O investidor pessoa física brasileiro ganhou mais um tipo de investimento como opção na categoria de renda fixa, com rentabilidades rondando os 120% do CDI. Você ainda ouvirá muito sobre os FIDCs em 2023.
Os FIDCs (pronuncia-se “fidíques”, como uma palavra, e não uma sigla) fazem parte da categoria de renda fixa e são um tipo de fundo de crédito estruturado que, desde a sua criação em 2001, estavam restritos aos investidores qualificados e profissionais, pessoas que já têm milhões investidos na Bolsa de Valores.
No entanto, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), entidade reguladora do mercado de capitais brasileiro, anunciou na última sexta-feira (23) uma revisão normativa que, entre outras mudanças à indústria de fundos, autoriza o investimento pelo público em geral nos FIDCs.
Parentes das debêntures, os FIDCs aplicam em títulos de créditos a receber de uma empresa, explica Ricardo Binelli, sócio-diretor da Solis Investimentos, gestora de recursos especializada em FIDCs.
Funciona assim: para obter crédito e financiar as suas atividades, uma empresa pode converter os seus recebíveis em títulos, que são repassados a um fundo de investimento por meio de securitização.
Dessa forma, de um lado, as empresas têm uma alternativa de financiamento, em um contexto de juros elevados dificultando o crédito por vias bancárias convencionais, e, de outro, os investidores têm mais uma opção para investir na categoria de crédito.
Como incluir o FIDC na carteira
A rentabilidade, o grau de proteção e a volatilidade relativamente baixa do FIDC o tornam um instrumento atrativo em comparação a outros investimentos em renda fixa ou até mesmo em outras classes de ativo de maior risco.
“Os FIDCs ganham ainda mais atratividade em tempos de juros altos e alta incerteza nos mercados, como um componente agregador de rentabilidade às carteiras de renda fixa, sem perder o benefício de proteção ao patrimônio, devido à sua baixa volatilidade”, destaca o gestor.
Como incluir o FIDC na carteira
A rentabilidade, o grau de proteção e a volatilidade relativamente baixa do FIDC o tornam um instrumento atrativo em comparação a outros investimentos em renda fixa ou até mesmo em outras classes de ativo de maior risco.
“Os FIDCs ganham ainda mais atratividade em tempos de juros altos e alta incerteza nos mercados, como um componente agregador de rentabilidade às carteiras de renda fixa, sem perder o benefício de proteção ao patrimônio, devido à sua baixa volatilidade”, destaca o gestor.
A XP Investimentos explica que, apesar de o FIDC ser caracterizado como um investimento de renda fixa, a rentabilidade do FIDC pode se mostrar bastante atrativa.
Isso acontece por conta da divisão das cotas. No caso da cota sênior, se a rentabilidade do fundo for inferior que a prevista, ele é pago primeiro e de acordo com a remuneração prefixada.
No caso da cota subordinada, como o investidor assume mais risco por só receber quando todos os cotistas sêniores receberem, ele também está sujeito a uma rentabilidade mais vantajosa.
Existe ainda a hipótese de que o FIDC tenha uma rentabilidade maior do que a prevista na hora da compra, o que representa uma boa notícia para os cotistas subordinados.
Existem ao menos quatro formas de remuneração para os FIDCs:
- % do CDI, preferível em tendência de aumento de juros;
- CDI + spread; preferível em tendência de queda de juros;
- Índices de preços (ex.: IGP-M, IPCA), preferível para investidores de longo prazo, que buscam preservação de patrimônio;
- Taxa prefixada, preferível após ciclo de alta de juros.
Como começar a investir
Vale ter em mente que os FIDCs são instrumentos com um grau de especificidade maior, adverte o gestor da Solis Investimentos, que aconselha o investidor iniciante a procurar um gestor especializado e qualificado para uma orientação mais personalizada e de acordo com os objetivos do investidor.
“Cada FIDC é um FIDC, com características, riscos e mecanismos de proteção distintos. Também, uma parcela importante dos FIDCs são fundos fechados, isto é, não permitem resgate”, explica Binelli.
Como os FIDCs têm sido ofertados apenas para investidores qualificados e profissionais, ainda não existe muito conteúdo de orientação ou relatórios de análise sobre essa classe de fundos. Ou seja, para um público menos especializado, não é trivial formar uma opinião sobre um FIDC.
Por isso, o especialista orienta que, para aqueles que quiserem começar a investir nesse instrumento, o movimento mais seguro nesse primeiro momento é através de um fundo com foco em FIDCs, e não alocar diretamente em um FIDC.
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