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2020: o ano de transição dos grandes bancos para um 2021 muito melhor, segundo o Credit Suisse.

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SÃO PAULO – A temporada de resultados com os últimos dados de 2019 começa para valer com os grandes bancos. Após a divulgação no último dia 29 do balanço do Santander Brasil (SANB11) – com números mistos, com o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) acima de 21%, mas com analistas avaliando a qualidade de crédito um pouco pior – o próximo a divulgar resultado é o Bradesco (BBDC3;BBDC4), no dia 5.

A expectativa é de que a instituição se destaque entre os bancões em um cenário em que a competitividade deve ganhar ainda mais força com os detalhes da Agenda BC#, promovida pelo Banco Central. No dia 10, é a vez do Itaú Unibanco (ITUB4) divulgar seus números, seguido pelo Banco do Brasil (BBAS3) no dia 13. Como, junto com os balanços, as companhias também costumam dar suas projeções para os próximos trimestres, elas podem dar boas indicações de como será o ano para as grandes instituições financeiras.

Mas, mesmo sem o resultado de todas as empresas, já é possível traçar expectativas para o setor nos próximos anos. Segundo aponta relatório recente do Credit Suisse, se 2019 foi desafiador, 2020 não deve ser diferente.

Mesmo em meio às expectativas positivas para a economia, com a expectativa de aceleração no crescimento e com o crédito como proporção do PIB próximo dos níveis mais baixos desde 2012, o que deve favorecer o ciclo de crescimento do crédito, o resultado final do balanço de bancos ainda não deverá se refletir totalmente nos resultados deste ano, conforme destacaram os analistas Marcelo Telles, Otavio Tanganelli e Alonso Garcia.

A expectativa é de um crescimento do lucro modesto, de 2,6% em relação a 2019. Além disso, o ROE dos quatro grandes teve uma revisão para baixo pelo Credit de 300 pontos-base para 2020, indo para 18,75%.

Em 2020, avaliam, haverá duas grandes forças opostas atuando. No lado positivo, a margem financeira deve se beneficiar com um longo crescimento de dois dígitos, do melhor portfólio da carteira e maiores ganhos da gestão de ativos e passivos em decorrência da Selic mais baixa. Além disso, as taxas de serviços devem acelerar, com os volumes compensando a maior pressão de preços, enquanto os bancos devem evoluir nos esforços de corte de custos (aliás, um dos pontos destacados como positivos para o balanço dos últimos três meses era justamente o efeito do corte de custos nos balanços).

Já do lado negativo, o Credit Suisse lista a reprecificação da carteira de crédito baseado em juros fixos, os efeitos da elevação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20% e a exposição à América Latina (e aos seus problemas), que devem atrapalhar os números de alguns bancos.

Neste cenário, os que não devem ser tão afetado são os que souberem controlar custos e se manter competitivos em meio à maior competição com fintechs e bancos médios.

Porém, após um 2020 de transição, os analistas do banco têm uma visão bem mais positiva para 2021, com aceleração das margens financeiras impulsionando o crescimento de lucro para taxas de duplo dígito (10% em 2021 e 11,6% em 2022).

“Acreditamos que a gestão de custos continuará sendo um aspecto crucial para os grandes bancos, e necessário para (i) compensar o crescimento de receitas mais modestas em 2020, (i) ter relação receita/despesas positivas nos próximos anos e (iii) manter um posicionamento positivo versus fintechs e bancos médios”, avaliam os analistas do banco.

Olhando para os papéis do setor, os analistas destacaram os valuations atrativos, uma vez que os preços atuais representam uma queda de 3 pontos-base do ROE. Neste cenário, Banco do Brasil e Bradesco aparecem como os top picks do banco, com preços-alvos respectivos de R$ 72 e T$ 46. Em seguida, estão o Itaú com recomendação outperform (equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 44 e o Santander Brasil, com preço-alvo de R$ 54. Assim, mesmo com o corte nas projeções para o ano, há boas perspectivas para quem estiver em vista investimentos a prazos mais longos.

Fonte: Infomoney.

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