O dólar comercial engatava a sexta queda consecutiva nos primeiros negócios desta quarta-feira. Por volta das 10h25 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era negociada por R$ 4,908, com desvalorização de 0,16%. A moeda chegou a ir abaixo de R$ 4,90 à medida que investidores continuavam a enxergar ambiente doméstico atraente para investimentos. Ontem (22) o dólar comercial caiu 0,59% e fechou vendido a R$ 4,915, menor patamar desde 24 de junho de 2021.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), tinha leve queda de 0,07%, aos 117.187,27 pontos. Ontem (22) o índice teve alta de 0,96%, fechando a 117.272,438 pontos. O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Selic mais alta impulsiona real Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), chamou a atenção para o fato de a moeda brasileira ter fechado numa máxima em 9 meses frente ao dólar. "Naquela época (junho passado), o rali veio quando os mercados se concentraram na grande desconexão entre os preços altíssimos das commodities e um real muito fraco", afirmou em post no Twitter. "É o mesmo agora, só que supercarregado", acrescentou, dizendo enxergar os 4,50 reais por dólar como patamar "justo" para a taxa de câmbio. Com a guerra na Ucrânia prestes a completar um mês, vários investidores têm mostrado preocupação com possível interrupção da oferta de commodities, o que impulsionou o preço de produtos do milho ao petróleo desde o fim de fevereiro. Nesse contexto, ativos de países exportadores de commodities vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, parecem ter se beneficiado. Outras divisas da região, como pesos chileno, peso colombiano e sol peruano, acumulam ganhos expressivos contra o dólar em 2022. Mas o real está na liderança global no que diz respeito à valorização acumulada no ano, com o patamar elevado da taxa Selic, atualmente em 11,75%, servindo como impulso adicional à moeda local. Até agora em 2022, o dólar cai mais de 12% ante o real. Especialistas explicam que juros mais altos por aqui aumentam a rentabilidade do mercado de renda fixa, tendendo a atrair mais recursos estrangeiros para o Brasil e, consequentemente, reduzir o preço do dólar.
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