Por Álvaro Campos, Valor — São Paulo
Se até pouco tempo atrás as fintechs eram vistas como a maior ameaça à hegemonia dos grandes bancos, aos poucos essa percepção vem mudando. Primeiro porque várias das que ganharam mais visibilidade atuam em meios de pagamento e novos segmentos que estão surgindo graças a tecnologias recentes, como o Pix e open banking, e não batendo de frente no varejo bancário. E segundo porque as próprias fintechs cada vez menos enxergam os bancos como rivais.
Pesquisa elaborada pela Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs) e a consultoria e auditoria PwC mostra que apenas 10% das fintechs enxergam os bancos como competidores, índice bem menor do que no ano passado, quando eram 18%. Para 46%, os bancos já são parceiros (de 35% em 2019) e para outras 29% são possíveis parceiros (de 28% no ano passado). Uma fatia restante de 15% vê os bancos como potenciais compradores, ante um patamar de 20% na edição anterior da pesquisa.
Dos fundadores de fintechs, 55% já tinham atuado no setor corporativo no mesmo ramo, ou seja, muitos saíram do próprio setor financeiro. Além disso, 96% das fintechs consomem e 74% delas oferecem serviços via APIs, indicando uma grande interligação dos novos players com os incumbentes. Entre os segmentos com APIs mais usados estão: pagamentos (48%), criação virtual de contas (38%) e criação e validação de usuários (37%).
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