Os detalhes da proposta ainda não foram finalizados, segundo duas pessoas. O Brasil já teve bandas para a meta fiscal ao invés de um número fixo, mas o mecanismo adotado poderá ser novo, como vincular as metas a cenários economicos, elas disseram.
O Ministério da Economia não respondeu a um pedido de comentário.
O governo já editou um decreto de calamidade pública pelo qual ficou desobrigado de cumprir a meta fiscal de 2020, que era de R$ 124 bilhões. O número já está estimado em R$ 419 bilhões, mas pode chegar a R$ 500 bilhões, segundo a equipe econômica.
Um dos argumentos para a adoção de uma meta flexível é evitar revisões consecutivas do número caso a economia tenha um desempenho diferente do que o previsto hoje pelo governo, disse uma das fontes. Analistas tem revisado sucessivamente projeções para a economia brasileira, com o Banco Mundial prevendo contração de 5% no PIB em 2020.
Há uma preocupação na equipe econômica para que a flexibilização da meta não seja interpretada como um afrouxamento fiscal por parte do governo, segundo duas pessoas. Como forma de garantir seu comprometimento com o fiscal, o governo vai focar o discurso na preservação do teto de gastos, considerado pelo mercado financeiro como uma das mais importantes amarras fiscal do país.