Pesquisa realizada pela multinacional Taulia em cinco países mostra que 62% dos fornecedores desejam receber seus pagamentos com antecipação
Uma em cada quatro micro e pequenas empresas fecham sua portas em no máximo 2 anos de existência, segundo dados do Sebrae. E um dos principais motivos para essa prematura mortalidade é a falta de capital de giro para investimentos e formas sustentáveis de escalar seus negócios.
Uma maneira de contornar esse problema é fazer uso da antecipação de recebíveis, serviço que cada vez mais Fintechs tem oferecido ao mercado. Normalmente, pequenas e micro empresas são fornecedoras de maiores empresas. Ao efetuar uma venda, o fornecedor pode demorar até 120 dias para receber seu pagamento, a partir do lançamento da nota fiscal.
O que as Fintechs que trabalham com esse tipo de operação fazem é antecipar esse pagamento, tendo como garantia as notas fiscais (duplicatas) dos produtos e serviços que serão pagos no futuro: os recebíveis. Assim, como uma margem de juros muito menor do que a de um empréstimo bancário, por exemplo, pequenas e micro empresas podem receber essa antecipação e manter saudável o seu caixa, ao invés de aguardar o tempo pelo pagamento das notas.
“Essa prática está bastante difundida mundo afora, e o resultado imediato observado no exterior é a sustentabilidade aos negócios que essa prática proporciona. Tais plataformas permitem que os pequenos fornecedores escolhem quando querem receber o dinheiro e a quantidade de notas que desejam trocar”, explica Ronaldo de Oliveira, CEO da Giro.Tech, fintech no segmento de antecipação de recebíveis que fechou 2019 com R$44 milhões em operações do tipo.
Ronaldo conta que um segundo pesquisa apresenta em um importante evento mundial do setor realizado na Holanda, e conduzidas por uma Fintech californiana que trabalha com adiantamento de recebíveis (Taulia), 62% dos fornecedores atendidos nos países em que atua (EUA, Alemanha, Reino Unido, Bulgária, Austrália) desejam receber seus pagamentos com antecipação.
Outro exemplo apresentado no encontro foi da Distell, empresa sul-africana que atua na produção de vinhos e destilados, com a Amarula, ofereceu esse benefício aos mais de 1.600 fornecedores que trabalham para ela. Em parceria com uma Fintech, já promoveu mais de 140 milhões de Euros em transações, o que foi fundamental para os fornecedores que vivem sobre a dura realidade econômica da África do Sul.
“Assim, os pequenos fornecedores recuperam fôlego, garantem pagamentos de funcionários, investem na qualidade de seus produtos ou mesmo no crescimento da empresa“, complementa Ronaldo.
Porém, a sustentabilidade não fica apenas no âmbito financeiro. Os grandes investidores internacionais esperam que o “investimento” na rede de fornecedores traga efeitos imediatos na comunidade e indivíduos que estão próximos a essa empresas, além de projetos que levem em conta a preservação do meio ambiente e tragam benefícios à sociedade. Isso aproxima a cadeia de fornecedores de seus compradores, gerando uma rede de sustentabilidade.
Essa tendência está chegando ao Brasil também e chamam a atenção de plataformas que oferecem a antecipação de recebíveis, como a Giro Tech, do Paraná.
A plataforma desenvolvida pelo Giro ajuda grandes empresas a implantar programas de antecipação de recebíveis aos seus fornecedores, sem que haja a necessidade do acúmulo de grande quantidades de notas. Visando atender pequenos e médios fornecedores, com uma burocracia muito menor em relação à encontrada em bancos convencionais, a Giro permite agilidade e clareza tanto à empresa compradora quanto aos fornecedores, gerando também a sustentabilidade já citada. Um dos cases de sucesso da Giro é com a Castrolanda, cooperativa do setor agropecuário que tem mais de 5.000 fornecedores, na maioria de pequeno porte. Com a possibilidade do antecipação de recebíveis, tais fornecedores têm a possibilidade de buscar soluções financeiras viáveis caso passem por dificuldades, enfrentem algum imprevisto ou mesmo queiram expandir seus negócios, contratando mais funcionários ou investindo em infraestrutura.
“Dessa maneira, a comunidade ao entorno desse fornecedor também se beneficia, e a grande empresa terá mais garantias de receber produtos de qualidade, fechando-se assim um ciclo de sustentabilidade que beneficia a todos”, conclui Oliveira.
https://www.jornalcontabil.com.br/antecipacao-de-recebiveis-gera-sustentabilidade-financeira-e-social-de-grandes-empresas/
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