Por Valor — São Paulo
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getulio Vargas (FGV), recuou 5,6 pontos em março, para 85,5 pontos, menor nível desde julho de 2020. Com o resultado, a média do primeiro trimestre de 2021 terminou 6,1 pontos abaixo da média do trimestre anterior.
“Com a piora do quadro de pandemia no país, a confiança empresarial sofre um forte recuo em março. Além da intensificação da tendência de desaceleração do nível de atividade que já se observava nos meses anteriores, houve um expressivo aumento do pessimismo em relação aos próximos meses, afetando as perspectivas de vendas e de contratações. A confiança do Comércio despencou, ficando abaixo da confiança de Serviços, que já estava muito baixa em fevereiro. A distância entre a confiança da Indústria, em queda mas ainda elevada, e a dos demais setores atingiu um recorde histórico em março”, diz Aloisio Campelo Jr., superintendente de Estatísticas do Ibre/FGV, em comentário no relatório.
O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas Sondagens Empresariais produzidas pela FGV IBRE: Indústria, Serviços, Comércio e Construção.
Pela terceira vez consecutiva, houve recuo tanto do índice que mede a percepção sobre o quadro atual quanto do índice que reflete as expectativas em relação aos próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cedeu 4,6 pontos, para 88,8 pontos, e o Índice de Expectativas (IE-E) caiu 8,6 pontos, para 83,2 pontos.
A confiança de todos os setores que integram o ICE diminuiu em março. O destaque do mês foi o recuo de 18,5 pontos na confiança do Comércio, para 72,5 pontos, ficando abaixo do Índice de Confiança de Serviços (ICS), que recuou 5,6 pontos, para 77,6 pontos. Esta foi a primeira vez que o ICS deixa de ser o menor índice de confiança entre os quatro grandes setores desde fevereiro de 2020.
Os índices de confiança da Construção e da Indústria recuaram pela terceira vez seguida. O primeiro, para 88,8 pontos, nível moderadamente baixo; já a Indústria segue sendo o único setor em que a confiança continua elevada (104,2 pontos) a despeito da desaceleração percebida pelo setor desde o final do ano.
A confiança empresarial avançou em apenas 24% dos 49 segmentos integrantes do ICE em março, uma piora da disseminação frente aos 37% do mês passado. A Indústria registra 42% dos segmentos em alta, enquanto Serviços e Construção têm menos de 20%. Nenhum segmento teve alta da confiança no Comércio.
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