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Inflação leva 65% dos consumidores a comprarem marcas mais baratas

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Em um país onde cenoura e carne se tornaram artigo de luxo, não é de se estranhar que 90% dos brasileiros tenham mudado os hábitos de consumo diante de uma inflação de 11,7% nos últimos 12 meses. É o que mostra uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), elaborado pelo Grupo Euroconsumers que ouviu 1.038 pessoas no País.

Já não se come como antes no Brasil. Entre os que ainda podem comprar alimentos, 65% passaram a comprar marcas mais baratas, como aquelas próprias dos supermercados. Cerca de 33% cortaram alimentos não essenciais e metade deles reduziram o consumo de carne e peixe.

Para economizar eletricidade, 70% das pessoas disseram deixar aparelhos desligados ou evitar usá-los com a frequência de antes. Em termos de mobilidade, 45% afirmam evitar o uso do carro, por conta da alta no preços dos combustíveis. Outros 28% agora dirigem de forma mais econômica.

Roupas foram deixadas de lado por mais da metade dos entrevistados. Esse tipo de compra foi renunciado ou adiado. Para lazer, 47% cortaram idas a restaurantes e bares e 30% mudaram planos de férias.

O mais preocupante é que mais da metade (58%) dos entrevistados disseram não ter margens para lidar com mais alta de preços. Para 39% a situação financeira neste momento é pior em relação a um ano atrás.

Por mais que a situação seja crítica, 16% dos entrevistados no Brasil sentiram uma melhora na situação financeira em comparação ao mesmo período do ano passado. A pesquisa, realizada pelo Grupo Euroconsumers em cinco países, mostram que em Portugal e Espanha o progresso foi declarado por apenas 9% dos entrevistados. Na Bélgica 8% melhoraram e na Itália, 7%.

“Sendo um país de renda média, o Brasil é fortemente impactado pela crise inflacionária. Mas, ao mesmo tempo, em função de sua concentração de renda e oportunidades, possui o maior percentual de pessoas entre os países pesquisados cujo nível de vida permaneceu igual ou está melhor do que um ano atrás”, diz, em nota, Henrique Lian, Diretor de Relações Institucionais da Proteste.

 

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