Por Lucianne Carneiro e Gabriel Vasconcelos, Valor — Rio
O fim da produção da Ford no Brasil pode representar perda de até 0,06% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2021 — o que representa R$ 3,8 bilhões — e de 0,28% no resultado acumulado ao longo de 20 anos até 2040 (R$ 16 bilhões). Os cálculos são de pesquisadores do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, da Universidade Federal de Minas Gerais (Cedeplar/UFMG).
As estimativas não consideram eventual substituição da produção da Ford por concorrentes nem a incorporação de suas fábricas por outras empresas. Mas, mesmo que isso ocorra, as perdas para a economia ainda seriam significativas e não há cenário de impacto neutro, dizem os pesquisadores. O estudo aponta destruição de mais de 50 mil vagas formais de trabalho diretas e indiretas só neste ano devido à decisão da Ford, considerando toda a cadeia produtiva. As perdas de postos de trabalho se acentuariam até 2025 (com mais de 70 mil), mas aos poucos vão sendo reduzidas, até pouco mais de 11 mil em 2040.
É este um dos aspectos que tornam mais grave a decisão da Ford, segundo especialistas: o efeito cascata em outros ramos da cadeia de suprimentos de uma montadora de peso, sobretudo siderurgia, plástico, borracha e química. Há quem acredite, no entanto, na tendência de substituição dessa produção por concorrentes em um cenário de alta capacidade ociosa do setor no Brasil, em torno de 40%.
Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.