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Nota de risco de crédito de empresas brasileiras ainda pode ser rebaixada com covid-19, diz Fitch

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A agência de classificação de riscos Fitch Ratings alertou para o risco de novos rebaixamentos de notas de empresas brasileiras, uma vez que a economia ainda está sentindo os efeitos da pandemia de covid-19, que não foi controlada. No momento, 25% dos ratings (notas de risco de crédito) em escala global e 21% das notas na escala nacional apresentam perspectiva negativa ou estão em observação negativa. 

A volta do otimismo entre empresas e consumidores, com alguns sinais de recuperação da economia, ainda não se traduziu em investimentos e demanda por produtos. A Fitch informou que setores importantes, como varejo e automotivo ainda permanecem pressionados, após terem contraído 3,1% e 51% no primeiro semestre, respectivamente. Ela citou ainda a queda de 10% do consumo de aço vista na primeira metade do ano.

A agência de classificação de riscos revisou para baixo a sua projeção para a contração do Produto Interno Bruto (PIB) em julho, de queda de 6% para recuo de 7%. Ela estima ainda que a taxa de desemprego devem alcançar 15,5% no período.

“A pandemia de coronavírus e seus efeitos colaterais continuarão desafiando os emissores de dívida corporativa brasileiros, uma vez que o contágio do vírus está descontrolado”, diz, em relatório, o diretor da Fitch, Renato Donatti. “A melhora da confiança desde maio não está totalmente refletida na economia, que permanece fraca.”

Diante deste cenário, a capacidade das empresas de lidar com riscos para refinanciamento de dívida, gerar fluxo de caixa e reduzir a alavancagem financeira em 2021 determinará os ratings das empresas, principalmente em 2021.

Desde o início da pandemia, a Fitch rebaixou 21 ratings em escala global e 29 na escala nacional de empresas brasileiras, fazendo com que a relação entre rebaixamentos e elevações no acumulado do ano até agosto atingisse 4,2 vezes, o maior nível desde 2017. Entre as empresas que tiveram os ratings internacionais rebaixados estão Braskem, Gol e Azul. A JBS, por sua vez, teve a nota elevada.

(Esta reportagem foi publicada originalmente no Valor PRO, serviço de informações e notícias em tempo real do Valor Econômico)

https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2020/08/31/nota-de-risco-de-credito-de-empresas-brasileiras-ainda-pode-ser-rebaixada-com-covid-19-diz-fitch.ghtml

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