Por Agência Brasil
O Banco Central (BC) aumentou a projeção para a expansão do crédito este ano de 7,6% para 11,5%. A estimativa consta do Relatório de Inflação, divulgado hoje (24), em Brasília.
“O aumento decorre, principalmente, da demanda acentuada de crédito das empresas, que vem sendo atendida tanto pela expansão do crédito livre como pelo crédito direcionado, no último caso voltado principalmente para as empresas de menor porte”, disse o BC.
As modalidades de empréstimos são divididas em dois tipos: o crédito livre e o direcionado. No caso do crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado tem regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito.
A projeção para o crescimento do crédito livre para as empresas passou de 15,6%, previstos em junho, para os atuais 20%.
“No segmento de recursos livres para pessoas jurídicas, o ajuste na projeção para 2020 se fundamenta pelas condições mais acessíveis de financiamento, com destaque para a taxa de juros na mínima histórica, e pela melhora nas expectativas de recuperação da atividade econômica”, afirma o BC.
No caso dos empréstimos com recursos direcionados para as pessoas jurídicas, a projeção de crescimento subiu ainda mais: de 1% para 11%. Segundo o banco, a nova estimativa reflete o efeito dos programas emergenciais de crédito para as empresas.
Para o Banco Central, os empréstimos a pessoas físicas livres devem apresentar desaceleração em 2020, influenciada, entre outros fatores, pela modalidade cartão de crédito à vista, “fortemente afetada pela queda nos gastos dos consumidores de alta renda”.
A projeção para o ritmo de expansão do crédito livre para as famílias em 2020 foi mantida em 6,5%.
O crescimento esperado dos financiamentos às famílias com recursos direcionados foi revisado de 5% para 9,5%.
“As concessões de financiamentos imobiliários, principal modalidade do grupo, surpreenderam positivamente, apresentando evolução positiva após abril, impulsionadas pela queda nas taxas de juros. As renegociações e as postergações nos pagamentos de parcelas também contribuíram para o crescimento do saldo de crédito no primeiro semestre”, afirmou o relatório.
A projeção do BC para o crescimento do crédito em 2021 é de 7,3%, “desempenho liderado pela retomada do crédito às pessoas físicas (9%), e que incorpora desaceleração do crédito às empresas (5,1%)”.
“Para as famílias, levando-se em conta perspectiva de melhora no mercado de trabalho, espera-se crescimento de 10% do saldo de crédito com recursos livres, enquanto as operações com recursos direcionados devem registrar crescimento de 7,7%, influenciadas pela redução das renegociações e postergações de parcelas no segmento imobiliário”, destacou o BC.
Acrescentou que o desempenho do crédito às pessoas jurídicas com recursos livres “deve apresentar forte desaceleração em 2021 (8%), motivada pela normalização da atividade econômica e pela necessidade de desalavancagem [redução do endividamento] das empresas”.
Segundo o Banco Central, a retomada de emissões de dívidas corporativas fora do Sistema Financeiro Nacional “deve propiciar fonte alternativa de financiamento para as grandes empresas, favorecendo o movimento de desaceleração do crédito bancário”.
O saldo de crédito para empresas com recursos direcionados “deve registrar desaceleração e manter-se estável em 2021, o que sinaliza retorno ao perfil de expansão do crédito anterior à pandemia, mais concentrado nas operações com recursos livres”.
“Importante observar que ambas as desacelerações devem ser avaliadas considerando forte efeito da base de comparação, de modo que a expansão do crédito seguirá sendo relevante na fase de recuperação da economia”, disse o BC.
No relatório, o Banco Central também traz projeção para transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países.
A projeção de déficit em transações correntes foi reduzida de US$ 13,9 bilhões para US$ 10,2 bilhões (0,7% do Produto Interno Bruto – PIB) ao final deste ano. “O principal fator para a revisão é a melhora nos valores esperados para as exportações, que apresentaram nos últimos meses resultado acima do anteriormente projetado”, especificou o relatório.
A projeção para os investimentos diretos no país (IDP) passou de US$ 55 bilhões para US$ 50 bilhões. A previsão de saída de investimentos estrangeiros em fundos de investimento e ações negociadas em bolsas brasileiras e no exterior passou de US$ 16 bilhões para US$ 16,5 bilhões. E a estimativa de saída de investimentos em títulos no país foi alterada de US$ 13 bilhões para US$ 16,5 bilhões.
Para 2021, o déficit em transações correntes deve chegar a US$ 16,7 bilhões (1,1% do PIB). “Essa projeção reflete aumento das despesas líquidas em serviços e renda primária [lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários], parcialmente compensado por melhora no saldo comercial”, diz o BC.
O BC espera recuperação nas entradas líquidas de IDP, em linha com crescimento do PIB no ano, atingindo US$ 65,2 bilhões (4,3% PIB).
A avaliação positiva do governo do presidente Jair Bolsonaro subiu e atingiu o maior patamar desde que ele tomou posse em janeiro de 2019, alcançando 40%, ante os 29% registrados em dezembro do ano passado, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira.
De acordo com o levantamento, a avaliação negativa do governo ficou em 29% ante os 38% do levantamento do final do ano passado, e 29% apontam o governo como regular, contra 31%.
O levantamento apontou ainda que 50% aprovam a forma de Bolsonaro governar, ante 41% na pesquisa anterior, ao passo que 45% a desaprovam, contra 53% no final de 2019.
A pesquisa, feita pelo Ibope e encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), auferiu ainda a confiança no presidente, e 46% disseram confiar –ante 41% em dezembro– e 51% afirmaram não confiar –contra 56% na sondagem anterior.
Foram ouvidas 2 mil pessoas entre os dias 17 e 20 de setembro em 127 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
https://www.infomoney.com.br/autor/reuters/
Por Bloomberg
O projeto que abre caminho para a privatização dos Correios está em fase de finalização no Ministério das Comunicações e será encaminhado ao Congresso até o fim do ano, disse o ministro das Comunicações, Fabio Faria, em entrevista em seu gabinete.
Segundo ele, a venda dos serviços postais brasileiros tem potencial de atrair mais de dez empresas e poderia render cerca de R$ 15 bilhões aos cofres públicos.
Apesar de não andar tão rápido como esperava o ministro da Economia, Paulo Guedes, o BNDES já está trabalhando na modelagem da privatização, após selecionar no mês passado o consórcio responsável pelos estudos técnicos. Um novo programa de demissões incentivadas para reduzir custos também está sendo considerado para tornar a estatal mais atraente para o setor privado.
“Podíamos fazer uma PEC ou um projeto de lei, optamos pelo projeto de lei que deve ser finalizado no Ministério das Comunicações nos próximos 15 dias e enviado ao Palácio do Planalto para ajustes. Até o fim do ano, o Executivo terá feito e entregue o seu dever de casa e o projeto estará no Congresso para ser aprimorado pelos deputados e senadores”, afirmou.
Ainda de maneira informal, disse o ministro, algumas das maiores empresas do setor privado estão de olho na privatização.
“Pelo menos cinco grandes empresas demonstraram a autoridades do governo algum interesse. É obvio que FedEx e DHL vão olhar para essa privatização, assim como Magazine Luiza e Amazon.”
A expectativa do ministro é que o gigante do comércio eletrônico Mercado Livre também entre nessa disputa. Os Correios são responsáveis por entregar mais de 50% do que o Mercado Livre vende e a empresa enfrentou dificuldades nas últimas semanas por causa da greve dos funcionários. “Ninguém falou comigo, mas acho que vão pensar nisso”, disse Faria.
As empresas citadas não responderam imediatamente aos pedidos de comentários quando contatadas pela Bloomberg News. O preço sugerido por Faria para a privatização foi visto como muito otimista por dois ex-funcionários do governo familiarizados com a situação financeira da empresa, que inclui passivos trabalhistas, problemas no fundo de pensão e alto do número de funcionários.
Em meio à pandemia, os funcionários dos Correios entraram em greve, o que dificultou a entrega de encomendas e correspondências. Após mais de 30 dias, o Tribunal Superior do Trabalho determinou que os funcionários voltassem ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
Quem assumir o controle da estatal ficará com o ônus e o bônus, segundo o ministro. A compradora terá acesso a um grande mercado, mas será necessário oferecer serviços postais em locais remotos do país. “O fundamental é que o serviço seja universal. Os Correios chegam a 95% das localidades e isso tem que ser mantido, mesmo que o comprador terceirize o serviço em algumas regiões.”
Os Correios registraram prejuízos em série e passaram a ter lucro a partir de 2017.
O leilão de 5G no Brasil, que inicialmente ocorreria neste ano e teve um primeiro adiamento para fevereiro de 2021, agora está previsto para acontecer entre abril e maio do ano que vem. A crise do coronavírus atrasou o processo, mas Faria disse que isso será uma vantagem para o Brasil porque o governo poderá observar o que está acontecendo no resto do mundo sobre o assunto.
Ele não quis comentar sobre como o governo tratará a participação da China na disputa. “Não vou tratar da questão geopolítica. Esta é uma decisão do presidente Jair Bolsonaro e do chanceler Ernesto Araújo.”
No início desta semana, Bolsonaro disse em um discurso de abertura na 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas que o Brasil só vai negociar tecnologias com parceiros que respeitem a soberania do Brasil e prezem pela liberdade e proteção de dados.
Pessoa jurídica - Desconto de duplicata
Classificadas por ordem crescente de taxa
Período: 31/08/2020 a 04/09/2020
Modalidade: Pessoa jurídica - Desconto de duplicatas
Tipo de encargo: Pré-fixado
Taxas de juros | |||
Posição | Instituição | % a.m. | % a.a. |
1 | BCO J.P. MORGAN S.A. | 0,26 | 3,21 |
2 | BCO HSBC S.A. | 0,37 | 4,53 |
3 | BOFA MERRILL LYNCH BM S.A. | 0,41 | 5,05 |
4 | BCO CITIBANK S.A. | 0,44 | 5,43 |
5 | BCO MERCEDES-BENZ S.A. | 0,47 | 5,76 |
6 | BCO VOTORANTIM S.A. | 0,53 | 6,50 |
7 | BCO SANTANDER (BRASIL) S.A. | 0,58 | 7,19 |
8 | BANCO FIDIS | 0,58 | 7,24 |
9 | BCO SAFRA S.A. | 0,60 | 7,38 |
10 | BANCO BTG PACTUAL S.A. | 0,63 | 7,82 |
11 | BCO FIBRA S.A. | 0,79 | 9,96 |
12 | BCO BRADESCO S.A. | 0,82 | 10,24 |
13 | BCO INDUSTRIAL DO BRASIL S.A. | 0,85 | 10,72 |
14 | GAZINCRED S.A. SCFI | 0,95 | 11,98 |
15 | ITAÚ UNIBANCO S.A. | 0,97 | 12,21 |
16 | ZANON CFI S.A. | 1,00 | 12,68 |
17 | BCO ABC BRASIL S.A. | 1,01 | 12,82 |
18 | BCO DAYCOVAL S.A | 1,11 | 14,20 |
19 | BCO DO BRASIL S.A. | 1,14 | 14,59 |
20 | BCO RIBEIRAO PRETO S.A. | 1,16 | 14,79 |
21 | BCO DO ESTADO DO RS S.A. | 1,20 | 15,34 |
22 | BCO BNP PARIBAS BRASIL S A | 1,20 | 15,42 |
23 | HS FINANCEIRA | 1,28 | 16,49 |
24 | BCO SOFISA S.A. | 1,44 | 18,65 |
25 | BCO BANESTES S.A. | 1,53 | 20,00 |
26 | CAIXA ECONOMICA FEDERAL | 1,54 | 20,12 |
27 | OMNI BANCO S.A. | 1,59 | 20,88 |
28 | BANCO ORIGINAL | 1,61 | 21,13 |
29 | BANCO RANDON S.A. | 1,65 | 21,68 |
30 | SANTINVEST S.A. - CFI | 1,68 | 22,08 |
31 | CARUANA SCFI | 1,69 | 22,28 |
32 | BCO RNX S.A. | 1,70 | 22,37 |
33 | BCO TRIANGULO S.A. | 1,72 | 22,66 |
34 | BANCO MONEO S.A. | 1,72 | 22,69 |
35 | BCO DO NORDESTE DO BRASIL S.A. | 1,74 | 22,99 |
36 | BCO MERCANTIL DO BRASIL S.A. | 2,04 | 27,40 |
37 | BCO RENDIMENTO S.A. | 2,05 | 27,52 |
38 | BCO GUANABARA S.A. | 2,17 | 29,41 |
39 | BCO DIGIMAIS S.A. | 2,49 | 34,36 |
40 | BCO LUSO BRASILEIRO S.A. | 2,71 | 37,86 |
41 | SANTANA S.A. - CFI | 2,90 | 40,91 |
42 | BRB - BCO DE BRASILIA S.A. | 2,98 | 42,26 |
43 | BCO CAPITAL S.A. | 3,00 | 42,50 |
44 | BCO CREFISA S.A. | 3,45 | 50,24 |
45 | VIA CERTA FINANCIADORA S.A. - CFI | 4,00 | 60,16 |
46 | BCO DO EST. DE SE S.A. | 4,16 | 63,17 |
47 | FINAMAX S.A. CFI | 4,75 | 74,49 |
48 | BANCO DIGIO | 10,01 | 214,11 |
Fonte: Banco Central do Brasil
Pontos polêmicos, que aumentam a carga fiscal ou são questionáveis na Justiça, podem dificultar a aprovação das propostas de reforma tributária apresentadas pelos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, assim como a da União. O governo gaúcho voltou atrás na maioria deles, como o que trata de alíquotas de IPVA com base na potência do veículo automotor. Mas manteve a tributação de planos de previdência privada pelo Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCD), medida que também está no texto paulista.
Muito comparada com a proposta da União, a reforma gaúcha pode ser adiada. Sem previsão de acordo para a aprovação do texto original, o governo tenta costurar com os deputados estaduais uma emenda para não perder cerca de R$ 2,8 bilhões em arrecadação, a partir de janeiro.
Empresários pressionaram contra o aumento de carga tributária embutido na proposta de simplificação, modernização e combate à regressividade, além de dispositivos que poderiam parar no Judiciário. Dos pontos questionáveis, além do IPVA, foi retirado do texto o que trata da criação do Fundo Devolve ICMS, que seria formado com recursos pagos por empresas com direito a benefício fiscal.
A partir de hoje, as bancadas de deputados da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul analisam uma proposta de emenda que precisa ser aprovada ainda neste mês. Isso para que seja cumprido o prazo constitucional de noventa dias e ela possa a valer a partir de janeiro.
Pela proposta original, a alíquota média de 18% de ICMS cairia para 17% no ano que vem. Com a emenda, seria de 17,7% em 2021, 17,4% em 2022 e 17% só de 2023 em diante. Por outro lado, para os segmentos de comunicação, combustíveis e energia seria prorrogada a alíquota de 30% até 2023, ou ao menos até o fim de 2021, em vez de cair para 25% no próximo ano.
Antes, também estava previsto aumento do ICMS para itens da cesta básica, como o arroz - o Sul do país é responsável pela maior parte da safra. A alíquota, que subiria para 17% e depois para 12%, permanecerá em 7% e os hortifrutis continuarão isentos. Além disso, inicialmente, o limite de faturamento para isenção, hoje de até R$ 360 mil ao ano, seria reduzido pela metade. Mas foi mantido.
Para o tributarista Rafael Nichele, assim como a da União, a proposta original do governo gaúcho causaria perda de competitividade, que refletiria nas vendas e, portanto, nos preços. “Ambas trazem aumento de carga tributária direta. Essa é a principal dificuldade para a aprovação da reforma no Rio Grande do Sul”, diz. “E o Fundo Desenvolve ICMS ainda causaria aumento indireto.”
Os recursos do fundo, segundo o governo gaúcho, seriam destinados a famílias de baixa renda. Mas, afirmam tributaristas, para custear o fundo o Estado teria que ter uma arrecadação adicional. “A intenção é boa, mas seria a criação indireta de um ICMS para uma finalidade, o que violaria a Constituição Federal”, diz o advogado Arthur Ferreira Neto.
Quanto ao IPVA aplicado conforme a potência, seria uma forma de instituir progressividade na cobrança do imposto. Para Ferreira Neto, a medida violaria o princípio da isonomia porque, de acordo com a Constituição, é vedado aos Estados instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente.
Já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI 5654) da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra uma lei do Ceará (nº 15.893, de 2015) no mesmo sentido.
Os pontos questionáveis e o aumento da carga tributária levaram à impossibilidade de aprovação do texto original, segundo o advogado Anderson Trautman Cardoso. “A proposta de modernização na verdade parecia um conjunto de ajustes cujo objetivo principal era de arrecadação”, diz. “Mas a sociedade gaúcha, assim como a brasileira em geral, não quer maior carga tributária, especialmente para os produtos da cesta básica e empresas no Simples”, acrescenta.
A única medida positiva mais relevante mantida na emenda é o fim da exigência do pagamento do diferencial de alíquotas (Difal) de ICMS, nas operações interestaduais. “Mas não se trata de benevolência porque já há maioria de votos no STF pela inconstitucionalidade da cobrança do Difal do micro e do pequeno empreendedor”, diz Cardoso. No STF, o placar está em quatro a um contra a cobrança (RE 970821).
“Com a necessidade de aprovar a proposta até o fim de setembro por causa da anterioridade nonagesimal, em plena pandemia e a proximidade das eleições municipais, teremos que fazer uma minirreforma”, diz o deputado Frederico Antunes (PP), líder do governo na assembleia.
O subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, reconhece haver discussões no STF sobre alíquotas de IPVA pela potência do motor. “Mas pelo parecer da Receita Estadual e da Procuradoria-Geral do Estado teríamos elementos para defender a incidência”, afirma.
Quanto ao Fundo Devolve ICMS, Pereira diz que o Convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária nº 42, de 2016, autoriza os Estados a imporem condição de fruição de benefício a depósito para fundo de equilíbrio fiscal. Ele argumenta ainda que o fundo não teria natureza de tributo porque só deveria ser pago por quem quisesse o benefício.
Em São Paulo, Leandro Ferro, diretor do Sindicato dos Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo (Sinafresp), aponta que a entidade já estuda questionar ao menos dois pontos no Judiciário, se a proposta do governo passar como está. Um deles permite ao Executivo retirar benefícios fiscais por decreto, sem aprovação da assembleia legislativa. “Só lei pode criar benefício e só uma lei pode derrubar outra lei. Seria uma afronta ao pacto federativo”, diz.
Outro dispositivo questionável é o que expanderia para as prefeituras do Estado a possibilidade de vender dívida tributária, com deságio, no mercado. “O problema é que uma cláusula dos contratos de securitização de dívida impõe que o governo recompre o saldo, geralmente de créditos podres, se o devedor deixar de pagar”, afirma Ferro. “Isso viola a Lei de Improbidade Administrativa [Lei nº 8.429/1992]”.
O diretor do Sinafresp indica ainda que a incidência do ITCMD sobre previdência privada pode vir a ser contestada por pessoas físicas. O Superior Tribunal de Justiça já declarou que plano de previdência privada, ao assemelhar-se a seguro, não entra na base de cálculo do imposto.
Por meio de nota, a Secretaria de Projetos, Orçamento e Gestão afirma que a redução dos benefícios pode ser feita por meio de decreto com a aprovação do PL pela assembleia, que a cobrança de ITCMD sobre previdência privada já é feita por outros Estados e que a proposta apenas possibilita aos municípios contratar a Companhia Paulista de Securitização para estruturar suas operações.
Fonte: Valor Econômico
Dados divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira (17) revelam que mais de 50% das empresas ativas durante o mês de agosto são MEIs no Brasil. Em números, 10,689 milhões das empresas são micro empreendedores individuais dentre as 19,289 milhões ativas.
Mesmo com a porcentagem alta, 2020 apresentou uma queda na criação das MEIs. Entre maio e agosto houve uma alta de 2% comparada ao mesmo período do ano anterior. Foram 1,114 milhões de empresas criadas.
Comparada com os primeiros quatro meses deste ano, a alta foi de 6%.
O secretário de Governo Digital, Luis Felipe Monteiro, acredita que o aumento na abertura de negócios individuais poderia ter sido maior se não fosse a desaceleração ocorrida devido a pandemia. Porém, em junho começou a ocorrer uma recuperação.
Comparada ao segundo quadrimestre de 2019, uma queda de 17,1% foi registrada em relação ao número de empresas fechadas. Um total de 331.569. Comparada aos quatro primeiros meses deste ano, a queda foi de 6,6%.
Segundo dados, o comércio de roupas e acessórios registrou os maiores números tanto em relação às aberturas quanto aos fechamentos durante os meses de maio, junho, julho e agosto deste ano. No total foram 68.711 empresas aberturas contra 22.961 fechadas.
Pronampe
O Governo Federal tem criado soluções para auxiliar no desenvolvimento dos negócios brasileiros nesta época de pandemia. Um exemplo é o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
O programa é destinado ao desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte do país. A Lei nº 13.999, que regulariza o Pronampe foi instituída em 18 de maio de 2020.
As micro e pequenas empresas poderão utilizar os recursos obtidos para realizar investimentos (adquirir máquinas e equipamentos, realizar reformas) e/ou para despesas operacionais (salário dos funcionários, pagamento de contas como água, luz, aluguel, compra de matérias primas, mercadorias, entre outras).
O prazo máximo de pagamento das operações contratadas é de 36 meses.
https://fdr.com.br/2020/09/18/quantidade-de-empresas-mei-ultrapassa-os-50-no-brasil/
Por Reuters
SÃO PAULO (Reuters) – A JBS (JBSS3), maior produtora global de carnes, lançou nesta quarta-feira o programa Juntos pela Amazônia, que prevê a criação de um fundo de 1 bilhão de reais para investimentos no desenvolvimento sustentável do bioma, com aportes da companhia podendo atingir até metade desse total em até dez anos.
O lançamento do Fundo JBS pela Amazônia é apenas um dos pilares de um plano maior da companhia que integra ações contra mudanças climáticas, que também prevê movimentos internos para garantir que todos os fornecedores de gado, incluindo os indiretos, trabalhem em conformidade com as leis ambientais e dentro das melhores práticas de sustentabilidade.
“É uma visão ampla, não é restrita, procura ter uma abrangência bastante global, visa fomentar o desenvolvimento sustentável do bioma amazônico, promover a conservação, o uso sustentável da floresta, melhoria da qualidade de vida da população”, disse o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, à Reuters.
Em momento em que a imagem do Brasil sofre com avanços de desmatamentos e queimadas, com muitos associando a abertura ilegal de áreas de florestas à pecuária, Tomazoni avalia que o fundo deve colaborar com várias conquistas sociais e sustentáveis na região amazônica nos próximos anos.
Essa convicção, disse ele, levou a empresa a se comprometer com aportes de 250 milhões de reais no fundo nos primeiros cinco anos e a “igualar” doações feitas por terceiros até o limite de 500 milhões de reais até 2030.
Ele disse que essas iniciativas mostram que a JBS –com sede no Brasil mas com a maior parte de suas receitas no exterior, advindas também da produção de carnes de frango e suína e alimentos processados– não está olhando somente para os elos de sua cadeia produtiva.
Ao mesmo tempo, a companhia está lançando um programa que prevê a implantação da chamada Plataforma Verde, para monitoramento total até 2025 de todos os fornecedores indiretos de gado à companhia, um dos desafios do setor no combate a pecuaristas que atuam na ilegalidade e que colaboram com o desflorestamento.
A JBS diz monitorar, há cerca de uma década, 100% dos fornecedores diretos de bovinos, garantindo que estes estejam em conformidade com as melhores práticas ambientais, numa área maior que a da Alemanha.
Mas o CEO admitiu que a companhia não tem informações de todos os “fornecedores dos fornecedores”, algo que segundo ele nenhuma companhia no país possui, o que pode levantar questionamentos sobre a sustentabilidade de uma parte da produção da nação, maior exportadora global de carne bovina.
“Hoje não monitoramos os fornecedores dos fornecedores, e ninguém faz isso hoje, nós temos a estrutura mais robusta de monitoramento, mas esse pedaço tinha desafios tecnológicos e de sistema, e com nossa iniciativa vamos fechar isso”, declarou.
“Agora, com essa iniciativa da Plataforma Verde, vamos ter controle de 100% dos fornecedores dos nossos fornecedores, isso resolve toda a discussão, se tem algum problema na cadeia.”
O executivo ressaltou que o plano só foi possível agora graças ao desenvolvimento do sistema blockchain –que garante confidencialidade, segurança no acesso aos dados e transparência nas análises– e a melhores processos de gestão de informações e de fornecedores.
Ele lembrou que ainda que o atual sistema de monitoramento, auditado por empresas externas, tem alto grau de eficiência, tanto que, dos 50 mil fornecedores da empresa, 9 mil já foram bloqueados por algum tipo de problema.
Tomazoni afirmou que a JBS vai compartilhar seus dados com outros agentes, como bancos, para que muitos possam tomar decisões baseadas em informações que também contribuam para a redução do desmatamento.
O diretor de sustentabilidade da JBS, Márcio Nappo, considerou, também em entrevista à Reuters, que monitorar 100% dos elos da cadeia da pecuária brasileira é uma “jornada complexa”, pelo tamanho e segmentação do setor em um país continental e pelos processos envolvidos, como conseguir acesso às guias de transito de animais, ou GTAs.
Mas ele avalia que o setor está maduro o suficiente para que os processos fiquem mais transparentes, com os fornecedores diretos da JBS permitindo o acesso a informações dos indiretos.
“É um desafio complexo, mas temos um bom plano na mão para que possamos superar todos os desafios, e em um prazo bastante curto entregar os resultados”, disse Nappo.
Ele estima que, até o final deste ano, estejam estabelecidas etapas da plataforma blockchain para que pecuaristas deem autorização para acesso às GTAs de seus fornecedores, e a partir de 2021 será feito um programa piloto em Mato Grosso, maior produtor de gado do Brasil. Em seguida, outros Estados do Bioma Amazônico serão incluídos.
O ano de 2025 é a data limite para que todo fornecedor da JBS tenha aderido à plataforma, dando autorização para acessos aos fornecedores indiretos, mas “naturalmente vamos trabalhar para encurtar o prazo”, disse o executivo. “É importante o engajamento de toda a cadeia e a participação do pecuarista é parte fundamental nesta estratégia”.
A ideia é que o programa da JBS, ao se mostrar bem-sucedido, possa ser uma plataforma não somente da empresa, mas setorial, visando promover o desenvolvimento sustentável da região amazônica, disse o executivo.
Do Zero ao Gain: intensivo gratuito de 4 dias com André Moraes ensina como extrair seu primeiro lucro na Bolsa. Clique aqui para se inscrever
Por Agência Estado
Após demitir 2,7 mil pilotos e comissários de bordo no início de agosto, a Latam pode dispensar outros 1,2 mil tripulantes, informou a companhia em petição apresentada na última segunda-feira, 21, ao Tribunal Superior do Trabalho (TST).
A empresa tenta negociar com funcionários uma redução permanente na remuneração deles, mas, se não chegar a um acordo, deverá optar pelas demissões.
Conversas para alterar o modelo de remuneração dos profissionais já haviam ocorrido entre a Latam e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) em julho. Sem acordo, a empresa desligou os 2,7 mil funcionários. Como o segmento de voos internacionais continua praticamente paralisado por causa da pandemia, as negociações foram retomadas em uma tentativa de evitar a demissão de outros 1,2 mil aeronautas.
Enquanto a Gol e a Azul fecharam com o SNA uma proposta de redução temporária de salários até o fim de 2021, a Latam propõe uma mudança permanente.
Mais antiga no mercado, a companhia é hoje a que paga salários mais altos e diz precisar se adequar aos padrões atuais de remuneração. Em julho, porém, o sindicato levou a proposta da Latam aos trabalhadores, mas a rejeição foi de quase 90%.
Caso ocorra uma nova rodada de demissões, deverão ser desligados 400 pilotos e 800 comissários. Antes da crise da covid-19, eram 7 mil tripulantes – hoje, são 4,2 mil.
Em recuperação judicial (chapter 11) nos Estados Unidos desde maio, a Latam conseguiu a liberação de um empréstimo de US$ 2,4 bilhões na semana passada.
Em nota, a companhia afirmou que, caso “não consiga chegar a uma negociação com o Sindicato dos Aeronautas, lamentavelmente terá que reduzir seu quadro excedente de tripulantes”.
Na primeira quinzena de agosto, 277 mil empresas reduziram a quantidade de empregados em relação à quinzena anterior, sendo que 52,6% delas diminuíram em até 25% o quadro de pessoal. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A maioria das empresas em funcionamento, 86,4% delas, o equivalente a 2,7 milhões de companhias, manteve o número de funcionários na primeira quinzena de agosto em relação à quinzena anterior. Uma fatia de 8,7% indicaram demissões.
Na primeira quinzena de agosto, 48,8% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, mas 33,7% relataram dificuldades, enquanto 17,4% registraram facilidades.
Quanto ao acesso aos fornecedores, 42,4% não perceberam alteração significativa, mas 47,6% tiveram dificuldades.
Cerca de 44,9% das empresas em funcionamento reportaram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena de agosto, enquanto 49,7% consideraram que não houve alteração significativa.
Entre as ações adotadas para atenuar os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos negócios, 92,9% das empresas em funcionamento declararam ter implementado ações de prevenção e manutenção de medidas extras de higiene.
Entre as empresas em funcionamento, 32,3% mantiveram funcionários em trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância), e 15,3% anteciparam férias dos empregados.
Uma fatia de 30,6% das empresas declarou ter alterado o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 13,2% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos ou serviços na primeira quinzena de agosto.
Entre as companhias em atividade, 32% adiaram o pagamento de impostos e 10,9% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial.
Na primeira quinzena de agosto, 23% das empresas afirmaram que foram apoiadas pela autoridade governamental na adoção de medidas emergenciais contra a pandemia.
Essa percepção de apoio dos governos foi mais elevada entre as companhias que adiaram o pagamento de impostos (44,5% delas) e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial (62,4%).
https://www.istoedinheiro.com.br/ibge-277-mil-empresas-eliminaram-vagas-526-delas-cortaram-ate-25-do-pessoal/