Por Rafael Walendorff, Valor — Brasília
O vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil, Renato Naegele, afirmou hoje, em coletiva de imprensa, que o setor agropecuário demonstra grande apetite por crédito rural, apesar da alta de juros, o que deve sustentar ou até aumentar a procura por financiamentos na safra 2021/22. O movimento de elevação das taxas, por outro lado, pode reduzir as margens dos produtores e afetar o desempenho das linhas de industrialização, segundo ele.
“A demanda por crédito será igual ou maior que a da última safra”, afirmou. “As perspectivas são positivas, por conta dos preços das commodities. O aumento dos juros pode gerar impacto na margem do produtor, mas ele está capitalizado, viveu a safra passada com Selic de 2%”.
Segundo Naegele, a alta das taxas pode afetar principalmente as operações de industrialização. Ele disse que os bancos direcionavam recursos para essas linhas para cumprir as exigibilidades do crédito rural, operando até com margem negativa, o que não deverá ser feito agora com juros mais altos.
“Tem movimento recente de aumento dos juros. Ainda não está muito claro onde em que patamar eles vão se estabilizar. Precisamos acompanhar isso ao longo dos próximos três ou seis meses, talvez até o final do ano”, completou.
Naegele também disse que o bom momento do agronegócio vai puxar a demanda por crédito. “O momento do agronegócio não é conjuntural, não tem um boom, não é porque entrou na moda. O posicionamento do agro hoje é estrutural, um setor econômico consolidado, é a fortaleza econômica do país”, continuou. Ele afirmou que a experiência e conhecimento do BB sobre o setor, a busca por tecnologia e o acesso mercados externos vão sustentar os resultados dos financiamentos na safra 2021/22.
“O banco está entendendo com muita solidez o desempenho do agronegócio nessa última safra, atípica em virtude de toda a situação da pandemia”, destacou.
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