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Taxa de desemprego no Brasil continua em 11,1% no primeiro trimestre

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Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio

Vinte e seis das 27 unidades da federação registraram taxa de desemprego considerada estatisticamente estável no primeiro trimestre, em comparação aos últimos três meses do ano passado, mostra o detalhamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desemprego nacional foi de 11,1% nos primeiros três meses do ano, igual à do quatro trimestre de 2021.

A única queda foi no Amapá, onde a taxa caiu de 17,5% no quarto trimestre de 2021 para 14,2% no primeiro trimestre de 2022. Como é uma pesquisa de amostragem, há um intervalo de confiança para os dados, que varia de Estado para Estado.

As maiores taxas de desemprego no Brasil no primeiro trimestre são de Bahia (17,6%), Pernambuco (17,0%) e Rio de Janeiro (14,9%).

Já as menores foram registradas em Santa Catarina (4,5%), Mato Grosso (5,3%) e Mato Grosso do Sul (6,5%).

No Estado de São Paulo, o desemprego ficou em 10,8% no primeiro trimestre, abaixo dos 11,1% no quarto trimestre, embora seja classificado como estatisticamente estável pelo IBGE.

Desempregados há 2 anos somam 29% no período

Do total de desempregados no país no primeiro trimestre de 2022, 29% procuravam trabalho há mais de dois anos. A parcela é menor do que os 30,3% registrados no quarto trimestre, mas bem maior que os 23,5% de igual período de 2021.

Ao todo, eram 3,463 milhões de trabalhadores dos 11,949 milhões que não estavam trabalhando e buscavam oportunidades no período de janeiro a março deste ano.

O chamado desemprego de longa duração se intensifica durante crises econômicas, como a que ocorreu agora na pandemia. Quanto mais tempo permanece sem trabalhar, mais difícil é para o trabalhador encontrar uma oportunidade, diante da expectativa de perda de capital humano durante o período.

Na passagem entre o quarto e o primeiro trimestre, também recuou a parcela dos que estavam desempregados por um período entre um e dois anos, de 17,1% para 12,9%. A taxa também é menor que a do primeiro trimestre de 2021 (17%). Ao todo, eram 1,546 milhão de pessoas nesta situação.

Por outro lado, avançou a fatia dos que estão em busca de trabalho entre um mês e um ano: de 39,4% no quarto trimestre de 2021 para 40,8% no primeiro trimestre de 2022.

A participação dos trabalhadores desempregados há menos de um mês frente ao total também subiu, de 13,2% para 17,2%, respectivamente.

Desemprego entre brancos, pretos e pardos

A taxa de desemprego para brancos ficou em 8,9% no primeiro trimestre de 2022, enquanto foi de 13,3% para pretos e 12,9% para pardos, segundo o IBGE.

Os números mostram pouca alteração em relação ao quarto trimestre, em que na média brasileira a taxa de desemprego se manteve estável (11,1%). Nos últimos três meses de 2021, o desemprego entre trabalhadores brancos era de 9%, enquanto entre pretos ficava em 13,6% e entre pardos, 12,6%.

“Na passagem entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022, vemos um movimento de pardos com uma tendência de leve expansão enquanto a taxa de desemprego de pretos a uma tendência a retração, meio que se compensam, juntamente com estabilidade de brancos”, afirmou a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Fonte: Valor Econômico.

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