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Dólar tem alta frente ao real em linha com exterior e de olho no arcabouço fiscal

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Por Reuters

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar tinha leve alta nesta segunda-feira, mas continuava a operar bem abaixo da marca psicológica de 5 reais, enquanto investidores monitoravam as expectativas sobre os próximos passos de política monetária do Federal Reserve e aguardavam a apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso brasileiro.

Às 10:12 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,27%, a 4,9295 reais na venda.

Esse movimento estava em linha com a valorização de 0,20% do índice que compara o dólar a uma cesta de seis pares globais, com o foco de investidores recaindo firmemente sobre a próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, no início de maio.

Cresceram para cerca de 85% as chances implícitas em contratos futuros de juros de que o banco central dos EUA eleve os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual no encontro. Por outro lado, a maior parte dos mercados acredita que esse será o último ajuste no atual ciclo de aperto do Fed, o que tem pressionado o dólar globalmente nas últimas semanas.

Enquanto isso, investidores domésticos aguardam a apresentação formal do projeto do novo arcabouço fiscal do governo ao Congresso.

“A atenção agora se volta aos detalhes de implementação do arcabouço, já que o debate no Congresso sobre o aumento de impostos e as letras miúdas do texto ainda serão revelados, o que pode trazer volatilidade caso haja forte resistência” à proposta do governo, disse Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.

“Vemos algum risco para a moeda (real) conforme as discussões do Congresso se desenrolam, mas acreditamos que os mercados estão mais preparados para isso e os fatores globais provavelmente dominarão”, acrescentou o especialista.

A tímida recuperação do dólar nesta segunda-feira vem depois de a moeda ter caído por quatro pregões consecutivos, acumulando baixa de quase 3%. Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana fechou em 4,9162 reais na venda, mínima desde junho do ano passado.

Esse tombo recente tem sido atribuído por agentes do mercado à melhora do sentimento externo, à redução de temores fiscais locais e ao amplo diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, que dá ao real uma rentabilidade atraente para investidores estrangeiros.

Além disso, segundo Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), os dados fortes da balança comercial doméstica “ressaltam como o balanço de pagamentos do Brasil mudou fundamentalmente para um lugar muito bom”, o que sustenta a visão do instituto de que o “valor justo” do real está em 4,50 por dólar.

 

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