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BR Distribuidora lucra R$ 3,9 bilhões no ano com ganhos de efeitos não recorrentes

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Por André Ramalho, Valor PRO — Rio

Num ano em que o setor de transportes foi fortemente impactado pela pandemia de covid-19, a BR Distribuidora encerrou o exercício com alguns sinais de melhora nos indicadores operacionais e financeiros. A companhia registrou, no quarto trimestre um lucro líquido de R$ 3,15 bilhões, ante os ganhos de R$ 96 milhões apurados no mesmo período de 2019.

O resultado foi impulsionado por efeitos não recorrentes, como o reconhecimento de crédito de PIS/Cofins no valor de R$ 647 milhões e o ganho atuarial pela mudança no plano de saúde da companhia (R$ 2,13 bilhões). Com os ganhos, a empresa fechou 2020 com lucro de R$ 3,9 bilhões, alta de 76,6% frente ao ano anterior.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 1,62 bilhão no quarto trimestre, um aumento de 70,6% na comparação anual. No ano, o Ebitda ajustado cresceu 21,7%, para R$ 3,811 bilhões.

“A maior prova de que estamos no caminho certo é que conseguimos entregar já no ano passado a rentabilidade que era esperada apenas para 2021”, destacou a administração da empresa, em mensagem aos acionistas.

A margem Ebitda, por sua vez, subiu 64,8% no quarto trimestre, para R$ 157 o metro cúbico. No ano, o crescimento foi de 33%, para R$ 104 o m3. De acordo com a companhia, o alcance de um novo patamar de margens foi possível graças ao aumento de eficiência de despesas, que alcançou a marca de R$ 1 bilhão ao ano de redução em comparação com 2019. 

As receitas líquidas totalizaram R$ 24,29 bilhões entre outubro e dezembro, 0,6% a mais que o apurado em igual período de 2019. Num ano fortemente impactado pelos efeitos da pandemia de covid-19, as receitas acumuladas em 12 meses recuaram 14,2%, para R$ 81,5 bilhões.

Segundo a BR, o mercado tem dado sinais de uma recuperação gradual. No quarto trimestre, houve um aumento de 3,5% nas vendas, na comparação com igual período de 2019, ou seja, um desempenho superior inclusive ao dos níveis pré-pandemia.

A expansão de volume foi acompanhada também por aumento de participação de mercado em todos os trimestres, revertendo a tendência de queda. No quarto trimestre, o “market share” cresceu um ponto percentual em relação ao trimestre anterior e dois pontos percentuais frente ao quarto trimestre de 2019.

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