Por Lucianne Carneiro, Valor — Rio
As perdas do turismo brasileiro com a pandemia chegam a R$ 341,1 bilhões, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O cálculo é do economista sênior Fabio Bentes, e considera o período de março de 2020 a abril de 2021, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e de fluxos de passageiros e aeronaves nos dezesseis principais aeroportos do país.
O setor de turismo se encontra 44% abaixo do patamar de fevereiro de 2020, antes do início da pandemia no país, uma situação muito mais crítica que outros setores da economia, como serviços em geral (-2,8%), varejo (-0,3%) e indústria (0%). “O setor de turismo é o mais atingido pela crise trazida pela pandemia, numa situação muito mais distante que os serviços como um todo, o varejo e a indústria”, diz Bentes.
Mais da metade do prejuízo de R$ 341,1 bilhões (52,6%) está concentrado em São Paulo (R$ 137,7 bilhões) e no Rio de Janeiro (R$ 41,7 bilhões). Pelas contas da CNC, os serviços turísticos operavam, em média, em março de 2021, com 61,4% do seu potencial mensal de geração de receitas, percentual inferior aos de 63,8% de dezembro do ano passado.
Parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, o índice de atividades turísticas teve queda de 22% em março frente a fevereiro. É a maior queda desde abril de 2020 (-54,5%) e ocorre após um ganho acumulado de 127,2% do setor entre maio de 2020 e fevereiro de 2021. Para recuperar o patamar pré-pandemia, é preciso que o setor registre uma alta de 78,7%.
Na passagem entre fevereiro e março, todos os 12 locais pesquisados pelo IBGE no índice de atividades turísticas tiveram queda. A principal influência veio de São Paulo (-21,5%) – onde foram decretadas medidas mais amplas de restrição -, seguida por Rio de Janeiro (-17,2%), Paraná (-26,5%), Minas Gerais (-17,4%), Santa Catarina (-26,2%) e Pernambuco (-24,9%).
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