Até ontem, 4,7 mil empresas haviam pedido a linha de financiamento para folha de pagamentos no Bradesco, afirmou o presidente do banco, Octavio de Lazari Jr, durante “live” promovida pelo Valor. Segundo o executivo, a instituição tem 54 mil clientes pessoas jurídicas pré-aprovadas para a linha.
Lazari afirmou, em relação à proibição de empresas devedoras do INSS de obterem a linha, que “não temos acesso ao cadastro do CND [cadastro de devedores] para saber se cliente está em dia ou não, então estamos operando, independentemente dessa informação”. O presidente do Bradesco defendeu a mudança dessa condição. “Pedimos auxílio para mudar o artigo neste momento, para que essas empresas não fossem penalizadas.”
O presidente do Bradesco disse que, “apesar de débito no INSS, [as empresas] estão mantendo empregos, por isso é melhor manter emprego e discutir aspecto do INSS depois”. O executivo ressaltou que os bancos privados não têm acesso a essas informações e portanto “não temos como restringir ou não [o acesso à linha]”.
“Tenho um sentimento, até pelo entendimento de Paulo Guedes [ministro da Economia] e [o presidente do BC] Roberto Campos Neto, de que o problema será resolvido. Até lá, bancos vão correr esse risco.”
Mais atenção às empresas menores
As empresas com faturamento acima de R$ 10 milhões no ano e, portanto, fora das condições para obter a linha de financiamento para folha de pagamento, deverão ser atendidas pelas soluções já oferecidas pelos bancos, afirmou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr, durante ‘live’ promovida pelo Valor.
“As empresas que faturam acima de R$ 10 milhões já têm estrutura melhor e serão atendidas pelos bancos, com risco dos bancos, e isso já estamos fazendo”, ponderou.
Conforme Lazari, as empresas elegíveis à linha emergencial, ou seja, aquelas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões, “são as que mais empregam, mas que vão correr mais riscos de não sobreviver ou ter problema” devido à paralisação da economia para combate ao coronavírus.
O presidente do Bradesco ressaltou ainda a necessidade de se apoiar as microempresas. “Precisamos endereçar ainda as empresas menores, [com faturamento] até R$ 320 mil, que sao microempresários, empresários individuais”, disse. O executivo afirmou que já existem propostas em discussão. “O governo está trabalhando nesse tema, acho que semana que vem temos uma solução.”
Segundo Lazari, o atendimento às microempresas e empreendedores individuais deve ser feito pelas instituições públicas. “Basicamente [nessa solução] estão bancos estatais, mas se os bancos privados forem chamados, vamos ajudar também”, acrescentou.
R$ 5 bi na Cielo
O setor de adquirência sente o impacto da crise instantaneamente, avaliou o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Jr, durante live promovida pelo Valor. “A adquirência mede a temperatura na hora do que está acontecendo”, afirmou.
O Bradesco é sócio da Cielo junto com o Banco do Brasil. Segundo o executivo, o segmento das “maquininhas” vivenciou tanto crescimento expressivo de alguns estabelecimentos quanto queda fortes em outra ponta.
“Observamos no setor de supermercados crescimento das vendas de 87% com cartão, e 77% em drogarias e farmácia. Restaurante, por outro lado, caiu 50%, academia, 40%, cabeleireiros, 80%.”
Lazari lembra que os sócios disponibilizaram R$ 5 bilhões em crédito para antecipação de recebíveis dos clientes da Cielo. “Dentro daquilo que é possível fazer, a Cielo, que não é banco, vai fazer, antecipar.”
https://valorinveste.globo.com/produtos/credito/noticia/2020/04/08/presidente-do-bradesco-diz-que-47-mil-empresas-ja-tomaram-credito-para-salarios.ghtml
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