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Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, é “muito mais barato” para lojistas do que pagamentos com cartões, aponta artigo publicado nesta quarta-feira (23) pelo órgão que é considerado o banco central dos bancos centrais, destacando seu potencial de crescimento entre empresas após sua vertiginosa ascensão entre pessoas físicas.

De acordo com o documento, de coautoria de economistas do Banco Central do Brasil para o Banco de Compensações Internacionais (BIS), o Pix tem um custo médio de 0,22% por transação para os lojistas, enquanto os cartões de débito custam pouco mais de 1% e os cartões de crédito atingem 2,2% no país.

O sistema de pagamentos também é mais competitivo do que a taxa de cartão de crédito de 1,7% nos Estados Unidos, 1,5% no Canadá e 0,3% na União Europeia, acrescentou o artigo, ressaltando não representar necessariamente as opiniões do BIS ou do BC.

Lançado em novembro de 2020, o Pix é gratuito para pessoas físicas, mas a autoridade monetária permitiu que bancos e instituições de pagamento definissem livremente os custos para as empresas, tanto para transferências quanto para recebimentos de recursos.

O documento do BIS destacou que as operações entre pessoas físicas ainda são dominantes no Brasil, mas reduziram sua participação para cerca de 75% do total de transações no Pix em fevereiro, com os pagamentos de pessoas para empresas (P2B) rapidamente ganhando terreno.

“Um aumento adicional no uso P2B é esperado ao longo do tempo, já que novos serviços, como débito direto e pagamento de contas eletrônicas, estão programados para serem lançados em um futuro próximo”, observou.

O uso crescente do Pix pelo comércio pode prejudicar empresas adquirentes, como a Cielo, controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco, e a Rede do Itaú, uma vez que suas receitas estão vinculadas ao uso de cartões em suas máquinas.

Esse grupo também inclui empresas como PagSeguro, Stone e GetNet, do Santander Brasil.

Cerca de 9,1 milhões de empresas aderiram ao Pix, representando 60% das companhias que possuem relação com o sistema financeiro nacional, apontou o documento.

Apenas 15 meses após seu lançamento, o Pix já foi utilizado por 114 milhões de pessoas no país — 67% da população adulta — movimentando 6,7 trilhões de reais e atingindo o patamar dos cartões de crédito e débito.

https://www.infomoney.com.br/minhas-financas/pix-e-mais-barato-que-pagamentos-por-cartoes-de-credito-e-debito-para-lojista-dizem-economistas-do-bc/

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Quarta, 23 Março 2022 12:16

Os FIDCs funcionam como 'mini bancos'

Há alguns dias fiz a mediação de um webinar sobre as perspectivas para o FIDC (fundo de investimento em direito creditório) com a taxa Selic em dois dígitos. A discussão ocorreu em torno da concorrência, afinal de contas com a taxa de juros em dois dígitos os fundos de renda fixa tradicionais focados em crédito se tornam mais atrativos.

O FIDC é um fundo de investimento estruturado, ou seja, ele pertence a uma classe de ativos mais complexa, cuja compreensão é mais difícil para os investidores. De forma geral, produtos complexos são aqueles em que a mensuração do risco e a precificação dos ativos não é trivial, e cuja liquidez não facilmente observável. Ou seja, com a taxa básica de juros no patamar atual, é possível obter bons ganhos com fundos tradicionais de crédito sem incorrer nas complexidades do FIDC.

No início do debate um dos painelistas construiu seu argumento a partir da motivação inicial para a criação de um FIDC, e me fez repensar a forma como explico o produto aos meus alunos. A ideia central é que o FIDC surge para atender a uma necessidade de crédito de uma empresa, o que define sua estrutura, e só então ele “corre atrás” da captação.

De forma esquemática, nos fundos de renda fixa tradicionais os gestores desenham suas carteiras a partir de relações de risco / retorno existentes no mercado, oferecem ao investidor e depois “correm atrás” dos ativos.

A criação do FIDC

O FIDC surge da necessidade de crédito de uma empresa. Quando para financiar suas operações são necessários recursos acima do disponível no caixa, ela precisa recorrer a empréstimos bancários ou a emissão de dívidas, por meio de debêntures, por exemplo.

Outra maneira de resolver o problema é descontar os recebíveis (boletos, duplicatas, notas promissórias, etc) nos bancos ou junto aos FIDCs. Considerando custos e o spread bancário, em muitos casos o FIDC é mais vantajoso para quem deseja antecipar os recebíveis e financiar sua produção.

Spreads e custos menores estão na base da engenharia que permite aos FIDCs reduzir as taxas de desconto para as empresas e, ainda assim, oferecer uma remuneração melhor para os investidores.

Como o FIDC funciona

O FIDC pode ser constituído com fundo aberto, que resgata as cotas a qualquer momento, ou fechado, cujas cotas só podem ser resgatadas no seu encerramento ou negociadas em mercado secundário.

Atualmente os FIDCs só podem ser vendidos para investidores qualificados, pessoas físicas com mais de R$ 1 milhão em ativos financeiros, mas isto deve mudar com a nova regulação que se encontra em período de audiência.

O FIDC possui duas classes de cotas, a classe sênior e a subordinada. As sêniores são vendidas para os investidores e as subordinadas ficam com os cedentes dos créditos como uma espécie de garantia para os cotistas seniores. As subordinadas também podem ser negociadas para investidores, mas no Brasil isto ainda não é muito comum.

O fluxo operacional, simplificado, passa por:

•desenhar o fluxo de caixa da empresa,

•analisar a qualidade dos recebíveis,

•combinar as taxas de juros de cessão,

•definir o percentual mínimo de subordinação,

•efetuar a cessão, e

•vender as cotas.

Definidas estas variáveis, a atividade se concentra em a empresa apresentar os recebíveis no volume combinado e o fundo os adquirir pela taxa acertada.

A governança, como nos demais fundos, é um pilar importante. Uma série de prestadores de serviço são contratados para desempenhar um conjunto de atividades com a devida segregação de responsabilidades. Entre eles gestor, consultor de crédito e custodiante, além do administrador, merecem destaque.

Mitigação de risco

Entre os instrumentos de mitigação, a subordinação é considerada, por muitos, como a mais relevante. Por meio dela o cedente antecipa o fluxo de caixa dos recebíveis e se compromete a adquirir as cotas subordinadas do fundo.

Pela ótica do cedente dos créditos, ela funciona como uma espécie de alavancagem, posto que ele, por exemplo, poderá antecipar um fluxo de R$ 100 tendo como contrapartida a obrigação de adquirir R$ 20 em cotas subordinadas.

Estas cotas são utilizadas para remunerar as cotas seniores nos casos em que o nível de inadimplência dos recebíveis for superior ao projetado.

A pulverização dos sacados, os devedores dos boletos, é outro fator que reduz bastante o risco. Quanto mais próximo de uma boa diversificação, com muitos devedores de pequenos valores, menor a chance de o fundo ter problemas com default.

O FIDC possui outras tantas características que o torna um produto de investimento em ativos de crédito privado interessante, mas nosso espaço é limitado e as listadas aqui já são suficientes para esclarecer suas vantagens.

Voltando a questão da criação do FIDC, boa parte das fintechs de crédito que conhecemos utilizam o fundo para fazer funding para suas operações. Elas, as fintechs, em geral, se especializam em um nicho, alcançam esses clientes e prestam serviços baseados em aplicativos, mas não têm recursos para emprestar. Os FIDCs preenchem esta lacuna.

Espero que a nova regulação permita que os investidores em geral possam adquirir cotas de FIDC. Pensando em uma pizza de alocação, estes fundos são uma boa alternativa para preencher a parcela de crédito privado. Para investidores em geral é mais razoável adquirir um FIDC do que investir em um título de um único emissor atrelado a projetos cujo risco é difícil de mensurar.

Hudson Bessa é sócio da HB Escola de Negócios
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https://valorinveste.globo.com/blogs/hudson-bessa/coluna/os-fidcs-funcionam-como-mini-bancos.ghtml

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A sessão desta quarta-feira (23) é marcada pela ida de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, a Bruxelas para acompanhar de perto os acontecimentos na Ucrânia após as negociações de paz entre os ucranianos e russos não terem avançado.

A expectativa é de que novas sanções contra a Rússia sejam anunciadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia na quinta-feira (24).

Destaque também para mais um discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, banco central americano, durante evento. Investidores esperam que ele dê mais pistas sobre a aceleração do ritmo de aperto monetário pela autoridade.

Agentes financeiros também monitoram o avanço nos preços do petróleo, com o contrato do tipo Brent voltando se aproximar dos US$ 120 na manhã de hoje.

Um dia após a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participa hoje de dois eventos.

Na leitura de agentes financeiros, na terça-feira (22) o BC deu sinais mais claros de que deve encerrar o ciclo de alta de juros em maio e elevar a Selic até 12,75% ao ano, apesar de uma parcela do mercado acreditar que será preciso um aperto ainda mais duro, com uma dose adicional de juros também em junho.

Com isso, os títulos públicos negociados no Tesouro Direto apresentam mais uma sessão de queda nas taxas, com os recuos chegando até 11 pontos-base (0,11 ponto percentual).

Na primeira atualização da manhã, os prefixados recuaram, de tal forma que voltaram a se aproximar do patamar dos 12,1%. O Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral, por exemplo, oferecia juros de 12,12% ao ano às 9h20, contra 12,22% na sessão anterior.

Entre os papéis atrelados à inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 entregava um retorno real de 5,39% ao ano, abaixo dos 5,50% vistos ontem. Da mesma forma, o papel com vencimento em 2055 oferecia uma taxa real de 5,75% ao ano às 9h20. Tal percentual é inferior aos 5,83% registrados na sessão anterior.

Radar externo

Dentro da cena internacional, investidores monitoram o avanço nos preços do petróleo. A elevação está ligada à queda nos estoques de petróleo dos EUA, que ganha contornos ainda mais dramáticos em meio ao impacto das sanções econômicas impostas por vários países contra a Rússia.

A expectativa é de que mais medidas sejam anunciadas amanhã por líderes ocidentais, segundo Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional dos EUA.

De acordo com Sullivan, o presidente Joe Biden aproveitará sua viagem à Europa para impor ações comuns para fortalecer a segurança energética e reduzir a dependência do petróleo e do gás russos.

O conselheiro americano ressaltou ainda que o momento “é uma oportunidade para coordenar de perto a resposta ocidental à China em relação ao conflito ucraniano, à margem da cúpula UE-China em 1º de abril”.

Destaque também para dados vindos do Reino Unido. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do País subiu 6,2% em fevereiro ante igual mês do ano passado, acelerando significativamente em relação ao ganho anual de 5,5% observado em janeiro. Os dados foram apresentados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas (ONS).

O resultado de fevereiro, o mais alto desde 1992, superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam acréscimo de 6%, e afastou ainda mais a inflação britânica da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que é de uma taxa de 2%.

Em relação a janeiro, o CPI do Reino Unido avançou 0,8% em fevereiro. Nesse caso, a projeção era de aumento de 0,6%.

Silva e Luna, bloqueio no Orçamento e redução de impostos

No front político local, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) do Senado aprovou ontem (22) um convite a Joaquim Silva e Luna, presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), para prestar esclarecimentos sobre os critérios de distribuição de mais de R$ 100 bilhões em dividendos pela estatal.

Ao ser questionado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, reforçou que a petroleira precisa esclarecer como a redução no preço do barril de petróleo não se traduziu em queda nos preços dos combustíveis.

Ainda sobre o tema dos combustíveis, os governadores prorrogaram ontem (22) por mais 90 dias o congelamento do ICMS incidente sobre a gasolina, etanol e gás de cozinha, que venceria no fim deste mês.

Em outra frente, os governadores acertaram que vão adotar uma alíquota uniforme de ICMS para o diesel em todo o país e valor fixo por litro, conforme determina a Lei Complementar 192, em vigor desde 11 de março. Esse novo regime de cobrança do ICMS sobre o diesel valerá a partir de 1º de abril.

Destaque também para o anúncio feito ontem (22) pelo Ministério da Economia de que fará um bloqueio de R$ 1,72 bilhão no Orçamento de 2022 para evitar um descumprimento do teto de gastos, apesar de ter melhorado sua projeção para o déficit primário neste ano.

A previsão agora é que 2022 seja encerrado com um rombo fiscal para o governo central de R$ 66,906 bilhões, equivalente a 0,69% do Produto Interno Bruto (PIB), diante da perspectiva de maior arrecadação, conforme mostra o relatório bimestral de receitas e despesas.

 
 
Fonte: InfoMoney
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O dólar comercial engatava a sexta queda consecutiva nos primeiros negócios desta quarta-feira. Por volta das 10h25 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era negociada por R$ 4,908, com desvalorização de 0,16%. A moeda chegou a ir abaixo de R$ 4,90 à medida que investidores continuavam a enxergar ambiente doméstico atraente para investimentos. Ontem (22) o dólar comercial caiu 0,59% e fechou vendido a R$ 4,915, menor patamar desde 24 de junho de 2021.

No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), tinha leve queda de 0,07%, aos 117.187,27 pontos. Ontem (22) o índice teve alta de 0,96%, fechando a 117.272,438 pontos. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Selic mais alta impulsiona real Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), chamou a atenção para o fato de a moeda brasileira ter fechado numa máxima em 9 meses frente ao dólar. "Naquela época (junho passado), o rali veio quando os mercados se concentraram na grande desconexão entre os preços altíssimos das commodities e um real muito fraco", afirmou em post no Twitter. "É o mesmo agora, só que supercarregado", acrescentou, dizendo enxergar os 4,50 reais por dólar como patamar "justo" para a taxa de câmbio. Com a guerra na Ucrânia prestes a completar um mês, vários investidores têm mostrado preocupação com possível interrupção da oferta de commodities, o que impulsionou o preço de produtos do milho ao petróleo desde o fim de fevereiro. Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, parecem ter se beneficiado. Outras divisas da região, como pesos chileno, peso colombiano e sol peruano, acumulam ganhos expressivos contra o dólar em 2022. Mas o real está na liderança global no que diz respeito à valorização acumulada no ano, com o patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 11,75%, servindo como impulso adicional à moeda local. Até agora em 2022, o dólar cai mais de 12% ante o real. Especialistas explicam que juros mais altos por aqui aumentam a rentabilidade do mercado de renda fixa, tendendo a atrair mais recursos estrangeiros para o Brasil e, consequentemente, reduzir o preço do dólar.

https://economia.uol.com.br/noticias

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O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 1,83% em fevereiro, após alta de 1,82% em janeiro, informou nesta sexta-feira (25) a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou abaixo da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, que indicava alta de 1,86% para o indicador, com estimativas de 1,24% a 2,30%.

A inflação acumulada em 12 meses pelo IGP-M desacelerou de 16,91% para 16,12%, também abaixo da mediana do levantamento, de 16,16% (projeções de 15,45% a 16,65%).

A aceleração do IGP-M de fevereiro foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que subiu 2,36% em fevereiro, ante 2,30% em janeiro. O índice de preços no atacado acumula variação de 18,25% em 12 meses.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M), por outro lado, desacelerou de 0,42% para 0,33% na margem, com inflação acumulada de 9,32% em 12 meses. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) também arrefeceu na margem, de 0,64% para 0,48%, conforme já divulgado pela FGV na última terça-feira, 22. O indicador acumula alta de 13,04% em 12 meses.

Cinco das oito classes de despesa componentes do IPC-M registraram arrefecimento em fevereiro. A principal contribuição foi de Educação, Leitura e Recreação (0,94% para -0,10%), com desaceleração de cursos formais (4,27% para 2,02%). Também apresentaram desaceleração em suas taxas de variação os grupos Vestuário (1,17% para 0,20%), Habitação (0,33% para 0,13%), Alimentação (1,15% para 1,08%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,07% para 0,05%).

Nessas classes, os itens com maior influência foram roupas (1,29% para 0,32%), condomínio residencial (1,45% para 0,01%), frutas (8,51% para 3,64%), plano e seguro de saúde (-0,29% para -0,49%), respectivamente.

Na direção oposta, registraram avanço nesta leitura os grupos Transportes (-0,17% para 0,26%), Comunicação (0,13% para 0,38%) e Despesas Diversas (0,14% para 0,16%). Nessas classes, os itens com maior peso foram gasolina (-1,62% para -0,89%), tarifa de telefone residencial (0,29% para 1,28%) e conselho e associação de classe (0,59% para 1,85%).

Influências individuais

Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para o alívio do IPC-M em fevereiro foram passagem aérea (-6,63% para -7,43%), gasolina (-1,62% para -0,89%) e tarifa de eletricidade residencial (-0,69% para -1,10%), seguidos por etanol (-2,99% para -3,78%) e plano e seguro de saúde (-0,29% para -0,49%)

Por outro lado, as principais influências individuais de alta foram Licenciamento – IPVA (1,43% para 3,83%), cenoura (15,62% para 57,42%) e aluguel residencial (0,57% para 1,10%). Curso de ensino fundamental (4,65% para 2,64%) e refeições em bares e restaurantes (1,03% para 1,04%) completam a lista.

IPAs

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) agropecuário acelerou a 4,18% em fevereiro, de 1,77% em janeiro, informou a FGV. No período, o IPA industrial arrefeceu de 2,52% para 1,63%.

Com os resultados, o IPA total avançou de 2,30% para 2,36% em fevereiro. O desempenho dos preços ao produtor puxou a leve aceleração do IGP-M.

Com os resultados, a inflação medida pelo IPA-M em 12 meses desacelerou de 19,32% em janeiro para 18,25% em fevereiro, com alívios na taxa do IPA industrial (19,52% para 17,78%), mas acréscimo no IPA agropecuário (18,81% para 19,38%).

Nas aberturas por estágios de processamento, a inflação dos bens finais acelerou de 0,75% em janeiro para 1,21%, puxada pelo subgrupo de alimentos in natura (1,11% para 6,89%). Os bens intermediários avançaram de 1,05% para 1,50%, sustentados por combustíveis e lubrificantes para a produção (-0,19% para 5,40%).

No sentido oposto, a inflação das matérias-primas brutas arrefeceu de 4,95% para 4,16% no período, puxada por alívios no minério de ferro (18,26% para 5,49%), bovinos (1,94% para 0,47%) e mandioca/aipim (3,89% para 0,26%). Ajudaram a conter a desaceleração do grupo a soja em grão (4,05% para 8,91%), algodão em caroço (0,49% para 11,57%) e aves (-5,59% para -0,11%).

As matérias-primas brutas sobem 7,83% no acumulado de 12 meses (de 7,37% em janeiro). Nesta base, a inflação dos bens finais arrefeceu de 17,25% para 17,20% e a dos bens intermediários, de 36,35% para 32,23%.

As principais pressões para cima sobre o IPA-M em fevereiro partiram do milho em grão (5,64% para 7,92%), óleo diesel (2,30% para 5,53%) e farelo de soja (7,73% para 9,09%), além da soja em grão e do minério de ferro.

Em contrapartida, puxaram o índice para baixo carne de aves (-3,20% para -5,03%), adubos ou fertilizantes (2,41% para -2,55%), suínos (-12,39% para -11,06%), ureia (0,12% para -28,72%) e álcool etílico hidratado (-2,06% para -6,90%).

Por Estadão Conteúdo

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Por Estadão Conteúdo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES, teve lucro recorde em 2021, de R$ 34,1 bilhões, 65% acima do exercício anterior, resultado fortemente marcado por ganhos com participações societárias (R$ 30,6 bilhões) e com a intermediação financeira (R$ 19,9 bilhões).

Segundo o banco, o lucro também teve impacto nas vendas de ações da Vale, Klabin e JBS.

No quarto trimestre do ano passado, o lucro do banco foi de R$ 7,7 bilhões, com destaque para os dividendos recebidos da Petrobras.

O BNDES fechou 2021 com 167 projetos em sua carteira, dos quais 19 já foram leiloados, o que totaliza investimentos previstos da ordem de R$ 383 bilhões – R$ 109 bilhões referentes aos projetos já leiloados.

 

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A Receita Federal já anunciou as novidades da declaração de Imposto de Renda de 2022. O período de declaração será entre 7 de março e 29 de abril.

Entre as novidades do programa, está a possibilidade de os contribuintes que tenham contas no domínio gov.br, no níveis ouro e prata, poderem fazer a declaração pré-preenchida — que é mais simples e ágil.

Com isso, a partir desta sexta-feira (25), o acesso ao Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal (e-CAC) terá o nível de segurança aumentado. Quem usa o login único desta conta gov.br só poderá acessar o e-CAC com contas nível prata ou ouro, que têm mais recursos de proteção.

Além da conta Gov.br, pessoas físicas que declaram Imposto de Renda e empresas optantes pelo Simples Nacional podem acessar o e-CAC usando o código de acesso, espécie de chave eletrônica renovável a cada dois anos. As demais empresas podem acessar o e-CAC por meio do certificado digital, caso não queiram usar o login Gov.br.

No entanto, a nova regra gerou dúvidas. Afinal, o que é a conta gov.br? Como saber se tenho esse nível prata ou ouro? Como fazer a conta?

InfoMoney responde as principais dúvidas sobre o tema.

O que é a conta gov.br?

A conta gov.br é a conta que permite que a população tenha acesso os serviços públicos pelo formato digital. Segundo o site do governo, a conta garante a identificação de cada cidadão que entra nos serviços digitais do governo.

A conta é uma aposta recente do Governo Federal para facilitar a identificação e autenticação do cidadão, priorizando a segurança dos dados e o controle de acesso unificado.

O ambiente promove autenticação digital única do usuário aos serviços públicos digitais, ou seja, com um único usuário e senha você poderá utilizar todos os serviços públicos digitais que estejam integrados com a conta gov.br.

Por que estamos falando dela?

Nesta quinta (24), a Receita Federal afirmou que apenas os contribuintes que detiverem a conta ouro ou prata vão conseguir fazer a declaração pré-preenchida.

Como esse modelo pode facilitar a vida do contribuinte por puxar vários dados e informações de declarações passadas, rendimentos, carnê-leão e pagamentos, alguns contribuintes ficaram se perguntando como fazer ou mesmo como utilizar a conta que já possuem.

A Receita explicou que a mudança faz parte de um processo de melhoria no acesso aos serviços digitais do órgão. Segundo o Fisco, o aumento na segurança permitirá que serviços do e-CAC, atualmente acessíveis apenas com certificado digital (tipo de assinatura eletrônica vendida a pessoas físicas e empresas), possam ser fornecidos a mais usuários.

Como fazer a conta?

  • Passo 1: Acesse o site

Visite https://acesso.gov.br;

Clique na opção “Crie sua conta gov.br”.

  • Passo 2: Escolha a opção de cadastro 
  1. Validação Facial no App Meu gov.br
  2. Bancos Credenciados
  3. Internet Banking
  4. Número de CPF
  5. Certificado digital
  6. Certificado digital em nuvem
  • Passo 3: Cadastre-se

De acordo com a sua opção, diferentes perguntas surgirão na sua tela.

  1. Leia as instruções com atenção;
  2. Responda as perguntas;
  3. Clique em Avançar para prosseguir.

Ao final, você deve cadastrar uma senha para sua conta.

Qual a diferença entre nível ouro, prata e bronze?

José Carlos da Fonseca, auditor da Receita e responsável pelo programa de Imposto de Renda 2022, explicou que o selo ouro ou prata depende da certificação oficial da identidade.

Ao abrir a conta, a pessoa é automaticamente nível bronze.

Ou seja, se você seguir o passo a passo até o 3, sua classificação é bronze.

Com os níveis prata e ouro, a Receita Federal consegue puxar os dados do contribuinte e importá-los para a declaração deste ano. A ideia é integrar e unificar os sistemas do governo federal nesta conta.

Para chegar até a tela que mostra seu nível de segurança, é preciso fazer o seguinte:

  1. Entre no site do gov;
  2. Ao lado esquerdo, clique em Privacidade;
  3. Entre na opção “selos de confiabilidade”;
  4. Autorize o acesso aos selos;
  5. Vai aparecer seu selo atual;

As três opções são:

  • “Conta básica (bronze)”

Quando o cadastro é feito online via carrossel de perguntas do site do governo federal; ou com validação de dados do INSS; ou presencial, com cadastro via balcão do INSS ou Detran.

  • “Conta verificada (prata)”

Quando o cadastro é feito online via cadastro validado no Sigepe (base de dados de servidores públicos da União); cadastro validado por biometria facial do Denatran; cadastro via internet banking (dos principais bancos do país).

  • “Conta comprovada (ouro)”

Quando o cadastro é feito online por biometria facial no sistema do TSE (precisa baixar o app do gov.br no smarpthone para esta opção); ou obtenção do certificado digital.

Como fazer um updgrade?

É possível aumentar o nível de segurança desta conta, escolhendo uma das opções citadas acima e fazendo os cadastros necessários.

Para fazer o upgrade:

  • Adicione selos
  1. Visite https://acesso.gov.br;
  2. Acesse sua conta gov.br;
  3. Clique na opção “Privacidade”.
  4. Clique em “Gerenciar lista de selos”;
  5. Clique no selo que deseja adicionar;
  6. Siga as instruções que aparecem na tela.

*Com Agência Brasil. 

Fonte: InfoMoney

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dólar comercial chegou a ser negociado por R$ 5,092 na manhã de hoje (25). A moeda norte-americana alcançou o valor por volta das 9h27 (de Brasília), quando caía 0,26%,

Ontem (24) o dólar comercial teve alta de 2,02%, fechando a R$ 5,105 na venda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Fonte: UOL

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Na última quinta-feira, dia 10 de fevereiro, aconteceu no Palácio Tangará, em São Paulo, a comemoração dos 40 anos da Associação Nacional de Fomento Comercial (ANFAC). Durante o mais esperado evento do fomento comercial, o Dr. Luiz Lemos Leite, presidente da ANFAC recebeu mais de 400 convidados, entre autoridades, empresários e associados, para jantar um comemorativo.

Com um forte esquema de segurança contra o Covid, a entrada no evento só foi possível para aqueles que apresentaram o esquema de vacinação completo. Essa noite mágica também marcou o Dia do Agente de Fomento Comercial, que é comemorado no dia 11 de fevereiro.

Logo na abertura do evento, foi apresentado um vídeo com o economista Pablo Spyer fazendo uma retrospectiva da história da ANFAC, ressaltando conquistas como a busca por qualificação, renovação e capacitação para todos que compõem o mercado, a implantação dos FIDCS Multisetoriais, no início dos anos 2000, e mais recentemente a criação das Empresas Simples de Crédito (ESCs), criadas em 2019.

Na sequência, foi aberta a sessão de homenagens para aqueles que contribuíram para o fortalecimento do fomento comercial nas últimas quatro décadas. Como não poderia ser diferente, o principal homenageado da noite foi o Dr. Luiz Lemos Leite, fundador e presidente da ANFAC nos últimos 40 anos. Lemos Leite agradeceu a homenagem recebida e a presença de todos. Aproveitou o momento para falar sobre a importância do fomento comercial para o Brasil e do árduo trabalho que ele, juntamente com os associados e empresas de Factoring, tiveram para que a atividade de factoring fosse reconhecida pelo Banco Central como uma atividade comercial. Também lembrou que a ANFAC vem atuando para aprovar leis fundamentais para o crescimento da categoria, entre elas, a Reforma Tributária.

“Neste momento, o nosso esforço está concentrado em aliviar a carga fiscal que tanto tem onerado as operações de nossos associados e que acabam repassando esse ônus aos seus clientes, milhares de pequenas e médias empresas, que tanto contribuem para a geração de empregos no Brasil”, disse.

As homenagens não pararam no Dr. Lemos Leite. Parceiros e associados, que também contribuíram para o crescimento do setor no Brasil foram saudados por todos. Entre eles estavam Acidesio Maciel, Access Factoring; Alexandre Bucker de Souza, Exicon Consultoria em Crédito; Dario Tomaselli Júnior, DGS Factoting; Divaldo Disposti, Grupo Centerpar; Eduardo Jorge Milagre, Milagre Factoring; Élcio José Sartor, EJS Grupo Finanblue; Ercílio Santinoni, presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas e dos Empreendedores Individuais; João Carlos Ribeiro Vargas, Comprocred Fomento; José Duran Ferreira, Araguaya Fomento; José Gomes Casimiro, Labor Factoring; José Luis Dias da Silva, DDS Dias da Silva; José Martins Filho, Minasfac Factoring; Marcelo Peres Katz, BRR Crédito; Maria Claudia Beldi, Banco Finaxis; Pio Daniele, Daniele Banco; Raimundo Nonato Nogueira da Costa, RN Fomento; Raul Carlos Pereira Barreto, SP Banco; Regiane Mara Abrahão, Personalite Securitizadora; Roberto Pereira, Ibesc; Robinson Carneiro Cerqueira Leite e Sergio Antonio Sannicolla, Athena Securitizadora; Valter Viana, WBA Software; e homenagem póstuma a Marcus Jair Garutti, Iguassú Fomento Mercantil, que foi entregue ao seu filho Álvaro Garutti.

Por volta da meia-noite, os convidados cantaram aquele merecido parabéns para você e a ANFAC abriu a pista de dança para os convidados se deliciarem com os shows da Banda Santa Maria e do cantor Marcelo Miranda.

 

Box

A festa de 40 anos da ANFAC foi patrocinada pelos parceiros:

Patrocinador Rubi

  • Banco Finaxis

 

Patrocinador Diamante

  • AALC Consultoria
  • B3 – Brasil Bolsa Balcão
  • Banco Arbi
  • Finanblue
  • WBA Software
  • RBM Web
  • Smart Factor

 

Patrocinador Ouro

  • CRDC Centra de Registros

 

Patrocinador Prata

  • Titan Capital
  • CDC Sociedade de Crédito
  • Baru
  • Finplace
  • Linear Group Auditores Independentes S/S
  • Stand By Sistemas
  • Anima Informática
  • RGB sys Consultoria e Tecnologia
  • Tercon Asset
  • Order By
  • Fiducia

Fonte:www.anfac.com.br

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Por Marcos Mortari

InfoMoney

SÃO PAULO – O projeto de lei complementar que institui uma nova metodologia para a cobrança do ICMS pelos estados e Distrito Federal sobre combustíveis (PLP 11/2020) desagradou boa parte dos governadores, que ensaiam uma resposta no Senado Federal ou mesmo no Supremo Tribunal Federal (STF), caso o esforço para modificar o texto aprovado pela Câmara dos Deputados não prospere.

Embora o substitutivo tenha deixado de fora ideia original do governo federal de instituir alíquota única para o imposto cobrado em todas as regiões do País, persiste a avaliação entre os gestores de que o movimento acarretará perda de arrecadação para os estados – o que também comprometerá os repasses aos municípios.

Críticos também entendem que a medida busca tirar o foco dos reais fatores que provocam a disparada dos preços. Para eles, o projeto de lei complementar não garantirá uma redução sustentável e duradoura no valor pago pelo consumidor final para encher o tanque.

Hoje, o imposto corresponde a um percentual entre 25% e 34% incidente sobre o preço da venda da gasolina e de 12% a 25% sobre o diesel. A alíquota incide sobre o chamado Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF) – valor de referência calculado pelos entes a cada 15 dias. Entenda a fórmula.

Caso a nova regra entre em vigor, o ICMS cobrado em cada estado será fixo e calculado com base no preço médio dos combustíveis nos dois anos anteriores. Mas, para isso, ainda precisa passar pelo Senado Federal e ser sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O substitutivo prevê que as alíquotas específicas sejam fixadas anualmente e valham por 12 meses a partir da data de sua publicação – sem possibilidade de reajuste até o período seguinte. Isso implica em uma mudança do sistema ad valorem (flutuante conforme o preço) para o ad rem (fixo, independente do preço).

A arrecadação não poderia exceder, em reais por litro, o valor da média dos preços ao consumidor final usualmente praticados no mercado, considerado ao longo dos dois exercícios imediatamente anteriores.

Considerando os preços atuais, a mudança acarretaria imediata redução dos valores arrecadados pelos estados com o tributo – um hiato que só cresceria a cada novo reajuste nos preços aplicados pela Petrobras. Governadores reclamam que ficaram de fora do debate e estão sozinhos pagando o preço de uma conta que não é deles.

Como o imposto é um entre outros componentes do preço final, não haveria garantias de redução nos valores cobrados na bomba. Novos reajustes de preço poderiam, em tese, tragar o que se deixaria de repassar por litro de combustível aos entes subnacionais, fazendo com que o consumidor final não sentisse os benefícios do projeto aprovado.

“O texto aprovado leva em consideração [a média de preços de] janeiro de 2019 a dezembro de 2020, ignorando tudo que aconteceu em 2021. Neste ano, enfrentamos oito aumentos de preços [nos combustíveis]“, critica o secretário de Fazenda do Espírito Santo, Marcelo Altoé. A pasta está refazendo as estimativas dos impactos da medida, que deve superar os R$ 500 milhões para o estado em 2022.

“Ainda que haja essa redução abrupta, o projeto não gera nenhuma garantia que vai haver efetivamente redução de preço. Se a Petrobras continuar elevando os preços, não vai ter ICMS reduzido que faça frente”, alertou.

Para efeitos de comparação, em janeiro de 2019, o PMPF dos estados variava de R$ 3,9260 (Amapá) a R$ 4,9420 (Acre) por litro de gasolina. Hoje, os preços vão de R$ 5,1430 a R$ 6,4957 nos mesmos estados, segundo Ato Cotepe divulgado no site do Confaz. Os valores são componente fundamental para a definição do ICMS recolhido.

Um dos patrocinadores do projeto de lei, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sustenta que as mudanças devem levar à redução do preço final praticado ao consumidor de 8% para a gasolina comum, 7% para o etanol hidratado e 3,7% para o diesel B.

O ICMS é a segunda variável de maior impacto sobre o preço do diesel e da gasolina na bomba, correspondendo, em média, a 27,9% e 15,4%, respectivamente. Só perde para o próprio preço de realização da Petrobras: 33,6% e 54,0%, na ordem.

Embora as alíquotas não tenham sofrido modificações recentemente, a alta do preço final trouxe um impacto ainda maior do tributo – o que gerou um “rebote” sobre os preços e uma queda de braço entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e gestores estaduais.

Os combustíveis são uma das categorias que mais sofreram reajuste nos últimos meses. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a gasolina acumula uma alta de 39,60% em 12 meses até setembro. O óleo diesel, 33,05%. Já o etanol, 64,77%.

O movimento se explica por uma combinação de fatores, como a alta do preço do barril de petróleo no mercado internacional e a apreciação do dólar ante o real.

A aprovação do PLP 11/2020 foi vista como mais uma vitória política de Arthur Lira, que conseguiu driblar as resistências de governadores e costurar um acordo entre os pares. Também pesou a percepção de parlamentares de que obstruir a matéria poderia ser interpretado pela sociedade como uma manifestação contrária à redução de impostos – o que, a menos de um ano das eleições, poderia custar caro.

Mas o êxito na Câmara dos Deputados não necessariamente indica vida fácil para a proposta no Senado Federal, casa que tem demonstrado menor alinhamento ao governo Bolsonaro e onde a pressão de governadores costuma surtir maior efeito. E as articulações já começaram.

Para gestores estaduais consultados pelo InfoMoney, a conta recaiu exclusivamente sobre estados e municípios, enquanto a Petrobras teria sido poupada, apesar das frequentes críticas de Arthur Lira à política de preços praticada. Agora, eles planejam atuar em duas frentes para virar o jogo.

No Senado, tentam convencer os parlamentares a conduzir um debate mais amplo, incluindo a própria estatal (o que pode mexer com os ânimos de investidores, que reagiram positivamente ao PLP), e alertando para os impactos do texto votado pelos deputados sobre o provimento de serviços públicos à população.

Ontem (14), inclusive, foi realizada uma reunião extraordinária do Comitê de Secretários Estaduais de Fazenda (Comsefaz) para tratar do assunto e desenhar estratégias de atuação. Um dos pontos acordados foi pedir ajuda ao presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Cada secretário também vai avaliar a posição da bancada estadual para articular apoio.

“Entendemos que o projeto aprovado na Câmara dos Deputados é repleto de impropriedades”, afirma Altoé. “Há um consenso [entre os governos] de que vai ser necessário demonstrar aos senadores as impropriedades do projeto e, em especial, que seja aberto um diálogo para que se busque uma solução. Os estados não são contrários a debater sobre a questão do ICMS sobre os combustíveis. Nosso pleito é uma abertura de diálogo para encontrarmos uma solução em conjunto. Agora, não há solução sem a participação da Petrobras”.

“Fica parecendo que o ICMS é o único item que compõe o custo, quando na verdade é apenas mais uma variável do preço final. Querem colocar na conta dos estados um problema cujo vilão principal não são os estados, e sim essa política de preços da Petrobras. Qual é o sentido que há o preço ser 100% dolarizado se praticamente 70% da produção é nacional? Isso não está sendo discutido. Estão discutindo só o valor do ICMS dos estados, no qual não há alteração de alíquota há anos”, critica.

O Comsefaz estima que a proposta reduzirá em R$ 24,1 bilhões as receitas estaduais e municipais. A entidade também contesta os cálculos de redução dos preços apresentados por Arthur Lira como forma de convencer os pares a votar favoravelmente à matéria.

Paralelamente ao trabalho de convencimento dos senadores, os governadores já consideram a possibilidade de ingressar no Supremo Tribunal Federal (STF), sob alegação de inconstitucionalidade da proposta aprovada. Eles entendem que a definição do ICMS caberia exclusivamente às assembleias legislativas.

“Damos como certa a judicialização caso a lei seja aprovada da forma como virá ao Senado”, diz Altoé. “Acreditamos na inconstitucionalidade da proposta. Ela fere a autonomia federativa e viola a Lei de Responsabilidade Fiscal, porque não estabelece de que forma vai haver uma contraprestação a essa renúncia fiscal concedida. Também entendemos que esse PLP estaria extrapolando os limites da Lei Complementar para fixar os valores fixos. Isso não é uma base de cálculo prevista na Constituição Federal”.

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), presidente do Consórcio Nordeste, disse que o desenho em discussão não ataca os reais problemas e deve comprometer as contas dos entes subnacionais. Somente no estado, a Secretaria da Fazenda estima perda de arrecadação de R$ 468 milhões com a medida. Os combustíveis respondem por 25% do ICMS recolhido.

Em vídeo divulgado à imprensa, Wellington Dias defendeu a capitalização de um fundo de equalização dos combustíveis, que, segundo ele, poderia fazer o preço do litro da gasolina cair para R$ 4,50.

Para o governador, os parlamentares também deveriam se debruçar sobre uma reforma tributária ampla. Seria o caso da PEC 110/2019, cujo relatório foi apresentado pelo senador Roberto Rocha (PSDB-MA) na semana passada.

“Por que não se trabalha, com muita força, a proposta que o próprio ministro Paulo Guedes (Economia) e agora o próprio presidente Bolsonaro já admitiram, de capitalizar um fundo de equalização dos combustíveis? Isso, sim, faz cair o preço da gasolina para aproximadamente R$ 4,50, e não apenas R$ 0,40. Na verdade, a gente tem que trabalhar mesmo pela reforma tributária – e tem acordo dos governadores. Aqui, sim, vai fazer a diferença”, disse.

Uma alternativa discutida pelos governadores seria congelar por 60 dias o preço de referência usado para a cobrança do imposto. Também está na mesa a diminuição do número de vezes que esse preço é alterado. O congelamento de preços até o final do ano, por exemplo, poderia dar tempo aos secretários para aprofundar o debate com os senadores. Outra possibilidade, considerada menos viável, seria a fixação do preço em acordo envolvendo a própria estatal.

“A tendência é fazer um contraponto a esse grande bode colocado na sala. Talvez o menor dos males seja alinhar para um congelamento de preços até dezembro”, afirmou o secretário de Fazenda de Alagoas, George Santoro, ao jornal O Estado de S.Paulo. Na última reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), depois de um clima tenso, ele pediu vistas à proposta do Maranhão e de Minas Gerais de congelamento do preço de referência. O assunto voltou a ser discutido após a aprovação relâmpago do PLP 11/2020 pelos deputados.

Santoro reconhece que é difícil “competir” com as emendas parlamentares, que têm garantido a aprovação de projetos sem discussão técnica. “Infelizmente estamos vivendo momentos complicados. Com o orçamento das emendas parlamentares, o Congresso fica com poder gigantesco e não mais interlocução técnica”, criticou.

Caso o texto seja aprovado pelo Senado, as assembleias legislativas terão que aprovar a regulamentação da medida e mudar os projetos de orçamento dos estados já enviados (uma vez que a estimativa de arrecadação precisará ser refeita). Como o projeto tem apelo popular, os governadores tentam desfazer a imagem de “vilões” da alta dos combustíveis e incluir a Petrobras na discussão para evitar a sanção de um texto tão desfavorável aos entes subnacionais.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, condicionou a “boa vontade” com a mudança na cobrança do ICMS a uma avaliação efetiva do impacto no preço dos combustíveis. “É algo que interfere ali no dia a dia e na previsibilidade do orçamento dos Estados. Vamos considerar essas informações, vamos permitir esse diálogo”, disse Pacheco.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), disse que o projeto de lei complementar aprovado pelos deputados “é uma ação equivocada, que não vai resolver o problema” dos preços dos combustíveis.

Para ele, o debate acerca do ICMS cobrado sobre os combustíveis foi conduzido funcionou como uma espécie de “cortina de fumaça sobre o real problema”.

“O imposto nos Estados gira em torno de 25% e 34%, e é assim há mais de uma década. Quando a gasolina custava R$ 2,00, era o mesmo imposto. No caso do Rio Grande do Sul, em janeiro deste ano, a gasolina tinha em média preço de R$ 4,50, e agora vai a R$ 6,50, quase R$ 7,00, e não aumentou o imposto”, afirmou em nota.

Leite também argumenta que o PLP “fere a previsibilidade dos governos”, já que todos os gestores estaduais encaminharam suas leis orçamentárias às respectivas assembleias legislativas, com expectativas de receita e a destinação dos recursos arrecadados.

“Só no Rio Grande do Sul, se a proposta estivesse em vigor, a perda estimada seria de R$ 980 milhões em arrecadação de janeiro a setembro de 2021, o que levaria a perda para quase R$ 1,5 bilhão brutos em base anual”, afirmou.

Avaliação similar tem o governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB). Em nota, a Secretaria da Fazenda e Planejamento, liderada pelo ex-ministro Henrique Meirelles, disse que o projeto é uma “tentativa de tirar o foco do governo federal, verdadeiro responsável pela política de preços dos combustíveis, e passar a conta para os estados”.

Segundo o governo paulista, a arrecadação do setor de combustíveis representa 10% da receita total do ICMS. Com as novas regras, as estimativas apontam para perdas de R$ 6,5 bilhões por ano para o estado.

“A mudança não faz sentido e prejudica os estados, pois o preço dos combustíveis é fixado pela Petrobras, com base na cotação internacional do petróleo. Cabe ao governo federal, controlador da empresa, resolver o problema – não repassar aos estados, que têm menor poder de arrecadação e estão na frente de prestação de serviços ao cidadão, como saúde, educação e segurança”, diz a nota.

O governo paulista recomenda, ainda, que, diante do relevante impacto da medida sobre a arrecadação dos Estados, o Senado Federal encaminhe o assunto com “muita prudência” e sugere que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) seja consultado pelos parlamentares durante a análise do texto.

Outro governo que se diz muito prejudicado pelo projeto de lei complementar em discussão é o do Rio de Janeiro. Segundo o governador Cláudio Castro (PL), as novas regras poderiam reduzir em R$ 1,3 bilhão a arrecadação anual do estado – já em processo de recuperação fiscal.

“Se reduzíssemos para 25%, uma alíquota praticada em muitos estados, perderíamos R$ 500 milhões. O Rio de Janeiro topa rediscutir toda a cadeia para abaixar o preço para a população. O que não dá é cortar ICMS e a Petrobras continuar aumentando [o preço]. Tem que ter uma política para reduzir em toda a cadeia”, disse ao jornal Folha de S.Paulo.

O governo de Minas Gerais estima uma perda de arrecadação de R$ 3,6 bilhões por ano com a possível aprovação do projeto de lei complementar nos termos votados pela Câmara dos Deputados, o que também teria impacto direto nos cofres dos 853 municípios do estado, uma vez que 25% (R$ 900 milhões) são destinados às prefeituras.

Os combustíveis respondem por 19,6% do total arrecadado com ICMS no estado. Mas, em nota, a administração mineira disse que “respeita a autonomia do Congresso Nacional na avaliação de alterações legislativas”.

(com Agência Estado)

 
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