirma-terceira-turma/

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Por Nathália Larghi, Valor Investe — São Paulo

Mais de um ano depois da crise econômica trazida pela pandemia de coronavírus, o desemprego no Brasil atingiu o recorde de 14,7%Simultaneamente, o número de microempreendedores individuais (MEIs) também explodiuEm 2020, o país atingiu a marca de 11,3 milhões de empresas desse formatoDe janeiro a março deste ano, foram cadastrados mais 500 mil MEIs. O número mostra que empreender pode ter sido a melhor (ou a única) saída para muitos trabalhadores em meio ao cenário caótico trazido pela covid-19. E quem está de olho nisso são os bancos digitais e as fintechs (empresas que prestam serviços financeiros de forma tecnológica, por meio de aplicativos e atendimento digital).

As startups querem sair na frente dos "bancões" ao oferecer um atendimento mais rápido e personalizado aos pequenos empreendedores. E os números mostram que esses profissionais têm aderido aos novos concorrentes.

No Banco Original, por exemplo, houve um aumento de 62% na base de clientes do segmento Pessoa Única nos últimos 12 meses. A empresa, no entanto, não abre o número total de contas. Essa área é focada em atender os MEIs, os EIs (empresários individuais) e os Eirelis (empresários individuais de responsabilidade limitada). Segundo o banco, o recém-lançado segmento de crédito para capital de giro para esses empreendedores teve mais de R$ 70 milhões contratados nos últimos três meses.

No Banco Inter, foram 450 mil novos clientes MEI e Pessoa Jurídica nos últimos 12 meses. Segundo o banco, foi uma alta de 119% nas contas digitais PJ e 98% da carteira de contas MEI em relação a maio de 2020. O Nubank, um dos bancos digitais mais populares, afirmou que tem hoje 530 mil usuários cadastrados na conta PJ, mas não divulgou o crescimento no último ano.

Além dos bancos digitais que atendem pessoas físicas e também jurídicas, nos últimos anos surgiram fintechs específicas para os empreendedores. É o caso da CoraNa fintech, houve um crescimento de mais de 6.000% na base de clientes no último ano. Em maio de 2020 eram 1,4 mil clientes micro, pequenas e médias empresas. Em maio de 2021, esse numero chegou a 81,5 mil. O Linker é outra empresa do mesmo segmento. Eles não abrem, no entanto, o número de clientes.

Abertura de conta rápida

Segundo as fintechs, uma das grandes vantagens dos microempreendedores serem seus clientes é a agilidade na hora de abrir as contas, o que pode ser feito pelo aplicativo.

Segundo Igor Senra, fundador da Cora, uma conta PJ pode ser criada em três minutos por meio do seu app. No Linker, isso é feito em cinco minutos, segundo Davi Mourão.

No Original, Raul Moreira, Coordenador do Comitê de Inovação do Banco Original, afirma que a abertura da conta pode ser feita em "quatro cliques". O cliente, no entanto, deve ter uma conta PF também, mas que fica apartada da PJ e ele não é obrigado a movimentá-la.

No Inter, no entanto, a abertura demora cerca de quatro dias úteis, apesar de ser feita on-line. No Nubank, apenas os clientes que já têm conta na pessoa física podem fazer a abertura da conta jurídica. O procedimento, no entanto, é rápido e todo feito pelo app.

Embora não seja difícil encontrar clientes dos "bancões tradicionais" reclamando da demora ou da burocracia para abrir uma conta PJ, essas empresas estão se movimentando.

Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil afirmam que há a possibilidade de uma abertura de conta para pessoa jurídica por meio de seus sites e aplicativos. O prazo para ela ser validada, no entanto, é de três dias úteis após o envio da documentação.

Ainda assim, há em redes sociais como o Twitter e em sites de atendimento ao consumidor, como o Reclame Aqui, relatos de clientes que foram instruídos a comparecerem a uma agência para fazer a abertura.

Serviços específicos

Outra forma de atrair os clientes, além da agilidade na abertura da conta, são alguns serviços específicos oferecidos por essas fintechs aos clientes.

O Banco Original, o Nubank, o Inter e a Cora, por exemplo, oferecem o Pix (serviço de transações e pagamentos instantâneo lançado pelo Banco Central) gratuitamente aos microempreendedores.

O Linker ainda não incluiu o Pix na sua lista de serviços, mas disponibiliza o sistema "Linker Pay", no qual o empreendedor consegue gerar um link que é enviado ao cliente. Ao abri-lo, aquele comprador encontra um campo para preencher com o número do seu cartão de crédito e, assim, fazer o pagamento. A fintech, no entanto, já estuda a adesão do Pix.

Outra forma de pagamento pensada por essas empresas é o oferecimento de maquininhas de cartão, já que a maioria dos grandes bancos possuem credenciadoras (ou seja, as empresas que fornecem essas soluções) embaixo de seus guarda-chuvas ou têm parcerias com elas.

No caso do Original, existem parcerias com credenciadoras para oferecer as maquininhas com condições especiais para os clientes do banco. Já o Inter possui uma credenciadora, a Granito, que pode ser contratada pelos seus clientes por meio do aplicativo.

A Cora ainda não possui soluções de credenciamento, mas estuda implantar em breve um modelo onde o cliente escolhe a empresa que melhor o atende e a Cora tem acesso aos dados de credenciamento dele (ou seja, quanto ele vendeu, quanto tem para receber, etc). A partir daí, a fintech pode oferecer soluções como antecipação de recebíveis, etc. 

Modelo de crédito

Segundo o levantamento Panorama de Crédito para empresas no Brasil, feito pelo Sebrae e pelo Banco Central, a taxa média de empréstimos cobrada das grandes empresas foi de 6,5% em 2020. Já a taxa média dos MEIs foi de 38,5%.

A fim de atender a esse público, as fintechs vêm pensando em linhas de crédito especiais para elesNo Original, por exemplo, é oferecido um crédito para capital de giro totalmente digital. A ideia para oferecer taxas mais assertivas a esse cliente é observar a movimentação de suas contas. Por isso, a adesão ao open banking (sistema que permite que empresas tenham acesso aos dados financeiros daquele usuário em outras instituições) é importante, segundo Raul Moreira.

 "Hoje, temos um desafio importante de conscientizá-lo para aderir. Porque quando ele adere e fornece seus dados, ele permite que possamos ser mais assertivos em produtos e serviços e na concessão de crédito", afirma.

A Cora ainda não tem soluções de crédito, mas também estuda maneiras de oferecer opções mais personalizadas para aqueles clientes. "Estamos testando um piloto que vai funcionar melhor do que ficarmos olhando quanto aquele cliente tem de score nos birôs de crédito, vamos olhar mais para quanto ele transaciona na Cora", afirma Igor Senra.

O executivo destaca que um dos diferenciais da Cora é justamente o atendimento personalizado e atencioso ao cliente. "A maioria dos clientes que nos indicam foram os que caíram no nosso atendimento", conta.

No Inter, quando o cliente abre a conta PJ ele já tem uma análise de crédito feita na hora e um limite de crédito pré-aprovado.

Segundo ay Chalub, Diretor de Conta Digital e Meios de Pagamento do Inter, há linhas de crédito e soluções de antecipação de recebíveis competitivas para esse público.

"As taxas são muito competitivas. Nós acreditamos em oferecer taxas eficientes para esses clientes e já nascemos sem tarifa", afirma. Ele conta que o banco ainda está preparando uma ferramenta para esses clientes gerirem suas finanças. Ele não divulgou, no entanto, a previsão de lançamento.

Assim como a Cora, o Linker ainda não tem soluções de crédito. A ideia também é estudar uma forma de conceder empréstimos a taxas mais justas, que "respeitem o momento da empresa, quando muitas estão começando e ainda não têm um histórico financeiro", afirma David Mourão.

"Nossos primeiros movimentos para ajudar o empreendedor a ter sucesso são baseados na redução de custos. A conta é gratuita, facilitamos o acesso, tiramos a burocracia", afirma.

Todos os bancos digitais e fintechs destacaram a necessidade de criar produtos e linhas específicas para atender esse público. A ideia, segundo as instituições, é conhecer mais a fundo a movimentação financeira desses empreendedores e oferecer taxas condizentes com a realidade deles.

 

 

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Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio

Após queda em março, o volume de serviços prestados no país teve alta de 0,7% em abril, frente ao mês anterior, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em março, os serviços tinham recuado 3,1% (dado revisado). Com isso, o resultado de abril significa a recuperação de uma parte dessa perda do mês anterior. Ainda assim, o setor opera com patamar 1,5% abaixo do período pré-pandemia, em fevereiro de 2020.

Na comparação com abril de 2020, o indicador teve alta de 19,8%, influenciada pela base de comparação depreciada do ano passado, já que aquele foi o início da pandemia no país. No resultado acumulado em 12 meses até abril, houve queda de 5,4%. Já no acumulado do ano, até abril, o setor cresceu 3,7%.

A alta na série com ajuste sazonal foi maior que a mediana das estimativas de 22 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de expansão de 0,4%. O intervalo das projeções era amplo e ia de queda de 1% a alta de 2,1%. Já a expectativa mediana para o resultado de abril de 2021 frente a abril de 2020 era de 18,9%, com intervalo entre 16% e 20,8%.

 

Duas das cinco atividades acompanhadas pela pesquisa tiveram alta na passagem de março para abril. Os serviços prestados às famílias registraram ganho de 9,3% e recuperam uma parte da perda de 28% registrada em março. Já o setor de informação e comunicação subiu 2,5%. Com isso, acumula ganho de 4,7% nos últimos três meses.

Por outro lado, o setor de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio ficou estável em abril, após ter recuado 3,1% em março.

As duas influências negativas vieram de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,6%) - a segunda taxa negativa seguida no período março-abril (-2,0%) - e de outros serviços (-0,9%). Com esse recuo, o segmento de outros serviços eliminou pequena parte do ganho acumulado de 6,2% entre fevereiro e março.

O IBGE informou ainda que a receita nominal subiu 0,1% na passagem de março para abril. Na comparação com abril de 2020, a receita de serviços teve alta de 22,4%.

Em abril, frente a março, 13 das 27 unidades da federação investigadas registraram taxas positivas, com destaque para São Paulo (0,5%), Distrito Federal (4,8%) e Paraná (1,5%). Por outro lado, as principais retrações vieram de Minas Gerais (-1,0%) e Mato Grosso (-2,4%).

O IBGE revisou, ainda, a taxa de variação no volume de serviços divulgada anteriormente para o mês de março, na comparação com fevereiro, o mês imediatamente anterior. Nessa comparação, a variação no volume de serviços em março passou de variação de -4% para -3,1%.

 

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Por Alex Ribeiro, Valor — São Paulo

A mais recente arrancada na inflação e a surpresa positiva no crescimento da atividade econômica estão levando os economistas a melhorar as suas estimativas para a dívida bruta do governo no fim deste ano, para níveis ao redor de 82% do Produto Interno Bruto (PIB).

Embora o nível seja excessivo para uma economia emergente e os prognósticos para os anos seguintes sigam preocupantes, as revisões significam uma melhora expressiva em relação a projeções próximas a 96% do PIB feitas em fins do ano passado.

O cenário fiscal mais favorável também inclui o aumento da arrecadação do governo, que, por sua vez, está levando os economistas a revisar suas previsões para o déficit primário de pouco acima de 3% do PIB para abaixo de 2% do PIB. Desde o projeto de Orçamento deste ano, apresentado em agosto de 2020, a estimativa de receitas subiu R$ 200 bilhões.

“Sumiu uma Argentina na dívida bruta/PIB e apareceu um Uruguai nas receitas”, sintetiza o economista-chefe da Tullet Prebon, Fernando Montero, em relatório a clientes. Ele estima que a dívida bruta vá fechar em 81,9% do PIB no fim deste ano, uma importante queda em relação aos 88,8% do PIB observados em dezembro passado.

 

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O birô de crédito Serasa, maior empresa de informações sobre crédito de pessoas e empresas, lançou nesta quarta-feira (26) um novo score de crédito, aquela nota de crédito que as empresas e instituições financeiras usam para decidir se dão ou não crédito para as pessoas. O novo modelo, chamado de score 2.0, vai dar mais peso aos pagamentos feitos em dia.

As dívidas em atraso e os calotes continuarão afetando a nota de crédito das pessoas na Serasa, mas com um peso menor. As pessoas que têm seus dados nesse birô de crédito poderão ver mudanças a partir de hoje e ao longo das próximas duas semanas, tempo que será necessário para a empresa de informações migrar toda base, de 55 milhões de brasileiros, para o novo sistema. 

"O mercado mudou, os hábitos mudaram, mais informações entraram, então criamos um novo modelo. O novo modelo então dá mais peso às informações do cadastro positivo, que agora tem mais informações."
Lucas Lopes, diretor de produtos do birô de crédito da Serasa.

O que muda? 

A nota de crédito da Serasa é um indicador que vai de zero a 1.000 pontos —quanto mais perto de zero, maior o risco que esse cliente representa; quanto mais perto de 1.000, melhor é a avaliação de crédito dessa pessoa.

O diretor da Serasa deu alguns exemplos de mudanças no peso que alguns dados passarão a ter no score 2.0 da empresa.

- Pagamento em dia de crédito: tinha peso ante de 13,9% no score; agora é 43,6%. 

- Tempo que a pessoa uso de crédito e paga em dia: tinha peso de 8,4% no score e agora terá peso de 10,1%. 

- Crédito contratado que a pessoa possui: tinha peso de 3,6% no score e agora passou a ser de 7,9% do peso da nota de crédito. 

- Histórico de dívidas não pagas, mesmo antigas: tinha peso de 30,2% e agora passou a ser de 13,7%.

Pessoas vão ter mudanças nas notas de crédito

O diretor da Serasa disse que haverá mudanças na pontuação da nota de crédito das pessoas, mas não detalhou de quanto será essa alteração, na média, porque isso varia de pessoa para pessoa. 

"O que a gente consegue ver é que haverá mudanças de score, porque agora temos um modelo mais preciso. Em questão de risco não teve alterações muito significativas, mas há pessoas indo de risco maior para risco menor e outras indo de risco menor para risco maior."
Lucas Lopes, diretor de produtos do birô de crédito da Serasa.

Segundo o diretor da Serasa, todos que tiverem a nota alterada vão receber a explicação sobre o que determinou a alteração. 

Renegociação de dívidas 

O diretor da Serasa disse que esse ano a empresa estima em cerca de quatro a cinco milhões de dívidas que foram renegociadas por clientes da base do birô.

O executivo afirmou que foi percebido um movimento maior de busca de renegociação a cada rodada de pagamento de auxílio emergencial. 

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2021/05/26/serasa-muda-score-de-credito-para-valorizar-bons-pagadores.htm

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