Por Edna Simão, Valor — Brasília
O diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, disse ao Valor que o crescimento da economia brasileira, em especial da indústria, está sendo em “V”, mas, apesar de sinais positivos, prefere não fazer estimativas com relação à expansão do PIB em 2021.
"Não tenho condições de prever. Temos indícios de retomada, mas não posso garantir”, afirmou Abijaodi. Para 2020, a CNI projeta uma retração do PIB de 4,2%, conforme Informe Conjuntural do 3º trimestre do ano, divulgado hoje.
Segundo ele, ainda é difícil mensurar o impacto do fim do benefício emergencial no consumo das famílias na economia e há dúvida sobre se haverá uma segunda onda da covid-19 no Brasil como já está sendo verificado em outros países.
Abijaodi explicou que o patamar de crescimento do PIB em 2021 está diretamente ligado à aprovação de reformas estruturantes como a tributária e administrativa. Seria uma sinalização positiva para o mercado diante do cenário de elevado endividamento do país. A CNI projeta que a dívida bruta deve atingir a marca de 93,7% do PIB. Em 2019, a dívida bruta representava 75,8% do PIB.
No que diz respeito à taxa de desemprego, ele frisou que houve uma recuperação e projeta que a taxa deve ficar 13,5% neste ano ante 11,9% de 2019. Ele não acredita que haverá um aumento das demissões com o fim das medidas adotadas como redução de jornada de trabalho e salário e suspensão de contratos, que foram subsidiadas pelo governo federal. “Com a indústria retornando, também há um crescimento da contratação de mão de obra”, frisou.
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