Por Anaïs Fernandes, Valor — São Paulo
A pressão inflacionária no fim de 2020 trouxe um "dezembro amargo" para os trabalhadores nas negociações salariais do período. Pela primeira vez no ano passado, o reajuste mediano ficou abaixo da inflação, tendência que deve se repetir ao longo de 2021.
"A inflação pulou de 4,8% para 5,2%, deu um repique. Em uma recessão, são poucas as empresas que podem repor uma inflação dessas, porque elas não conseguem repassar isso para o preço", diz Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e coordenador do Projeto Salariômetro.
No ano como um todo, o reajuste salarial mediano foi de 3,5%, empatado com o INPC médio, mas abaixo dos 4% oferecidos em 2019, que geravam um ganho real sobre a inflação média de 3,7%. "A inflação cresceu, a recessão se aprofundou, então os reajustes caíram. É triste, mas não é surpreendente", diz Zylberstajn.
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