Por Álvaro Campos e Talita Moreira, Valor — São Paulo
Momentos de elevação dos juros, como o atual, costumam ser usados pelos bancos para recompor spreads (diferença entre o custo de captação e as taxas dos empréstimos) e melhorar a lucratividade. Isso também é verdade agora, mas a inflação superou o crescimento das principais linhas de negócios das maiores instituições financeiras do país no primeiro trimestre deste ano.
Quando se olham os resultados combinados de Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Banco do Brasil (BB) e Caixa, a margem financeira bruta (que reflete crédito e tesouraria) e as receitas de serviços (tarifas, por exemplo) cresceram, mas ficaram aquém da alta de 11,3% no IPCA acumulado de 12 meses até março. No primeiro caso, a margem somada aumentou 5,2%, para R$ 77,525 bilhões, quando comparada ao primeiro trimestre do ano passado. A receita de serviços aumentou 7,1%, para R$ 36,5 bilhões. Ou seja, ambos encolheram em termos reais.
O lucro dos cinco maiores bancos somou R$ 27,342 bilhões entre janeiro e março. O volume representa um aumento de 9,6% em relação ao mesmo período de 2021, também abaixo da inflação. A conta foi puxada para baixo pela Caixa, cujo resultado encolheu. Sem ela, o lucro teria subido 13,9%, para R$ 24,8 bilhões, acima da média das projeções de analistas consultados pelo Valor (+8%).
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