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Vendas no Natal devem crescer 3,4%, puxadas por e-commerce, prevê CNC

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Por Alessandra Saraiva, Valor — Rio

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para cima, de 2,2% para 3,4%, a alta projetada para volume de vendas relacionadas ao Natal esse ano, ante mesmo período em 2019, no varejo. De acordo com a entidade, a data deve movimentar em torno de R$ 38,1 bilhões em 2020, impulsionada por vendas na internet, com maior procura durante a pandemia. Caso seja confirmada essa estimativa, o setor experimentará o maior avanço real das vendas natalinas desde 2017 (3,9%), detalhou a entidade.

Ao detalhar a projeção, a CNC informou que a revisão foi impactada por vendas virtuais, ou seja, o setor de e-commerce, cuja procura cresceu desde meados de março, quando ocorreu o avanço da covid-19 no país – e, com isso, a necessidade de maiores restrições de circulação social, para prevenir contaminação. A CNC projeta crescimento real de 64% das vendas via varejo eletrônico voltadas para o Natal deste ano frente ao mesmo período do ano passado.

Em nota, o economista da CNC Fabio Bentes comentou que o e-commerce brasileiro tem sido fundamental para a recuperação do varejo em meio à pandemia. "Essa tendência deve se manter diante da circulação de consumidores ainda abaixo do normal”, destacou, em comunicado sobre o tema.

Do ponto de vista do emprego, a expectativa da CNC é de que sejam criadas 70,2 mil vagas temporárias para o Natal deste ano. Entretanto, caso confirmada essa previsão, a quantidade de postos seria 20% inferior aos 88 mil preenchidos pelo setor no ano passado – consequência direta da circulação ainda anormal de consumidores nas lojas físicas do comércio.

A CNC informou ainda que, embora as lojas de vestuário e calçados respondam pela maior parte das vagas voltadas para o Natal, a oferta de 39,1 mil vagas neste segmento em 2020 deverá corresponder a apenas dois terços dos 59,2 mil postos criados no ano passado. Hiper e supermercados (13 mil) e lojas de artigos de uso pessoal e doméstico (11,7 mil), somados ao ramo de vestuário, deverão responder por cerca de 91% das vagas oferecidas pelo varejo, detalhou ainda, a entidade.

A entidade informou, ainda, que o período atual de alta do dólar levou a uma queda de 16,5% na importação de produtos tipicamente natalinos. O valor é o menor valor para esse período desde 2009 (US$ 308,9 milhões).

O preço mais caro de produtos mais consumidos no Natal foi percebido de maneira geral, não somente em importados, acrescentou a entidade. A CNC detalhou que cesta composta por 214 itens mais consumidos nesta época do ano, agrupados em 30 categorias de bens e serviços, tiveram o médio de 9,4% nos 12 meses encerrados em novembro, no âmbito do IPCA. Mantido esse ritmo de reajuste, o Natal de 2020 apresentará a maior alta de preços desde 2015 (+11,0%), afirmou a entidade.

 
 
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