Por Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor — São Paulo
O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou nesta terça-feira que considera adequada para a sua próxima reunião uma nova alta de 0,75 ponto percentual da Selic.
“O Comitê avaliou que, para a próxima reunião, seria adequada a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário, com outro ajuste da mesma magnitude”, disse na ata referente à reunião da semana passada, quando subiu a taxa de juros de 2% ao ano para 2,75%.
No entanto, o colegiado também destacou que essa avaliação a respeito do próximo encontro “pode ser alterada caso haja uma mudança significativa nas projeções de inflação ou balanço de riscos”. Isso, porque, “em última instância a decisão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, e das projeções e expectativas de inflação”.
Segundo o Copom, a alta de 0,75 da Selic na reunião passada, “mais célere” do que o esperado, “é compatível com o cumprimento da meta no horizonte relevante mesmo em um cenário de aumento temporário do isolamento social”.
Inflação
O Copom diz que reproduziu o seu balanço de riscos para a inflação, afirmando que ele inclui fatores tanto altistas quanto baixistas.
“Por um lado, o agravamento da pandemia pode atrasar o processo de recuperação econômica, produzindo trajetória de inflação abaixo do esperado”, afirma o documento.
“Por outro lado, um prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piore a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco”, afirma.
“O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.”
Economia
O Copom diz que a recuperação econômica surpreendeu positivamente. “A despeito da redução parcial dos programas governamentais de recomposição de renda, a retomada econômica surpreendeu positivamente”, afirma a ata.
Os membros do comitê, contudo, “notaram que os últimos dados disponíveis ainda não contemplam os possíveis efeitos do recente e agudo aumento no número de casos de Covid-19, e que assim há bastante incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia no primeiro e segundo trimestres deste ano”.
O documento afirma que, prospectivamente, “o comitê avaliou que uma possível reversão econômica devido ao agravamento da pandemia seria bem menos profunda do que a observada no ano passado, e provavelmente seria seguida por outra recuperação rápida”.
Para o Comitê, diz a ata, “o segundo semestre do ano pode mostrar uma retomada robusta da atividade, na medida em que os efeitos da vacinação sejam sentidos de forma mais abrangente”.
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